31 de jul. de 2009

Governo pode importar notebooks para atender escolas da rede pública, diz Lula

Nielmar de Oliveira - Agência Brasil - 31.07.09 - RJ

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado aos fabricantes nacionais de computadores portáteis durante solenidade de entrega de 5,5 mil notebooks para alunos da rede municipal de ensino de Piraí, na região do Médio Paraíba, no Rio de Janeiro: se os preços dos equipamentos não caírem - e mesmo que ele seja favorável às industrias e equipamentos nacionais -, o governo terá que importá-los para atender as escolas públicas de todo o Brasil. A iniciativa fez de Piraí a primeira cidade do país a distribuir computadores para todos os alunos e professores da rede de ensino municipal.

Lula reclamou da burocracia para licitar a compra de computadores para as escolas e cumprir os planos do governo de colocar computadores conectados à internet banda larga em todas as 55 mil colégios públicas do país até o final de 2010.

“Nós tomamos a decisão de distribuir 350 mil computadores no Brasil. Isso em 2007. Já faz praticamente dois anos e a gente ainda não conseguiu resolver o problema da licitação, porque cada vez que fazemos uma licitação aparece alguém ou alguma coisa para atrapalhar. Nós, na verdade, esteamos querendo combinar uma redução de preços e, embora eu seja o maior defensor da indústria nacional, se ela não conseguir fazer um preço acessível, nós vamos ter que importar alguns para poder fazer com que a inserção digital chegue à população mais pobre desse país”, alertou o presidente.

O presidente Lula disse que tem o sonho de distribuir um computador para cada uma das 34 milhões de crianças da rede pública do país, mas que os preços vem dificultando esse objetivo.

As declarações do presidente da República foram feitas durante discurso para cerca de 400 a 500 pessoas que estavam presentes à cerimônia em Piraí, a maioria alunos e professores das 25 escolas municipais da cidade.

Antes do presidente Lula, também em discurso, o ministro da Educação, Fernando Hadad, criticou a burocracia que dificulta o cumprimento da meta do governo, citando em especial os órgãos de fiscalização que dificultam a implantação do programa. “É preciso que juntemos forças para mudar o quadro educacional do país”, defendeu.

O presidente lembrou que, no início, chegou-se a trabalhar com a perspectiva de produzir um computador mais barato para que o governo pudesse comprar em grande quantidade. “Chegaram a nos propor um computador a US$ 100, mas esses aqui custaram US$ 325 – cerca de R$ 700”, criticou.

O presidente também admitiu a possibilidade de usar a estrutura da Eletronet, empresa controlada pela Eletrobrás, mas que se encontra em processo de falência para atingir as metas de conectar todas as escolas do país à rede da internet através da banda larga.

“Nós estamos brigando a cinco anos para tomarmos conta da Eletronet, que é uma empresa pública que foi privatizada, faliu, e que nós estamos querendo pegar de volta. Está na Justiça há mais de cinco anos e a gente não consegue pegar uma coisa que é nossa, para a gente poder levar a internet banda larga para onde a gente quiser. Não é possível que agente tenha que comprar aquilo que já é do povo”, reclamou.

A distribuição dos 5,5 mil notebooks, somada a outros 700 laptops anteriormente adquiridos por meio do Projeto UCA (Um computador por Aluno), vai beneficiar 6,2 mil alunos das 21 escolas da rede municipal de ensino de Piraí. O investimento foi de R$ 5,3 milhões.

O município foi um dos quatro escolhidos, em 2007, pelo governo federal para implantar o piloto do programa Um Computador por Aluno, do Ministério da Educação. As demais cidades – todas capitais de estado – foram São Paulo, Palmas e Porto Alegre.

Conferência "Juventude e Comunicação" discute monopólio das empresas de mídia

Em documento final do encontro, jovens apresentam propostas que afirmam a comunicação como direito, e buscam intervir nos seguintes temas: Mídia e Educação, Comunicação e diversidade, Internet e novas tecnologias, Imagem do jovem na mídia e Participação popular e controle social dos meios.

** Informações da Cobertura Especial Revista Viração

A Conferência Nacional Livre Juventude e Comunicação, realizada no dia 25 de julho, iniciou com uma mesa de debate, onde foi discutida a importância da participação jovem na sociedade e outros aspectos da comunicação. Paulo Lima, diretor-executivo da Revista Viração, fez a abertura do evento e passou a palavra a Danilo Fraga, da Escola Estadual Carlos Maximiliano, que contou um pouco da história do lugar.

Nilton Lopes, do Virajovem Salvador, foi quem mediou o debate, que contou com a participação de Ísis Soares, da Rede Cala Boca já Morreu; Bia Barbosa, do Intervozes e Eugênio Bucci, ex-diretor da Agência Brasil e professor da Universidade de São Paulo (USP). Eugênio começou falando das relações da comunicação com a política brasileira; "o Estado precisa organizar e promover a comunicação, mas sem deter o poder sobre a informação", disse.

Bia Barbosa, por sua vez, discursou sobre a democratização da informação e criticou os grandes veículos de comunicação: "A nossa cultura, de forma geral, não aparece nos meios de comunicação. A diversidade do Brasil é fundamental", e completou falando da importância da comunicação para a formação da sociedade. A conferência tem o objetivo de decidir propostas para serem enviadas à Conferência Nacional de Comunicação, a ser realizada do dia 1 e 3 de dezembro, em Brasília.

A maioria dos brasileiros não tem acesso à internet e se informa por meio de televisão ou rádio e a única alternativa para quem não possui TV a cabo é aceitar a programação da rede aberta. Para mudar esta situação, é necessário criar regras e Políticas Públicas a fim de incentivar que todos produzam informação, e não sejam só receptores de conteúdo.

Isis Soares, que falou por último antes das perguntas, contou sobre o movimento de Comunicação Comunitária: "Esse movimento quer ouvir e mostrar o que as pessoas têm a dizer, o que eles veem e sentem. A programação é diferenciada e garante espaço para que os pequenos comerciantes sejam divulgados, além de garantir lugar para a opinião de diferentes pessoas".

Confira toda a cobertura realizada pela Viração



Carta Aberta da I Conferência Nacional Livre “Juventude e Comunicação”


As/Os jovens e adolescentes do Brasil, participantes da I Conferência Nacional Livre “Juventude e Comunicação”, que aconteceu em São Paulo, no dia 25 de julho de 2009, vêm socializar suas recomendações, propostas e suas considerações para a I Conferência Nacional de Comunicação.
Integrantes de redes, grupos e movimentos sociais, que atuam pela participação de jovens na construção da cidadania e garantia dos direitos humanos à comunicação, acreditamos que a conferência é um passo importante para a revolução da comunicação, no sentido não apenas de consumir, mas também de produzir, interagindo e formando alianças e parcerias.
Queremos que as juventudes não sejam meras espectadoras, mas participantes em todo o processo de construção dessa Conferência Nacional de Comunicação, tanto no âmbito local quanto no âmbito nacional, considerando que a população jovem representa 48 milhões. É importante salientar que boa parte dos produtos de comunicação são dedicados à faixa etária 12 a 29 anos, seja na programação da TV, seja pelo repertório de rádio, cinema, internet. Isso caracteriza a(o) adolescente e a(o) jovem como o maior público dos meios de comunicação brasileiros. Vale ainda ressaltar que os veículos de comunicação têm papel importante na formação desse público, influenciando diretamente padrões de comportamento e atitudes.
Na crença de que é preciso promover o acesso aos meios de produção, propiciar estímulo e fortalecer o potencial criativo dos jovens brasileiros e o conceito da comunicação como um direito inalienável, apresentamos a seguintes propostas:

1. Imagem do jovem na mídia
1.1. Incremento da programação para crianças e adolescentes na grande mídia, com a intenção de trazer temas políticos, sociais e/ou culturais.
1.2. Usar os meios de comunicação como ferramenta de aprendizado para adolescentes e jovens.
1.2. Incentivar as(os) comunicadoras(es) adolescentes e jovens (juvenis) a propagar os meios de comunicação alternativos entre as(os) jovens que não têm contato com os mesmos como forma driblar os estereótipos exibidos na grande mídia.
1.3. Propor pautas à mídia tradicional que contemplem a realidade da juventude brasileira.
1.4. Articular parceria com o CONJUVE – Conselho Nacional da Juventude – de modo a pressionar o Governo Brasileiro para dar mais representatividade às(aos) jovens em eventos voltados para comunicação.

2. Participação popular e controle social dos meios;

2.1. Construção de um marco legal (ex: estatuto) da comunicação elaborado pela sociedade civil com o poder público;
2.2. Financiamento público para mídias comunitárias e redirecionamento de parte da verba pública destinada a propaganda para veiculação em mídias comunitárias e alternativas.
2.3. Gestão compartilhada por meio de conselhos de comunicação que já existem e criação de conselhos estaduais e municipais.
2.4. Criar políticas públicas de disseminação do conceito da comunicação como um direito humano, em especial para adolescentes e jovens. Exemplos: Revista Viração, educom.radio, diálogos setoriais e outras iniciativas da área.

3. Internet e novas tecnologias

3.1. Transformar o acesso de alta velocidade à Internet em um direito, estabelecendo em todo o território nacional redes públicas de difusão do sinal de banda larga.
3.2. Estabelecer, no sistema público de ensino, um programa de formação em linguagens, técnicas, tecnologias, ética, princípios de compartilhamento da comunicação livre.
3.3. Maior clareza, transparência e debate popular em ações que visem à regulamentação e normatização do acesso e uso da Internet.
3. 4 Qualificar o uso das “lan houses”, oferecendo aos usuários e proprietários estímulos fiscais e tarifários e de crédito para que disponibilizem, em contrapartida, serviços de formação como os descritos no tópico anterior.

4. Comunicação e diversidade

4.1. Garantir a inclusão e o respeito à diversidade étnica/racial, de gênero e identidade de gênero, de orientação sexual religiosa e política.
4.2. Ampliar a circulação dos produtos culturais, em especial de produção independente, garantindo a consolidação de espaços de liberdade de expressão.
4.3. Que seja garantida participação (não apenas nas campanhas de saúde) nas campanhas publicitárias institucionais à representação dos grupos étnicos-raciais, de gênero e de identidade de gênero, religiosa e de orientação sexual.
4.4. Garantir políticas públicas de fomento à implementação dos pontos de mídia livre e independente.
4.5. Garantir, por meio de políticas públicas, concessões de veículos comunitários por plebiscito popular para rádios em todo Brasil.
4.6. Garantir, por meio de políticas públicas, a paridade de investimento por Estado.
4.7. Estabelecer que o Conselho Nacional de Comunicação fiscalize os veículos de comunicação quanto às terminologias usadas em suas publicações, principalmente àquelas relacionadas aos direitos da criança e da(o) adolescente e juventude.

Propostas Mídia e Educação:
4.8. Que seja garantido, por meio de políticas públicas, em todas as escolas públicas de ensino fundamental, médio e universidade, núcleos de comunicação gerenciados pelos estudantes.
4.9. Educação para mídia nas escolas estaduais por meio de educadores preparados para discutir e trabalhar o tema.
4.10. Produção e veiculação de conteúdos juvenis – concessão e concentração dos veículos de comunicação.
4.11. Criar centrais públicas de produção e formação em comunicação, com disponibilização de equipamentos para interessados em construir seus próprios produtos;
4.12. Ampliar fundos públicos permanentes e com volume significativo de recursos para produção e veiculação de conteúdo realizado pela juventude;
4.13. Criar um Conselho Nacional de Comunicação com ampla participação da sociedade civil, inclusive da juventude, para regulação dos meios de comunicação e das concessões, com mecanismos para evitar a predominância de interesses particulares no interior desse conselho;
4.14. Garantir que a comunicação seja pautada nos espaços de educação formal;
4.15. Democratizar a gestão das emissoras públicas e comunitárias com o fortalecimento da produção coletiva e compartilhada;
4.16. Estabelecer medidas anti-concentração horizontal, vertical e cruzada dos meios de comunicação, com a regulamentação do artigo 220 da Constituição Federal;
4.17. Garantir instrumentos de defesa contra violação dos Direitos Humanos nos meios de comunicação, especialmente dos direitos das crianças e dos adolescentes;
4.18. Regulamentar tempo mínimo de veiculação de produção comunitária e independente nas TVs abertas e na TV por assinatura;
4.19. Reservar espectro para emissoras públicas e comunitárias no rádio e na televisão.

Queremos convocar a todas e todos a unir esforços para que nossas recomendações sejam consideradas. Reiteramos que unir forças significa lutar junto à mídia para levarmos cultura, entretenimento e educação de boa qualidade para toda a população. E que nós jovens, sejamos construtores do presente, vislumbrando um futuro mais justo e igualitário para todos e todas.

Saudações
Adolescentes e jovens do Brasil

Assinam essas propostas:

Ação Educativa – São Paulo (SP)
Adolescentes Comunicadores da Plataforma dos Centros Urbanos – São Paulo
Alice – Agência de Notícias dos Direitos dos Adolescentes - Porto Alegre (RS)
Aracati
Arroz, Feijão Cinema e Vídeo
Artigo 19
Associação Cidade Escola Aprendiz – São Paulo (SP)
Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo
Associação dos Geógrafos Brasileiros
Associação Eremim
Associação Frida Kahlo
Associação Imagem Comunitária - Belo Horizonte (MG)
Associação Jovem do Monte Líbano
Associação Marly Cury
Bemfam – Recife (PE)
Cala-boca já morreu – São Paulo (SP)
Casa da Juventude Padre Burnier – Goiânia (GO)
Catavento Comunicação e Educação Ambiental – Fortaleza (CE)
Cenpec
Centro Acadêmico da Universidade Federal de Alagoas – Maceió (AL)
Centro Acadêmico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal (RN)
Centro Cultural Bájò Ayò – João Pessoa (PB)
Centro Cultural Escrava Anastácia – Florianópolis (SC)
Centro de Referência da Juventude – Vitória (ES)
Centro Paula Souza
Cidade Escola Aprendiz
Cine Anônimo
Cipó Comunicação Interativa – Salvador (BA)
Ciranda - Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência – Curitiba (PR)
CNSA – Comunidade Nosa Senhora dos Artistas
Coletivo de Jovens Feministas de Pernambuco
Coletivo de Vídeo Popular
Comissão Paulista ProConferência – São Paulo (SP)
Conselho Estadual da Juventude da Bahia
Conselho Municipal da Juventude
CPI – Comunidade Periférica Informada
Creca Tatuapé – Casa Dom Luciano
Cria - Centro de Referência Integral de adolescentes – Salvador (BA)
Cufa – Cuiabá (MT)
Federação das Mulheres Paulistas
FELCO – Festival Latinoamericano de La Clase Obrera
Formare
Fórum de Defesa da Criança e do Adolescente - São Mateus
Fundação Athos Bulcão – Brasília (DF)
Fundação Friedrich Ebert/ C3 e UNICEF
Fundação Iochpe
Funzine Catraca: Pede Passagem
Girassolidário - Agência em Defesa da Infância e Adolescência – Campo Grande (MS)
Grupo Cultural Interfaces - Belo Horizonte (MG)
Grupo Escoteiro Quarupe
Grupo Jovens Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas – Porto Velho (RO)
Grupo Jovens Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas – Teresina (PI)
Grupo Okun de Cultura Afro-Brasileira
Instituto Alana – Projeto Criança e Consumo
Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania – Anápolis (GO)
Instituto Paulista da Juventude – São Paulo (SP)
Instituto Paulo Freire – São Paulo (SP)
Intervozes – São Paulo (SP)
Instituto Pólis / Coletivo Griots
Jornal Brasil de Fato
Jornal Cidadão – Rio de Janeiro (RJ)
Kizomba
Matraca - Agência de Notícias dos Direitos da Criança e do Adolescente - São Luís (MA)
Movimento Sou + Jovem
Nossa Tela
Oficina de Imagem - Belo Horizonte (MG)
Oficina Escola de Lutheria da Amazônia – Manaus (AM)
Ohana – Peace Child Brasileira
ONG Plugados na Educação
Organização da Juventude – Coral Cades
Pastoral da Juventude
Patchol's Família
Plataforma dos Centros Urbanos
Programa Municipal de DST/Aids de Campinas
Projeto Meninos e Meninas de Rua
Quarto Mundo
Rádio Interna da Escola e Jornal da Comunidade Onde Moro
Rede de Jovens Comunicadores da Baixada Maranhense – São Luís (MA)
Rede Interferência
Rede MAB – Movimento das (os) Adolescentes do Brasil
Rede Nacional de Jovens e Adolescentes Vivendo com HIV/Aids
Rede Nacional de Jovens e Adolescentes Vivendo com HIV/Aids
Rede Sou de Atitude - São Luís (MA)
Revista Viração – São Paulo (SP)
Saúde e Prevenção nas Escolas
Sem Placas – Sem Fronteiras
SENAC – São Paulo
SIM – Comissão Permanente do Fórum Sobre a Violência
Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo – Regional Vale do Paraíba e Litoral Norte
Skate Solidário

Fonte: Ação Educativa - 31.07.09

Conferência "Juventude e Comunicação" discute monopólio das empresas de mídia

Em documento final do encontro, jovens apresentam propostas que afirmam a comunicação como direito, e buscam intervir nos seguintes temas: Mídia e Educação, Comunicação e diversidade, Internet e novas tecnologias, Imagem do jovem na mídia e Participação popular e controle social dos meios.

** Informações da Cobertura Especial Revista Viração

A Conferência Nacional Livre Juventude e Comunicação, realizada no dia 25 de julho, iniciou com uma mesa de debate, onde foi discutida a importância da participação jovem na sociedade e outros aspectos da comunicação. Paulo Lima, diretor-executivo da Revista Viração, fez a abertura do evento e passou a palavra a Danilo Fraga, da Escola Estadual Carlos Maximiliano, que contou um pouco da história do lugar.

Nilton Lopes, do Virajovem Salvador, foi quem mediou o debate, que contou com a participação de Ísis Soares, da Rede Cala Boca já Morreu; Bia Barbosa, do Intervozes e Eugênio Bucci, ex-diretor da Agência Brasil e professor da Universidade de São Paulo (USP). Eugênio começou falando das relações da comunicação com a política brasileira; "o Estado precisa organizar e promover a comunicação, mas sem deter o poder sobre a informação", disse.

Bia Barbosa, por sua vez, discursou sobre a democratização da informação e criticou os grandes veículos de comunicação: "A nossa cultura, de forma geral, não aparece nos meios de comunicação. A diversidade do Brasil é fundamental", e completou falando da importância da comunicação para a formação da sociedade. A conferência tem o objetivo de decidir propostas para serem enviadas à Conferência Nacional de Comunicação, a ser realizada do dia 1 e 3 de dezembro, em Brasília.

A maioria dos brasileiros não tem acesso à internet e se informa por meio de televisão ou rádio e a única alternativa para quem não possui TV a cabo é aceitar a programação da rede aberta. Para mudar esta situação, é necessário criar regras e Políticas Públicas a fim de incentivar que todos produzam informação, e não sejam só receptores de conteúdo.

Isis Soares, que falou por último antes das perguntas, contou sobre o movimento de Comunicação Comunitária: "Esse movimento quer ouvir e mostrar o que as pessoas têm a dizer, o que eles veem e sentem. A programação é diferenciada e garante espaço para que os pequenos comerciantes sejam divulgados, além de garantir lugar para a opinião de diferentes pessoas".

Confira toda a cobertura realizada pela Viração



Carta Aberta da I Conferência Nacional Livre “Juventude e Comunicação”


As/Os jovens e adolescentes do Brasil, participantes da I Conferência Nacional Livre “Juventude e Comunicação”, que aconteceu em São Paulo, no dia 25 de julho de 2009, vêm socializar suas recomendações, propostas e suas considerações para a I Conferência Nacional de Comunicação.
Integrantes de redes, grupos e movimentos sociais, que atuam pela participação de jovens na construção da cidadania e garantia dos direitos humanos à comunicação, acreditamos que a conferência é um passo importante para a revolução da comunicação, no sentido não apenas de consumir, mas também de produzir, interagindo e formando alianças e parcerias.
Queremos que as juventudes não sejam meras espectadoras, mas participantes em todo o processo de construção dessa Conferência Nacional de Comunicação, tanto no âmbito local quanto no âmbito nacional, considerando que a população jovem representa 48 milhões. É importante salientar que boa parte dos produtos de comunicação são dedicados à faixa etária 12 a 29 anos, seja na programação da TV, seja pelo repertório de rádio, cinema, internet. Isso caracteriza a(o) adolescente e a(o) jovem como o maior público dos meios de comunicação brasileiros. Vale ainda ressaltar que os veículos de comunicação têm papel importante na formação desse público, influenciando diretamente padrões de comportamento e atitudes.
Na crença de que é preciso promover o acesso aos meios de produção, propiciar estímulo e fortalecer o potencial criativo dos jovens brasileiros e o conceito da comunicação como um direito inalienável, apresentamos a seguintes propostas:

1. Imagem do jovem na mídia
1.1. Incremento da programação para crianças e adolescentes na grande mídia, com a intenção de trazer temas políticos, sociais e/ou culturais.
1.2. Usar os meios de comunicação como ferramenta de aprendizado para adolescentes e jovens.
1.2. Incentivar as(os) comunicadoras(es) adolescentes e jovens (juvenis) a propagar os meios de comunicação alternativos entre as(os) jovens que não têm contato com os mesmos como forma driblar os estereótipos exibidos na grande mídia.
1.3. Propor pautas à mídia tradicional que contemplem a realidade da juventude brasileira.
1.4. Articular parceria com o CONJUVE – Conselho Nacional da Juventude – de modo a pressionar o Governo Brasileiro para dar mais representatividade às(aos) jovens em eventos voltados para comunicação.

2. Participação popular e controle social dos meios;

2.1. Construção de um marco legal (ex: estatuto) da comunicação elaborado pela sociedade civil com o poder público;
2.2. Financiamento público para mídias comunitárias e redirecionamento de parte da verba pública destinada a propaganda para veiculação em mídias comunitárias e alternativas.
2.3. Gestão compartilhada por meio de conselhos de comunicação que já existem e criação de conselhos estaduais e municipais.
2.4. Criar políticas públicas de disseminação do conceito da comunicação como um direito humano, em especial para adolescentes e jovens. Exemplos: Revista Viração, educom.radio, diálogos setoriais e outras iniciativas da área.

3. Internet e novas tecnologias

3.1. Transformar o acesso de alta velocidade à Internet em um direito, estabelecendo em todo o território nacional redes públicas de difusão do sinal de banda larga.
3.2. Estabelecer, no sistema público de ensino, um programa de formação em linguagens, técnicas, tecnologias, ética, princípios de compartilhamento da comunicação livre.
3.3. Maior clareza, transparência e debate popular em ações que visem à regulamentação e normatização do acesso e uso da Internet.
3. 4 Qualificar o uso das “lan houses”, oferecendo aos usuários e proprietários estímulos fiscais e tarifários e de crédito para que disponibilizem, em contrapartida, serviços de formação como os descritos no tópico anterior.

4. Comunicação e diversidade

4.1. Garantir a inclusão e o respeito à diversidade étnica/racial, de gênero e identidade de gênero, de orientação sexual religiosa e política.
4.2. Ampliar a circulação dos produtos culturais, em especial de produção independente, garantindo a consolidação de espaços de liberdade de expressão.
4.3. Que seja garantida participação (não apenas nas campanhas de saúde) nas campanhas publicitárias institucionais à representação dos grupos étnicos-raciais, de gênero e de identidade de gênero, religiosa e de orientação sexual.
4.4. Garantir políticas públicas de fomento à implementação dos pontos de mídia livre e independente.
4.5. Garantir, por meio de políticas públicas, concessões de veículos comunitários por plebiscito popular para rádios em todo Brasil.
4.6. Garantir, por meio de políticas públicas, a paridade de investimento por Estado.
4.7. Estabelecer que o Conselho Nacional de Comunicação fiscalize os veículos de comunicação quanto às terminologias usadas em suas publicações, principalmente àquelas relacionadas aos direitos da criança e da(o) adolescente e juventude.

Propostas Mídia e Educação:
4.8. Que seja garantido, por meio de políticas públicas, em todas as escolas públicas de ensino fundamental, médio e universidade, núcleos de comunicação gerenciados pelos estudantes.
4.9. Educação para mídia nas escolas estaduais por meio de educadores preparados para discutir e trabalhar o tema.
4.10. Produção e veiculação de conteúdos juvenis – concessão e concentração dos veículos de comunicação.
4.11. Criar centrais públicas de produção e formação em comunicação, com disponibilização de equipamentos para interessados em construir seus próprios produtos;
4.12. Ampliar fundos públicos permanentes e com volume significativo de recursos para produção e veiculação de conteúdo realizado pela juventude;
4.13. Criar um Conselho Nacional de Comunicação com ampla participação da sociedade civil, inclusive da juventude, para regulação dos meios de comunicação e das concessões, com mecanismos para evitar a predominância de interesses particulares no interior desse conselho;
4.14. Garantir que a comunicação seja pautada nos espaços de educação formal;
4.15. Democratizar a gestão das emissoras públicas e comunitárias com o fortalecimento da produção coletiva e compartilhada;
4.16. Estabelecer medidas anti-concentração horizontal, vertical e cruzada dos meios de comunicação, com a regulamentação do artigo 220 da Constituição Federal;
4.17. Garantir instrumentos de defesa contra violação dos Direitos Humanos nos meios de comunicação, especialmente dos direitos das crianças e dos adolescentes;
4.18. Regulamentar tempo mínimo de veiculação de produção comunitária e independente nas TVs abertas e na TV por assinatura;
4.19. Reservar espectro para emissoras públicas e comunitárias no rádio e na televisão.

Queremos convocar a todas e todos a unir esforços para que nossas recomendações sejam consideradas. Reiteramos que unir forças significa lutar junto à mídia para levarmos cultura, entretenimento e educação de boa qualidade para toda a população. E que nós jovens, sejamos construtores do presente, vislumbrando um futuro mais justo e igualitário para todos e todas.

Saudações
Adolescentes e jovens do Brasil

Assinam essas propostas:

Ação Educativa – São Paulo (SP)
Adolescentes Comunicadores da Plataforma dos Centros Urbanos – São Paulo
Alice – Agência de Notícias dos Direitos dos Adolescentes - Porto Alegre (RS)
Aracati
Arroz, Feijão Cinema e Vídeo
Artigo 19
Associação Cidade Escola Aprendiz – São Paulo (SP)
Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo
Associação dos Geógrafos Brasileiros
Associação Eremim
Associação Frida Kahlo
Associação Imagem Comunitária - Belo Horizonte (MG)
Associação Jovem do Monte Líbano
Associação Marly Cury
Bemfam – Recife (PE)
Cala-boca já morreu – São Paulo (SP)
Casa da Juventude Padre Burnier – Goiânia (GO)
Catavento Comunicação e Educação Ambiental – Fortaleza (CE)
Cenpec
Centro Acadêmico da Universidade Federal de Alagoas – Maceió (AL)
Centro Acadêmico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal (RN)
Centro Cultural Bájò Ayò – João Pessoa (PB)
Centro Cultural Escrava Anastácia – Florianópolis (SC)
Centro de Referência da Juventude – Vitória (ES)
Centro Paula Souza
Cidade Escola Aprendiz
Cine Anônimo
Cipó Comunicação Interativa – Salvador (BA)
Ciranda - Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência – Curitiba (PR)
CNSA – Comunidade Nosa Senhora dos Artistas
Coletivo de Jovens Feministas de Pernambuco
Coletivo de Vídeo Popular
Comissão Paulista ProConferência – São Paulo (SP)
Conselho Estadual da Juventude da Bahia
Conselho Municipal da Juventude
CPI – Comunidade Periférica Informada
Creca Tatuapé – Casa Dom Luciano
Cria - Centro de Referência Integral de adolescentes – Salvador (BA)
Cufa – Cuiabá (MT)
Federação das Mulheres Paulistas
FELCO – Festival Latinoamericano de La Clase Obrera
Formare
Fórum de Defesa da Criança e do Adolescente - São Mateus
Fundação Athos Bulcão – Brasília (DF)
Fundação Friedrich Ebert/ C3 e UNICEF
Fundação Iochpe
Funzine Catraca: Pede Passagem
Girassolidário - Agência em Defesa da Infância e Adolescência – Campo Grande (MS)
Grupo Cultural Interfaces - Belo Horizonte (MG)
Grupo Escoteiro Quarupe
Grupo Jovens Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas – Porto Velho (RO)
Grupo Jovens Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas – Teresina (PI)
Grupo Okun de Cultura Afro-Brasileira
Instituto Alana – Projeto Criança e Consumo
Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania – Anápolis (GO)
Instituto Paulista da Juventude – São Paulo (SP)
Instituto Paulo Freire – São Paulo (SP)
Intervozes – São Paulo (SP)
Instituto Pólis / Coletivo Griots
Jornal Brasil de Fato
Jornal Cidadão – Rio de Janeiro (RJ)
Kizomba
Matraca - Agência de Notícias dos Direitos da Criança e do Adolescente - São Luís (MA)
Movimento Sou + Jovem
Nossa Tela
Oficina de Imagem - Belo Horizonte (MG)
Oficina Escola de Lutheria da Amazônia – Manaus (AM)
Ohana – Peace Child Brasileira
ONG Plugados na Educação
Organização da Juventude – Coral Cades
Pastoral da Juventude
Patchol's Família
Plataforma dos Centros Urbanos
Programa Municipal de DST/Aids de Campinas
Projeto Meninos e Meninas de Rua
Quarto Mundo
Rádio Interna da Escola e Jornal da Comunidade Onde Moro
Rede de Jovens Comunicadores da Baixada Maranhense – São Luís (MA)
Rede Interferência
Rede MAB – Movimento das (os) Adolescentes do Brasil
Rede Nacional de Jovens e Adolescentes Vivendo com HIV/Aids
Rede Nacional de Jovens e Adolescentes Vivendo com HIV/Aids
Rede Sou de Atitude - São Luís (MA)
Revista Viração – São Paulo (SP)
Saúde e Prevenção nas Escolas
Sem Placas – Sem Fronteiras
SENAC – São Paulo
SIM – Comissão Permanente do Fórum Sobre a Violência
Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo – Regional Vale do Paraíba e Litoral Norte
Skate Solidário

Fonte: Ação Educativa - 31.07.09

Governo estuda reconhecer lanhouses como "equipamento cultural"

por Azenha - 31.07.09

O Ministério da Cultura formou um grupo de trabalho que poderá sugerir ao governo federal que reconheça as lanhouses -- seriam 100 mil em todo o Brasil, de acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas -- como "equipamento cultural".

Isso abriria espaço para projetos culturais voltados para o público que frequenta as lanhouses. A informação foi dada durante o Forum da Cultura Digital Brasileira.

Isso, em minha modesta opinião, é um passo na direção certa. Há muitas questões espinhosas em torno do funcionamento das lanhouses.

Mas não há polêmica em torno dos seguintes pontos:

1) Elas são resultado genuíno do espírito empreendedor das periferias de todo o Brasil;

2) Elas estão se transformando em "casas do saber", independentemente de você, leitor, gostar ou não dos conteúdos que são frequentados.

3) Elas democratizam o acesso à informação dos brasileiros mais pobres.

A notícia, portanto, é boa.

30 de jul. de 2009

Professores - mais escândalo na educação: Governador do DEM usa FUNDEB para comprar "assinatura de 7.562 edições diárias do Correio Braziliense ..."

Único governador do DEM (ex-PFL) eleito em 2006, o engenheiro José Roberto Arruda, do Distrito Federal, só tem medo que lhe perguntem uma coisa: sobre a sucessão de 2010. Nada a ver, exatamente, com questões eleitorais. No último ranking de avaliação de governadores feito pelo Instituto Datafolha, em março, Arruda aparece em sexto lugar numa lista de dez, com 59% de aprovação do eleitor. O problema é que Arruda não quer – na verdade, não pode – ser pego em mais uma mentira. A primeira, em 2001, quase lhe custou a carreira política. A segunda, caso se confirme, poderá lhe custar a reeleição. Por enquanto, o governador tem escapado dessa armadilha graças a um fenômeno de mídia. Na imprensa local, ninguém faz a Arruda perguntas incômodas.

A sombra da mentira que atualmente persegue o governador tem começo e meio, falta-lhe apenas o fim. No ano eleitoral de 2006, ele e o empresário Paulo Octávio Pereira se meteram em uma luta intestina para definir quem seria o candidato do então PFL ao governo do Distrito Federal. Na época, Arruda passou a perna em Paulo Octávio, candidato inicial do partido, e conseguiu o apoio do ex-governador Joaquim Roriz, do PMDB. Assim, relegou o empresário à condição de candidato a vice na chapa pefelista. Para não deixar feridas abertas e, principalmente, garantir a carteira de financiadores de campanha do DF, todos muito ligados a Paulo Octávio, Arruda costurou um acordo baseado em uma fatura eleitoral cada vez mais difícil de ser cobrada.

Em troca de ser o cabeça da chapa, em 2006, ele firmou o compromisso de, em 2010, deixar a vaga a Paulo Octávio e sair candidato a senador. Trata-se de um acordo público. Na posse da dupla, na Câmara Legislativa do DF, em janeiro de 2007, Arruda, recém-eleito governador, dirigiu as seguintes palavras ao vice Paulo Octávio, obrigado a engolir em seco a inversão de papéis às vésperas das eleições: “Este é um dos gestos mais difíceis de um homem de vida pública”. Desde então, ninguém mais teve coragem de cobrar do governador a promessa. O assunto tornou-se, simplesmente, proibido no noticiário local, assim como também não é de bom tom falar da mentira de 2001.

Para recordação: naquele ano, em conluio com o falecido senador Antonio Carlos Magalhães, do ex-PFL da Bahia, José Roberto Arruda, então senador pelo PSDB, ajudou a violar o painel do Senado Federal para ter acesso à votação secreta que havia cassado o mandato do ex-senador Luiz Estevão, do PMDB de Brasília. Flagrado, não se constrangeu em negar tudo, na tribuna do plenário. Uma mentira captada em cadeia nacional de tevê. Confirmado como responsável pela violação, renunciou ao mandato para não ser cassado, justamente, por ter mentido. Não são poucas as razões, portanto, para o governador do DF temer aparecer de novo como Pinóquio no noticiário.

Em Brasília, ao menos, isso não tem sido preocupação no Palácio do Buritinga, nome dado à sede do governo instalada por Arruda em Taguatinga, principal cidade-satélite do Distrito Federal, em alusão à sede tradicional, o Palácio do Buriti. O segredo dessa tranquilidade talvez possa ser explicado pelo conteúdo de duas notas de empenho e um contrato, todos de 2009. Juntos, somam 8,3 milhões de reais despejados pelo GDF, sem licitação, nas contas do
Correio Braziliense, mais importante jornal da capital federal, e de duas das maiores editoras do País, Abril e Globo.

A primeira nota de empenho, de 15 de junho, no valor de 2,9 milhões de reais, diz respeito à assinatura de 7.562 edições diárias do
Correio Braziliense a serem distribuídas, ao longo de 2009, a professores e alunos de 199 escolas do Distrito Federal. O contrato com o Correio, firmado com o secretário de Educação do DF, José Valente, prevê como fonte de pagamento o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o Fundeb. Trata-se de recurso destinado, originalmente, ao financiamento de educação básica, aí incluídos creche, pré-escola, ensino fundamental e ensino médio, além de educação de jovens e adultos.

Essa informação só foi colocada a público uma semana depois de a nota de empenho ter sido emitida pelo GDF, assim mesmo, graças a uma notícia publicada pelo principal interessado no negócio, o
Correio Braziliense, em 22 de junho. Na matéria, na qual o valor do contrato não é mencionado, há uma entrevista com o secretário José Valente. Questionado sobre que utilidade daria ao jornal em sala de aula, -Valente saiu-se com uma pérola da moderna pedagogia universal. “Eu olharia o caderno de ‘Cidades’ e tentaria identificar nas notícias o que tem a ver com a cidade do aluno e o que dali é possível demandar”. E mais: “Depois de pegar o cotidiano de todo o DF, podemos (sic) analisar o do Brasil e do mundo”. Faltou, no entanto, combinar com os professores.

“Não houve nenhum planejamento pedagógico para a implantação desse tipo de programa nas escolas”, informa Antônio Lisboa, diretor de Imprensa do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). Segundo ele, ninguém da categoria foi avisado do contrato firmado entre a Secretaria de Educação e o Correio. Foi preciso sair a nota no jornal para, então, o sindicato correr atrás do assunto. De acordo com Lisboa, só foi possível descobrir minimamente os termos do acordo graças a uma rotina de acompanhamento da execução orçamentária feita pelo gabinete do deputado distrital Chico Leite, do PT. Lá, descobriu-se, além do contrato do Correio Braziliense, a intenção de um outro, de fornecimento de revistas Veja, da Editora Abril, também para alunos e professores da rede pública de ensino do DF.

Emitida em 15 de junho pela Secretaria- de Educação do DF, a nota de empenho para a Editora Abril estampava um valor de 442,4 mil reais a serem pagos com recursos do Fundeb. Citava um contrato de vigência de um ano de “aquisição de assinatura da revista Veja na sala de aula”, mas não especificava o número de edições nem de escolas agraciadas. Coincidentemente, há duas semanas, a revista fez com José Roberto Arruda uma entrevista intitulada “Ele deu a volta por cima”, na qual o governador é pintado como um caso edificante de político pego com a boca na botija, em 2001, mas alçado depois ao sucesso nas asas do arrependimento.


De fato, Arruda deu a volta por cima, em 2002, ao ser eleito deputado federal pelo ex-PFL do DF, com mais de 300 mil votos. O curioso é isso só ter virado notícia, na Veja, sete anos depois e menos de um mês após o GDF ter destinado quase meio milhão de reais do Fundeb, sem licitação, para colocar a revista nas escolas públicas do Distrito Federal. Tanta coincidência, embora não tenha repercutido na imprensa local, acabou divulgada no site do Sinpro-DF e em blogs de jornalistas independentes de Brasília. Resultado: em 15 de julho, quatro dias depois de a entrevista de Arruda ter sido publicada, a nota de empenho foi cancelada “tendo em vista conter erro no campo fonte de recursos”.


O contrato com a Editora Globo, de 4,9 milhões de reais, nada tem a ver com a distribuição de revistas e jornais. Firmado com a Secretaria de Educação em 20 de março passado, trata da aquisição de 239,2 mil livros “com o fito de compor o acervo bibliográfico” das 620 escolas públicas do Distrito Federal, até 31 de dezembro deste ano. A fonte pagadora é o salário-educação, gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do governo federal – aliás, onde também está hospedado o Fundeb.


Embora procurado pela reportagem de CartaCapital, o secretário de Educação do DF, José Valente, não pôde ser encontrado porque, de folga, estava “o máximo incomunicável”, segundo a assessora de imprensa Mônica Torreão. Coube, então, à secretária-adjunta, Eunice Santos, responder aos questionamentos, por e-mail, via assessoria. Segundo Eunice, em relação ao Correio Braziliense, a proposta original veio da direção do jornal, mas foi encampada pelo GDF por conta do “contexto histórico único” do periódico que “nasceu com a capital da República e que comemorará seu cinqüentenário na mesma data da inauguração de Brasília, em abril de 2010”.

De acordo com a secretária Eunice Santos, o projeto, intitulado “Leio e escrevo meu futuro”, foi amplamente discutido internamente em dois encontros – 18 de março e 25 de junho – com gestores, coordenadores e chefes de núcleos de monitoramento pedagógico das diretorias regionais de ensino do DF. Nas ocasiões, teria sido distribuído aos presentes a íntegra do projeto, assinado por Fábio Pereira de Sousa, gerente de ensino fundamental da secretaria. À CartaCapital, o editor-chefe do Correio Braziliense, Josemar Gimenez, demonstrou surpresa ao ser informado de que o projeto é patrocinado pelo Fundeb. “Não estou sabendo disso”, afirmou. “Sei do contrato para distribuição de jornais, mas não sabia que era pago com dinheiro do Fundeb”, reforçou Gimenez.

Procurados para falar sobre o enigma da sucessão no DF em 2010, o governador José Arruda não se dispôs a falar. Segundo Paulo Octavio, o acordo dependerá das circunstâncias políticas. “Este acerto não foi feito comigo, mas com o partido. E será o partido que vai decidir”, afirma o vice.

Por Leando Fortes - Carta Capital - 30.07.09

Prefeitura infla dado positivo sobre trânsito com restrição a fretado

A gestão Gilberto Kassab (DEM) divulgou dados errados que inflaram os ganhos no trânsito após a restrição aos ônibus fretados implantada nesta semana em São Paulo. No balanço oficial, a Secretaria Municipal dos Transportes divulgou ter havido uma redução de 70%
na média de congestionamentos das 7h às 8h30 de terça-feira (28), informa reportagem de Evandro Spinelli e Alencar Izidoro publicada na edição desta quinta da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Sérgio Malbergier: Eu quero o meu busão!
Técnicos admitem que Prefeitura não mapeou rota de fretados
Prefeitura de SP libera tráfego de fretados na av. Berrini

A versão oficial divulgada à imprensa dizia que a lentidão caiu de 40 km para 12 km, quando, na verdade, a queda foi de 30% --de 16,4 km para 11,5 km. A Folha identificou a comparação superdimensionada por ter acesso a alguns números oficiais mais completos das medições do trânsito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A pasta dos Transportes se nega a divulgar os dados oficialmente, mas admitiu ontem a falha após ser questionada pela reportagem.

Especialistas consideram que a avaliação do impacto da restrição dos fretados no trânsito só é possível de ser feita após semanas ou até meses de medição dos congestionamentos, devido às interferências que podem elevar ou reduzir a lentidão em dias isolados.

A prefeitura também inflou outros dados positivos da restrição aos fretados --neste caso, com estatísticas corretas, mas mudando a metodologia. O balanço oficial considerou, para efeito de cálculo do impacto das medidas no período da manhã, um intervalo de apenas uma hora e meia (das 7h às 8h30), enquanto a CET sempre usou a variação das 7h às 10h como a hora de pico da manhã. Os índices de lentidão começam a subir justamente a partir das 8h30.

Do Folha Online - 30.07.09

Povo Hondurenho pede a atenção internacional contra Golpistas

ACUERDO DE DUELO

El FRENTE NACIONAL CONTRA EL GOLPE DE ESTADO por este medio expresa sus más profundas muestras de pesar y solidaridad con la familia de PEDRO MAGDIEL MUÑOZ SALVADOR, por el brutal asesinato de que fue objeto por los aparatos represores del régimen golpista el día 25 de julio de 2009.

Asimismo, manifestamos nuestra indignación por este y los otros crímenes perpetrados por los golpistas y reafirmamos que estos crímenes no quedarán impunes.

Declaramos a PEDRO MAGDIEL MUÑOZ SALVADOR “HÉROE DE LA RESISTENCIA POPULAR”.

Acordamos entregar este pronunciamiento a la familia de Pedro Magdiel Muñoz y reafirmamos que su sangre no fue derramada en vano y que su ejemplo alimentará el espíritu combativo, de dignidad y victoria del pueblo hondureño.

Tegucigalpa M.D.C

Do Frente Nacional Contra El Golpe de Estado - 26.07.09

Director de Le Monde: Estamos frente a una contraofensiva brutal de la derecha

“Estamos frente a una contraofensiva brutal de la derecha en el continente (América Latina), y creo que el tema comenzó en Bolivia, y luego con el golpe de Estado en Honduras”, dijo este jueves el director del Le Monde Diplomatique, Omar Roberto Rodríguez.

En el programa Despertó Venezuela, que transmite Venezolana de Televisión, Rodríguez sostuvo que hoy es un hecho que el monopolio de la información es parte de la estrategia cotidiana de la derecha.

Señaló que para el caso venezolano se juegan metas de desafío institucional frente a las elecciones presidenciales de 2012.

Rodríguez argumentó que el presidente de Colombia, Álvaro Uribe, representó el factor político ligado al latifundio, al narcotráfico, y no existe un remplazo diferente a él.

Destacó Rodríguez que al imperio le conviene que siga Uribe siendo presidente. “Uribe nunca ha sido amigo de Venezuela”, agregó.

El director del diario Le Monde destacó que la instalación de las bases estadounidenses en Colombia es parte de la activación de la cuarta flota del imperio, lo que le permitirá tener control sobre todos los países de la región.

El periodista aseveró que en Colombia existe un terrorismo mediático manejado completamente por los poderes militares y políticos del país neogranadino.

“En Colombia, 50 mil hombres asesinados, dirigentes sociales, impide que el pueblo pueda ir madurando. En Colombia el movimiento social debe moverse a riesgo, sin logística”, agregó Rodríguez.

Destacó: “Esta alianza (entre Colombia y Estados Unidos) va a poner a prueba el nivel de conciencia de los venezolanos (...) América Latina sigue adelante, no le será fácil a la derecha”.

Caracas, ABN. - Da Agência Bolivariana de Notícias - 30.07.09

BOLSA-FAMÍLIA REDUZ A MIGRAÇÃO DO NORDESTE PARA RIO E SP!

O Governo do Presidente Lula vai passar a história como o maior de todos os tempos, nunca um presidente fez tanto para diminuir a pobreza e a injustiça social do país. Lula de origem nordestina, viveu as dores e os sofrimentos de um retirante em busca de uma nova vida em São Paulo e no Rio de Janeiro. Até o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia reconhece os efeitos positivos do Programa BOLSA FAMÍLIA, que José Serra condena e diz abertamente, caso eleito, vai ACABAR com o referido Programa. Leia abaixo matéria do blog do César Maia:
1. Os dados observados no censo de pequenos e médios municípios em 2007 já anotavam isso. As observações em centros de acolhimento e população de rua no Rio, idem. E as informações de matrículas em escolas e atendimentos em postos de saúde, confirmaram. É um efeito colateral positivo do Bolsa-Família. Os dados de crescimento de moradores em favelas e da população do Rio-Capital, extrapolados pelo IPP do censo parcial de 2007, só confirmam: 1,5% anual para favelas, 0,74% para a cidade e 0,58% para não-favela. A taxa de 1,5% se aproxima da taxa de natalidade que é, naturalmente, o piso.

2. Politólogo Marcos Costa Lima, Diretor do Núcleo de Estudos Regionais e do Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco. Uma das respostas à entrevista ao Caderno Aliás, do Estado de SP, 26/07. P: Mas quase não se ouve mais falar tanto de seca, de refugiados, como nos anos 70 e 80. R: O número de retirantes diminuiu. Hoje o pobre do interior tem condições, mínimas que sejam, de ficar. Ele não precisa fugir da seca, porque o dinheiro de programas como o Bolsa-Família e a previdência rural segura.

Por Daniel Pearl - Blog da Dilma - 30.07.09

A Monsanto não quer que o olho do consumidor veja tudo

Agrotóxicos

Repassando…

A multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar de mandado de segurança para impedir a distribuição da cartilha “O Olho do Consumidor” produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretendia padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor na sua escolha de alimentos realmente orgânicos.

O link do Ministério está “vazio” tendo sido retirado o arquivo do site.

Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força legal, estamos distribuindo eletronicamente a cartilha.

Se você concorda com a distribuição envie para os amigos e conhecidos.

Se você não concorda, simplesmente delete este e-mail.”A suposta página da discórdia

O link citado no email - este aqui, está funcionando. A informação já está correndo por aí – no INESC, nos comentários sugerindo pauta no

Conversa Afiada, no Transgênicos Não!, no Fórum de Economia Solidária – “Uma rede que está bombando na internet.”

Enquanto isso, a Monsanto diz que “não procedem os boatos” e “desconhece a origem dessa informação”, mas ao mesmo tempo diz que “se orgulha de ser líder em biotecnologia agrícola e acredita profundamente nos benefícios das culturas geneticamente modificadas [...]” (Parece que eles fazem um bom treinamento lá dentro, hein?)

De todo modo, tanto a discussão dos ôrgânicos quanto a discussão dos transgênicos procede (não vou confrontar estes com aqueles pois há mais possibilidades entre). E conhecimento vivo é o conhecimento compartilhado!

Por Trezentos - 30.07.09

Programa do CQC e humorista estão sendo acusados de racismo e preconceito

Então que um dos mocinhos do CQC, Danilo Gentilli, conseguiu reunir um monte de clichês racistas em um texto só. Até aí, o mundo se move e o céu é azul, né? Danilo só está se mostrando bom aluno em ”preconceito descolado”, prática extremamente comum no humor brasileiro — e, como discutíamos dias atrás, exercida com maestria pelo chefe dele, Marcelo Tas. Não há novidade aí.

Entretanto, o texto dele serve de ilustração para uma porrada de coisas que eu já critiquei aqui. Enquanto passava o olho pelos parágrafos, ia lembrando de vários dos meus posts antigos e pensando: “tá vendo? Era disso que eu estava falando!”. Então, se não se importam, vou fazer um cozidão de links aqui.

Para começar, o texto do Danilo exemplifica o que eu quis dizer, em maio, com “subjugação pelo riso“. Cada vez mais, enxergo o humor como uma das ferramentas mais poderosas de subjugação e de silenciamento. Não sei se é a mais poderosa de todas, mas o humor sem dúvida tem um atributo único: ele torna-se sério justamente porque não foi feito para ser levado a sério.

Me explico: com a piada, podemos dizer coisas que não teríamos coragem de falar seriamente. Podemos, assim, usar o humor como uma muleta. Desta maneira, idéias discriminatórias são transmitidas e reforçadas através das gerações — mas, quando alguém reclama, o autor da piada sempre pode se justificar, dizendo: “eeei, é apenas uma piada”. Sempre se pode esconder-se atrás da (pretensa) falta de seriedade e falta de relevância do humor. Mas o fato é que piadas são manifestações culturais como quaisquer outras. São um grande indicativo de como uma sociedade pensa e se enxerga. Logo, também elas podem (e devem) ser analisadas sociologicamente.

Também vejo no texto do Gentilli mais uma tentativa de retirar as coisas de seu contexto. O histórico escravocrata do Brasil só é relembrado no texto quando convém ao autor. Olha o tamanho do malabarismo retórico: Gentilli enxerga o cara que se afirma negro, que diz ter orgulho da sua cor, como um idiota — afinal, quem inventou o conceito de raça foram os brancos que o escravizaram.

Mas eu duvido que Gentilli seja burro a ponto de não compreender que um cara que se orgulha de ser negro está apenas reagindo a este passado de escravidão e a todas as mensagens que estimulam o negro a ter baixa auto-estima (entre as quais as piadas de Gentilli se incluem).

A intenção de Gentilli, portanto, é a mesma dos alunos da Anhembi-Morumbi que aparecem na primeira parte do documentário “café com leite ou água e azeite?” (o doc, aliás, derruba todo e qualquer argumento do humorista). A carta da ”democracia racial” não é retirada da manga para uma celebração. O discurso bonitinho da “caixa de lápis de cor” só é usado para impedir que os negros se afirmem como negros. Afinal, se eles não se reconhecerem como um grupo com uma situação específica, obviamente não vão se posicionar politicamente contra esta situação específica.

Veja que o Danilo também sequestra o discurso antropológico, dizendo que “raça não existe”. Pois é, não existe mesmo. Mas isso não quer dizer que a idéia de que ela exista tenha se dissipado do senso comum. Tampouco quer dizer que não existam pessoas que ainda acreditam que há raças superiores a outras. E muito menos quer dizer que não existam discriminações com base na “raça”. Não é novidade para ninguém que os negros levam desvantagem em termos de renda, de escolaridade, empregabilidade e por aí vai.

Logo, negar que a distinção de raça ainda importe, como se a gente JÁ VIVESSE num mundo de caixa de lápis de cor, é de uma ingenuidade gigantesca. Essa negação só pode mesmo ser feita por um cara branco, que não sofre na pele os efeitos do racismo. Como, para ele, cor da pele nunca foi um impeditivo de nada, então dá para negar que isso tenha importância. Queria ver se ele fosse negro. Aliás, cadê os humoristas negros do CQC? Já sabemos que Danilo não faria parte da trupe se fosse mulher. E se fosse negro?

Por Marjorie Rodrigues - 30.07.09

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Leia mais sobrre a questão do preconceito e racismo, ótima discussão

no blog de Túlio Vianna

Pré-sal: sucesso garantido

Em relação à matéria divulgada no Jornal Valor Econômico nesta terça-feira (28/7) sob o título “No pré-sal, 32% dos poços abertos são pouco viáveis”, a Petrobras esclarece que na região do pré-sal da Bacia de Santos, a taxa de sucesso é de 100%..
O mapa (área azul) com a área do pré-sal, que se estende pelas Bacias de Santos e Campos, não corresponde a um único campo de petróleo. Além da existência da rocha reservatório, a descoberta de um campo petrolífero decorre da identificação e ocorrência simultânea de uma série de fatores geológicos, os quais definem o posicionamento dos poços exploratórios em determinada bacia sedimentar..

Leia o comunicado divulgado hoje ao mercado de capitais da Petrobrás

Por Jussara Seixas - 30.07.09
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Leia mais sobre: Poço seco?

29 de jul. de 2009

Sobre estratégias

Por Eduardo Guimarães - 29.07.09

"está na hora de as forças políticas ... partirem para uma luta política dura e corajosa contra a coalizão tucano-pefelista-midiática"

Por mais que, às vezes, possa não parecer, sou uma pessoa altamente moderada. Minhas críticas a qualquer um podem ser veementes, mas sempre se situam acima da linha da cintura. Promovi manifestações públicas que reuniram centenas de pessoas e jamais houve qualquer tipo de queixa sobre a forma como eu e meus pares nos manifestamos.

Também sou um entusiasta da boa estratégia política, sobretudo quando é inteligente como a do presidente Lula, o único político brasileiro que conseguiu se imunizar contra os feitiços da imprensa tucana, mas só depois de ter sido acusado quase que diariamente por ela durante os últimos vinte anos (1989-2009).

Essa estratégia de Lula, porém, funciona para Lula, mas não necessariamente para todos no entorno dele, como se sabe. Na verdade, há dúvidas de que o presidente consiga transferir toda sua popularidade e sua imunidade a alguém.

Em São Paulo, por exemplo, esse poder falhou. Claro que foi em uma eleição regional, do tipo mais paroquial que há, onde a influência da política nacional mal toca a miríade de nuanças ali existentes. Mas, por outro lado, não está testado esse hipotético poder de Lula em qualquer outra esfera de poder.

Assim, apesar da minha moderação, acho que está na hora de as forças políticas que apóio partirem para uma luta política dura e corajosa contra a coalizão tucano-pefelista-midiática, na medida dos ataques que essa coalizão vem fazendo.

A estratégia de Lula para Lula

O presidente Lula é um homem de uma inteligência intuitiva e de um carisma que jamais vi em qualquer outro político. Quanto mais ele apanha da mídia e dos partidos – sempre com aquela serenidade, com aquela compostura, sem jamais perder a linha –, mais forte se torna.

Já disse aqui que acho que Lula se deixa vitimizar pelos adversários. Nem precisa se fazer de vítima, queixar-se ou sequer responder aos ataques que recebe, os quais, de tão baixos, chocam a qualquer um que tenha um mínimo de decência, como quando falam de seu defeito físico ou como quando o acusam de alcoólatra. Basta ele não reagir “à altura” ou se alterar.

É inteligente, esse homem. A sociedade brasileira passou duas décadas inteiras vendo-o ser acusado de tudo. Diziam que confiscaria a poupança em 1989 e foi seu adversário que confiscou; diziam que desvalorizaria o real se vencesse em 1998 e foi seu adversário quem fez; em 2002 diziam que faria o Brasil voltar a ter inflação e a regredir economicamente e ele fez o contrário.

Convenhamos, assim, que, além de sua inteligência política, Lula conta com grande ajuda de seus adversários. A injustiça contra ele é tanta que não dá para não nos solidarizarmos com ele.

A estratégia de Lula para não-Lulas

Porém, o presidente não pode esperar que ficar apanhando sorrindo e sendo cortês funcione também para os que o apóiam. Será preciso mostrar quem são os críticos não só de Dilma Rousseff, mas do partido de Lula e dos seus aliados. Será preciso dizer à sociedade que esses críticos são facciosos. E dizer escandindo cada letra da frase.

A estratégia da base de Lula para si mesma

Essa tem que ser diametralmente diferente da de Lula. Não dá mais para o PT, o PMDB e o resto dos partidos da base governista continuarem apanhando desse jeito. Devem representar contra aquilo que pesa à oposição no Senado, na Câmara, onde for. Devem denunciar seus adversários. E devem dizer que a mídia tem obrigação de fiscalizar os dois lados, inclusive onde a oposição federal é governo, seja estadual ou municipal.

A estratégia da sociedade

Mas não delegaremos os esforços de luta política somente aos políticos profissionais, pois somos todos, como direi?, “animais políticos” – não é assim que dizem os “entendidos”?

No parte que me toca desse latifúndio, digo a vocês que, em nome do Movimento dos Sem Mídia, no próximo mês farei nova manifestação ao Ministério Público Federal no âmbito da representação contra grupos de mídia na questão da epidemia inexistente de febre amarela que disseram que havia em janeiro do ano passado, o que provocou duas mortes e dezenas de internamentos por uso incorreto de vacina contra a moléstia.

Nessa representação, anexarei matéria da Folha de São Paulo publicada recentemente e as reações indignadas de especialistas e do próprio ombudsman do jornal qualificando tal matéria como alarmista, o que mostra que a demora da Justiça em julgar a representação do MSM está incentivando a imprensa a promover novos atos alarmistas, com os resultados que todos vimos recentemente nos hospitais públicos.

Além disso, o MSM está convencido de que o caso da ficha policial falsa da ministra Dilma Rousseff publicada pelo jornal Folha de São Paulo não pode ficar por isso mesmo. Admitir que falsifiquem documentos acusatórios contra qualquer brasileiro e, descoberta a farsa, que os que deram curso àquela difamação não respondam pelo crime que cometeram, é uma ameaça a todos, inclusive àqueles que hoje aplaudem esse tipo de crime.

Fórum da Cultura Digital será lançado sexta-feira

Por Rodrigo Savazoni - Os trezentos - 29.07.09

É com muito prazer que anunciamos, após um mês de intensos testes, o lançamento oficial do Fórum da Cultura Digital Brasileira e da plataforma www.culturadigital.br.

O evento de lançamento ocorre na próxima sexta-feira, em São Paulo, durante o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, o FILE. Como sabemos, esse é um processo político que pretende produzir, de forma colaborativa, uma política pública para o Brasil contemporâneo.

O lançamento será uma roda de conversa do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, com blogueiros e produtores de mídias sociais. A partir das 15 horas, Juca, acompanhado do Secretário Executivo, Alfredo Manevy, do Secretário de Políticas Culturais, José Luis Herencia, e do Gerente de Cultura Digital, José Murilo Jr. debaterá a cultura digital e explicará o que o Ministério pretende com a realização desse processo.

A conversação será transmitida ao vivo no endereço http://www.culturadigital.br/aovivo.

O Fórum da Cultura Digital Brasileira é um chamamento que o Ministério da Cultura e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa estão fazendo à sociedade civil. Ele terá eventos presenciais e deve se encerrar em novembro, em um grande evento, com a participação aberta a cidadãos interessados em como as tecnologias podem contribuir para melhorar a nossa sociedade.

A partir desta quinta-feira, a plataforma será aberta a tod@s os usuários.

Ajudem-nos a divulgar essa ação. Quem estiver em São Paulo, pinte por lá. E quem não estiver, participe do debate pela rede.

NÃO É FACIL

Não é fácil a situação dos senadores do PT, como mostra o desencontro entre as posições assumidas pelo líder Aloizio Mercadante e a executiva nacional do partido e do próprio Lula.

Certamente o que está em jogo na campanha da oposição e da mídia contra Sarney é debilitar o governo, rachar sua base de sustentação e enfraquecer o PMDB para inviabilizar o apoio a Dilma em 2010.

Nada disto tem a ver com ética, maracutaias ou privilégios e sim com ação sórdida que visa paralisar o governo e afastar a opinião pública das discussões sobre as escolhas essenciais para o país. É que nesse debate a oposição não tem nada a dizer e a ideologia neoliberal encontra maiores dificuldades para ser defendida pela mídia, seus argumentos não resistiram à crise.

Mas isto não significa que as maracutaias sejam inexistentes e que a opinião pública esteja errada em exigir o estabelecimento de padrões republicanos no funcionamento das instituições.

Os senadores do PT devem levar em conta essa opinião pública e encontrar mecanismos para desmontar a hipocrisia mediático-oposicionista, sem desencorajar a vontade ética que sensibiliza setores importantes da sociedade.

Esta tarefa parece fácil para os que recorrem ao “realismo” político, mesmo soando cinicamente aos ouvidos dos cidadãos, quando seus defensores não devem contas aos eleitores. Já quando se trata de senadores como Mercadante e Suplicy, todo cuidado é pouco e isto explica a atitude que eles assumem.

Isto não significa ceder à campanha oposicionista, nem vocação para ficar acima do muro e deixando para outros o “trabalho sujo”.

Mas é difícil ser ouvido no clima de radicalização, exagero e tartufaria que reina em Brasília e na mídia.

A postura de Mercadante risca de ser incompreendida. Não será aqui que receberá pedras.

Do Blog do LUIS FAVRE

28 de jul. de 2009

Enquanto as aulas não começam ... depois das férias, HELP !! - Usuários de fretados em SP dizem que vão voltar a usar carro

Começou a valer nesta segunda-feira (27) a medida que restringe a circulação de ônibus fretados em uma área de 70 quilômetros quadrados dentro da cidade de São Paulo. O que foi adotado para tentar melhorar o trânsito da capital paulista pode mesmo é piorar. Após o primeiro dia, muitos usuários já pensam na possibilidade de tirar o carro da garagem. Reportagem de Daniela Paixão.

Fretados Vão a justiça contra restrições em SP; protestos fecham marginal

UOL notícias/fotos - 27.07.09
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo e região (Transfretur) informou nesta segunda-feira (27) que a categoria entrou na Justiça contra as restrições ao transporte fretado na capital paulista, que começaram a vigorar hoje.
O sindicato afirma não ter conseguido diálogo com a Prefeitura de São Paulo. De acordo com Regina Rocha, assessora jurídica do sindicato, "diante dos acontecimentos dos últimos dias e a publicação da Portaria 058/09, outro caminho não nos restou senão propor uma ação judicial para questionar a medida e assegurar aos nossos associados o direito de cumprir seus contratos".
Por volta das 18h, manifestantes bloquearam a marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, altura da estação Berrini (Leia mais na Folha Online). Há manifestantes também na avenida dos Bandeirantes e na Ricardo Jafet.

O Transfretur divulgou ainda que representa o pleito dos demais sindicatos da categoria -Sinfrecar, Sinfret, Setfret, Sinfresan, Sinfrepass, Sinfrevale. "Na ação, todos os sindicatos figuraram como autores, para provar que os reflexos da medida restritiva atingem as empresas e contratos de todo o Estado de São Paulo e não apenas da capital. Os resultados da demanda serão estendidos a todo Estado", diz em nota.

Ainda segundo o sindicato, a decisão deve ser da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que concedeu 72 horas para que a prefeitura se pronuncie sobre o pedido.

Veja no infográfico como utilizar o transporte com as novas regras:
Ainda segundo o sindicato, a decisão deve ser da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que concedeu 72 horas para que a prefeitura se pronuncie sobre o pedido.