30 de set. de 2009

Noam Chomsky critica os EUA e elogia o papel do Brasil na crise de Honduras

Brasil ficou acima das expectativas; EUA não usaram 'todas as armas'.
Linguista e professor do MIT falou ao G1 em entrevista exclusiva.

Giovana Sanchez - Do G1 - 30.09.09

Ter apoiado o presidente deposto de Honduras e ter dado abrigo a ele em sua Embaixada, fez com que o Brasil assumisse uma posição de destaque no confronto de Manuel Zelaya com o governo interino hondurenho. "Um papel admirável", avaliou o linguista e teórico Noam Chomsky, em entrevista exclusiva ao G1, por telefone.

O professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) criticou a "fraca" ação norte-americana na crise da América Central.

Honduras passa por um conflito diplomático e político após um golpe de Estado que retirou do poder o presidente eleito, Manuel Zelaya, em 28 de junho. No dia 21 de setembro, ele voltou ao país de surpresa e se abrigou na Embaixada Brasileira, criando um impasse que dura até esta quarta-feira (30).

Chomsky publicou mais de 80 obras e desenvolveu uma teoria que revolucionou o estudo da linguística. Ele foi um dos ferozes críticos da Guerra do Vietnã, entre 1959 e 1975, e tem extensos trabalhos que criticam a política externa norte-americana. Após os atentados do 11 de Setembro, fez em seu bestseller "9-11" uma análise polêmica dos ataques, condenando tanto os seus autores como os EUA, a quem chamou de "principal nação terrorista" do mundo.

Leia a íntegra da entrevista:

G1 - O senhor acredita que os Estados Unidos apoiaram o golpe em Honduras? Qual tem sido o papel do país nessa crise?

Chomsky - Esse golpe foi incomum, e os Estados Unidos não o apoiaram abertamente. O país se juntou à Organização dos Estados Americanos (OEA) e a outras potências na crítica, mas fez isso de uma maneira fraca - não retiraram seu embaixador, como outras nações fizeram, por exemplo. Também se recusaram a chamar de golpe, o que envolveria cortar muitas ajudas, e não usaram nada de sua capacidade para restaurar a democracia.

Os militares de Honduras são muito ligados aos EUA. Aliás, os americanos usam uma base no país. Após a volta de Zelaya, os Estados Unidos passaram a criticar abertamente Zelaya, e seu embaixador na OEA o chamou de irresponsável. Não diria que o país apoia o golpe, mas, com certeza, não está fazendo algo para se opor. Há fortes segmentos dos Estados Unidos que até são a favor do golpe. A história de que Zelaya queria mudar a Constituição é um pretexto, Zelaya estava aumentando o salário mínimo, introduzindo programas que beneficiariam os pobres, e a pequena elite rica do país não gostou nada daquilo.

Leia também: EUA não mudaram de opinião no caso de Honduras, diz Departamento de Estado

Foto: AFP

O linguista e professor do MIT tem mais de 80 livros publicados (Foto: AFP)

G1 - Como o senhor analisa a atitude do Brasil e da Venezuela em relação a Honduras hoje?

Chomsky - Acho que a atitude do Brasil tem sido muito admirável. Ao acolher Zelaya, o país se colocou numa posição a favor da democracia, e é claro que o que o Brasil faz é extremamente importante, pois é o principal país da América Latina.

O caso da Venezuela não é surpreendente, já que Zelaya já era um aliado de Chávez (o presidente Hugo Chávez), então o país se definiu fortemente contrário ao golpe, o que acho que é a posição correta.

G1 - O senhor acha que a volta de Zelaya mudou alguma coisa na dinâmica da organização diplomática na América Latina?

Chomsky - Acho que mudou muito. Os golpistas estão enfrentando uma pressão internacional, da OEA e de maneira mais fraca dos EUA, e agora eles estão caminhando para um confronto direto com o Brasil. Acredito que eles irão recuar. E é uma vergonha que os Estados Unidos não estejam tomando uma atitude mais forte nesse sentido, pois acredito que, se isso acontecesse, o golpe já teria acabado.

Leia ainda: Para 'Time', Brasil é 'primeiro contrapeso real aos EUA no Ocidente'

A questão crucial vai aparecer em novembro. Porque o que os golpistas estão tentando fazer é manter a situação até as eleições para tentar convencer o mundo de que a eleição é legítima e que isso deveria acabar com a questão. Mas claro que ela não será legítima, não com um governo que foi ao poder por um golpe militar. E a questão crucial vem depois: os EUA irão aceitar o resultado de uma eleição feita por um governo golpista?

G1 - E o que o senhor acha que acontecerá?

Chomsky - Espero que os Estados Unidos recusem, mas não tenho certeza. Acho que os EUA têm simpatia pelo golpe, eles não gostavam dos passos que Zelaya estava dando. Acho que os EUA estão vendo isso como um conflito entre dois grupos opositores que têm diferentes interpretações da lei, e não como um golpe que retirou um presidente eleito do país e o expulsou do país.

G1 - Ainda falando de América Latina, mas sobre a Colômbia. Recentemente tivemos um grande debate sobre a possibilidade do uso de bases militares da Colômbia pelos Estados Unidos, o que foi rechaçado pelos vizinhos sul-americanos. O senhor acha que a Colômbia precisa de ajuda para conter o narcotráfico ou isso seria uma desculpa para a entrada dos Estados Unidos no continente?

Chomsky - Não acredito que seja, quero dizer, o narcotráfico é um pretexto. Há alguns dias, o Panamá permitiu que bases sejam usadas pelos EUA em seu território. Mas isso é uma das coisas que têm acontecido - o treinamento de oficiais militares na América Latina aumentou consideravelmente.

No caso da Colômbia, se você analisar os documentos, especialmente um de abril passado, eles descrevem a base como um sistema geral de vigilância e controle da América Latina, que faz parte de um sistema instalado em outras partes do mundo. Ou seja, é muito maior do que qualquer coisa relacionada ao narcotráfico.

Chomsky fez uma visita à Venezuela e ao presidente Hugo Chávez em 24 de agosto (Foto: AFP)

O controle americano sobre a América Latina tem diminuído. Os métodos tradicionais de controle, violência e estrangulamento econômico têm perdido eficácia. Eles ainda existem, mas não como antes. Os EUA estão sendo expulsos de muitos lugares, o Equador foi o último.

Por muitos anos, os americanos têm tentado restabelecer sua dominação. Relembrando, existe uma posição tradicional do país que relembra sua fundação e que diz que os EUA precisam controlar a América Latina.

Sobre o narcotráfico, é interessante como a questão está até sendo discutida! Vamos supor que a China, por exemplo, coloque bases militares no México para conduzir uma guerra química contra Kentucky, Tennessee e Carolina do Norte e envie oficiais para garantir que os Estados Unidos acabem com a produção de tabaco. Nós iríamos rir disso, não iríamos nem discutir. Isso existe pela lógica imperialista que nós nem discutimos.

Além disso, uma comissão de estudos composta por países latino-americano concluiu que a briga contra as drogas é falida. Estudos nos EUA mostraram que oferecer tratamento é bem mais efetivo do que fazer essas operações fora dos países. Apesar de saber disso, o governo continua ano após ano investindo dinheiro. Só há duas opções: eles são loucos ou têm outras intenções.

Leia também: G1 conta a história do narcotráfico

G1 - Como o senhor avalia a criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de que forma ela mudou as relações da América Latina com os Estados Unidos?

Chomsky - A Unasul é um desenvolvimento muito importante. Pela primeira vez desde a conquista europeia, a América Latina começou a se mover rumo a uma integração. Essas instituições, além de aumentar as relações entre os países, são importantes porque as nações nunca serão capazes de se defender sozinhas. Na reunião em Santiago, no ano passado, Evo Morales agradeceu o apoio após um referendo que confirmou seu poder (e teve grande oposição por parte de governantes que realizaram consultas para se separar do país) e disse que aquela era a primeira vez que a América Latina tomou seus assuntos nas suas próprias mãos sem a interferência dos EUA.

G1 - Até hoje, os movimentos esquerdistas da América Latina foram estabelecidos seguindo as bases democráticas - presidentes foram eleitos ou mantidos no poder por referendos. Por que o senhor acha que esses governos assustam tanto as grandes potências?

Chomsky - A democracia é muito desapreciada pelas potências por muito boas razões, e a principal é porque a democracia neutraliza o poder, e as potências querem o poder em suas mãos. Os EUA derrubaram governos democráticos de muitos países, e o Brasil é um dos vários exemplos. Os governos democráticos são vistos como ameaças.

A administração Obama pune dois países na America Latina, Bolívia e Venezuela, argumentando que eles não fazem nada contra o narcotráfico. Mas o México, na fronteira americana, é um dos principais centros de narcotráfico! Isso são só armas contra governos democráticos de quem os EUA não gostam.


28 de set. de 2009

PIG - (Partido da Imprensa Golpista) - Significado


  Partido da Imprensa Golpista ou Mídia Golpista (PIG*)
O Partido da Imprensa Golpista (PIG) é um termo que surgiu entre os internautas brasileiros em 2007 para caracterizar a grande mídia. O termo foi popularizado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog Conversa Afiada. Amorim, quando utiliza o termo, escreve com um i minúsculo para se referir ao portal iG, de que foi abruptamente demitido em 18 de março de 2008, no que descreve como um processo de "limpeza ideológica". O termo ganhou tanta notoriedade que fez parte de um discurso do deputado federal pernambucano Fernando Ferro, do Partido dos Trabalhadores, em que sugeriu que Arnaldo Jabor assumisse o cargo de presidente do PIG.[1]
O termo também é constantemente utilizado pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha[2] e Rodrigo Vianna em seus blogs, que também ajudaram em sua popularização.

Índice

[esconder]

Definição

O termo é utilizado de forma genérica e pejorativa para se referir ao jornalismo praticado pelos grandes veículos de comunicação do Brasil, que seria demasiadamente conservador e que estaria tentando derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros de seu governo de forma constante. Considerando que pig é "porco" em inglês, a conotação pejorativa do termo pode ser maior do que já é.
De acordo com Amorim, o termo PIG pode ser definido da seguinte forma: "Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o PiG, Partido da Imprensa Golpista".[3]

Quem compõe o núcleo do PiG

Segundo a blogosfera, os principais meios de comunicação que estariam à base do PiG, seriam quatro grandes grupos midiáticos importantes. Por ordem: a TV Globo e o jornal O Globo, da família Marinho, o jornal Folha de S. Paulo, da família Frias, o jornal O Estado de São Paulo e a revista Veja, da Editora Abril, da família Civita.

Referências

  1. Deputado sugere Partido da Imprensa com Jabor na presidência. Vermelho (20 de setembro de 2007). Página visitada em 29 de abril de 2009.
  2. AZENHA, Luiz Carlos (26 de abril de 2009). O PIG apanha nas urnas. Desta vez no Equador. Vi o Mundo. Página visitada em 29 de abril de 2009.
  3. AMORIM, Paulo Henrique (28 de abril de 2009). O PiG a caminho do túmulo. Conversa Afiada. Página visitada em 29 de abril de 2009.

Ligações externas

27 de set. de 2009

Emir Sader: Duas trajetórias distintas

Em que mãos você gostaria que estivesse o Brasil? Qual o verdadeiro diploma que cada um tem e que conta para construir um país justo, soberano e humanista?

Nas horas mais difíceis se revela a personalidade – as forças e as fraquezas - de cada um. Os franceses puderam fazer esse teste quando foram invadidos e tinham que se decidir entre compactuar com o governo capitulacionsista de Vichy ou participar da resistência. Os italianos podiam optar entre participar da resistência clandestina ou aderir ao regime fascista. Os alemães perguntam a seus pais onde estavam no momento do nazismo.

No Brasil também, na hora negra da ditadura militar, formos todos testados na nossa firmeza na decisão de lutar contra a ditadura, entre aderir ao regime surgido do golpe, tentar ficar alheios a todas as brutalidades que sucediam ou somar-se à resistência. Poderíamos olhar para trás, para saber onde estava cada um naquele período.

Dois personagens que aparecem como pré-candidatos à presidência são casos opostos de comportamento e daí podemos julgar seu caráter, exatamente no momento mais difícil, quando não era possível esconder seus comportamentos, sua personalidade, sua coragem para enfrentar dificuldades, seus valores.

José Serra era dirigente estudantil, tinha sido presidente do Grêmio Politécnico, da Escola de Engenharia da USP. Já com aquela ânsia de poder que seguiu caracterizando-o por toda a vida, brigou duramente até conseguir ser presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo e, com os mesmos meios de não se deter diante de nada, chegou a ser presidente da UNE.

Com esse cargo participou do comício da Central do Brasil, em março de 1964, poucas semanas antes do golpe. Nesse evento, foi mais radical do que todos os que discursaram, não apenas de Jango, mas de Miguel Arraes e mesmo de Leonel Brizola.

No dia do golpe, poucos dias depois, da mesma forma que as outras organizações de massa, a UNE, por seu presidente, decretou greve geral. Esperava-se que iria comandar o processo de resistência estudantil, a partir do cargo pelo qual havia lutado tanto e para o qual havia sido eleito.

No entanto, Serra saiu do Brasil no primeiro grupo de pessoas que abandonou o país. Deixou abandonada a UNE, abandonou a luta de resistência dos estudantes contra a ditadura, abandonou o cargo para o qual tinha sido eleito pelos estudantes. Essa a atitude de Serra diante da primeira adversidade.

Por isso sua biografia só menciona que foi presidente da UNE, mas nunca diz que não concluiu o mandato, abandonou a UNE e os estudantes brasileiros. Nunca se pronunciou sobre esse episódio vergonhoso da sua vida.

Os estudantes brasileiros foram em frente, rapidamente se reorganizaram e protagonizaram, a parir de 1965, o primeiro grande ciclo de mobilizações populares de resistência à ditadura, enquanto Serra vivia no exílio, longe da luta dos estudantes. Ficou claro o caráter de Serra, que só voltou ao Brasil quando já havia condições de trabalho legal da oposição, sem maiores riscos.

Outra personalidade que aparece como pré-candidata à presidência também teve que reagir diante das circunstâncias do golpe militar e da ditadura. Dilma Rousseff, estudante mineira, fez outra escolha. Optou por ficar no Brasil e participar ativamente da resistência à ditadura, primeiro das mobilizações estudantis, depois das organizações clandestinas, que buscavam criar as condições para uma luta armada contra a ditadura militar.

No episódio da comissão do Senado em que ela foi questionada por ter assumido que tinha dito mentido durante a ditadura – por um senador da direita, aliado dos tucanos de Serra -, Dilma mostrou todo o seu caráter, o mesmo com que tinha atuado na clandestinidade e resistido duramente às torturas. Disse que mentiu diante das torturas que sofreu, disse que o senador não tem idéia como é duro sofrer as torturas e mentir para salvar aos companheiros. Que se orgulha de ter se comportado dessa maneira, que na ditadura não há verdade, só mentira. Que ela e o senador da base tucano-demo estavam em lados opostos: ela do lado da resistência democrática, ele do lado da ditadura, do regime de terror, que sequestrada, desaparecia, fuzilava, torturava.

Dilma lutou na clandestinidade contra a ditadura, nessa luta foi presa, torturada , condenada, ficando detida quatro anos. Saiu para retomar a luta nas novas condições que a resistência à ditadura colocava. Entrou para o PDT de Brizola, mais tarde ingressou no PT, onde participou como secretária do governo do Rio Grande do Sul. Posteriormente foi Ministra de Minas e Energia e Ministra-chefe da Casa Civil.

Essa trajetória, em particular aquela nas condições mais difíceis, é o grande diploma de Dilma: a dignidade, a firmeza, a coerência, para realizar os ideais que assume como seus. Quem pode revelar sua trajetória com transparência e quem tem que esconder momentos fundamentais da sua vida, porque vividos nas circunstâncias mais difíceis?

Por Emir Sader - Portal do Vermelho - 27.09.09

26 de set. de 2009

Serra é vaiado por professores no interior de São Paulo


Professores protestavam por reajuste de salários; governador tucano classificou críticas como 'trololó petista' Sandro Villar, da Agência Estado PRESIDENTE PRUDENTE, SP
São Paulo, José Serra (PSDB), foi vaiado nesta sexta-feira, 25, durante evento em Presidente Prudente, interior do Estado. Mesmo sob os aplausos de aproximadamente 200 pessoas - levadas por prefeitos e deputados da região -, um grupo de 50 professores em campanha por reajuste salarial conseguiu incomodar o tucano.
"É um trololó petista", reagiu o governador, referindo-se aos manifestantes. Durante seu discurso, o governador reclamou da gritaria. "É uma amolação à paciência de quem discute os problemas da região." Impedidos por uma barreira de policiais, os manifestantes, que ficaram a uma distância de 100 metros do palanque e portavam faixas com severas críticas ao sistema educacional no Estado, foram proibidos de se aproximar de Serra. Eles pretendiam entregar ao governador um documento com as reivindicações da categoria.
"Serra mentiroso, Educação já tá no poço" e "Serra sem ação, não valoriza a Educação", eram as palavras de ordem dos professores. O coordenador regional da Apeoesp, Alberto Bruschi, foi irônico. "Vamos dar as 'boas-vindas' ao governador e agradecer o mal que ele tem feito à educação e aos professores. O reajuste era para ter sido dado ontem. Nós estamos aproximadamente há 14 anos sem saber o que é reajuste salarial", atacou.
Sucessão - Durante o evento, em que inaugurou melhorias no aeroporto da região, Serra admitiu que, se fosse eleito presidente da República, sua prioridade seria o desenvolvimento. "Para ser eleito primeiro eu preciso ser candidato e isso só vai ser definido mais para a frente", ressaltou. Serra não quis comentar sobre os possíveis candidatos a vice na chapa tucana. "Discutir o vice agora seria um exagero completo", desconversou.
Inaugurações - Atrasado em mais de uma hora, Serra deixou Presidente Prudente e foi para Osvaldo Cruz, onde entregou o trecho reformado de 44 quilômetros da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, entre Iacri e Adamantina. A obra custou de R$ 43 milhões. O governador encerrou o dia em Pauliceia. Lá, ele inaugurou a ponte Mário Covas sobre o Rio Paraná, ligando São Paulo e Mato Grosso do Sul. Com extensão de 1,7 quilômetro, a ponte, que começou a ser construída em 2001, custou mais de R$ 160 milhões, sendo 80% da verba do governo federal.

Por Jussara Seixas - Blog da Dilma - 25.09.09

25 de set. de 2009

Divulguem - Programa Nova Africa, na TV Brasil

Por Conceição de Oliveira - 25.09.09

Nova África é a nova série jornalística da TV Brasil (http://www.tvbrasil.org.br/) que estreou dia 25/09/2009 e é exibida todas as sextas às 22 hs (com reprise nas segundas-feiras às 20 hs) foi produzida pela Baboonfilmes, produtora independente, vencedora do edital público promovido pela TVBrasil/EBC.

A série tem como objetivo retratar o continente africano da perspectiva dos africanos. Como escreveu o autor Mia Couto, a África vive uma tripla condição restritiva: prisioneira de um passado inventado por outros, amarrada a um presente imposto pelo exterior e, ainda, refém de metas que lhe foram construídas por instituições internacionais que comandam a economia.

Nesta série os africanos narram seus problemas e soluções: trabalhadores, políticos, assim como intelectuais, artistas e ativistas sociais africanos, cujas vozes e idéias estão quase ausentes no cotidiano dos brasileiros são nossos entrevistados.

Vários países africanos foram e estão sendo visitados e priorizamos os países com os quais o Brasil - pelas relações históricas estabelecidas ao longo de séculos - tem maiores afinidades culturais e econômicas, além dos acordos de cooperação firmados na atualidade.

Informamos, ainda, que temos um blog que pretendemos tornar um espaço de diálogo entre a equipe e o público em geral sobre o continente africano. Vamos disponibilizar fotos, textos, vídeos e publicarmos comentários. o endereço é www.tvbrasil.ebc.com.br/novaafrica


Ficha Técnica
Direção Geral: Henry Daniel Ajl e Luiz Carlos Azenha
Direção de Fotografia: Markus Bruno
Projeto editorial: Luiz Carlos Azenha e Conceição Oliveira
Coordenação de Produção: Tatiana Barbosa
Reportagem: Aline Midlej
Produção: Paulo Eduardo Palmério
Assistentes de produção: Erica Teodoro, Yuri Gonzaga
Montagem: Marco Korodi, Augusto Simões
Roteiro programa estréia: Eduardo Prestes Diefenbach
Roteiro: Angela Canguçu
Consultoria Histórica: Conceição Oliveira
Finalização Gráfica: Fernando Clauzet
Trilha Original e Mixagem: Rafael Gallo
Coordenação de Pós-produção: Eduardo Prestes Diefenbach
Narração: Phil Miler
Narração "Os Lusíadas" de Luís Vaz de Camões: Gero Camilo
Agradecimentos a: Carlos Serrano, Rita Chaves e Adelto Gonçalves.
Aline veste: Kailash e Neon

Produtora: BaboonFilmes: http://www.baboon.com.br/
Categoria: Educação

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A seguir um artigo do Diretor Luiz Carlos Azenha a respeito da nova série

Como vai ser a série Nova África

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A repórter Aline Midlej faz anotações ao sair de um vilarejo dos Himba quase na fronteira da Namíbia com Angola, na África. Notem o braço avermelhado dela. Uma mulher Himba aplicou na repórter a mistura de gordura e ocre que tinge as mulheres himba de vermelho.

por Luiz Carlos Azenha

Nos próximos dias pretendo apresentar a vocês um projeto do qual orgulhosamente faço parte. Trata-se da revista Nova África, que estréia dia 25 de setembro, 10 da noite, na TV Brasil. Uma série de 26 programas semanais em que uma equipe da Baboon Filmes viaja pela maior parte do continente.

Mas, antes, uma explicação: a Baboon Filmes disputou uma concorrência pública com várias produtoras de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília -- todas interessadas em fazer o projeto. E venceu. A Baboon pertence a dois jovens empresários de São Paulo, Henry Ajl e Markus Bruno, ambos repórteres cinematográficos. Fui convidado pela produtora para escrever o projeto editorial, o que fiz em parceria com a historiadora Conceição Oliveira. E, depois de 28 anos como repórter de televisão -- comecei em 1980, na TV Bauru, da Rede Globo -- faço minha estréia como diretor.

Na verdade integro uma equipe de feras, uma mistura de gente que tem grande experiência no ramo, como eu, e de novatos como a repórter Aline Midlej. Estou certo de que vocês vão se encantar com a Aline. É uma mulher batalhadora e dedicada, que ontem estava com o Henry em algum lugar do Congo, a caminho de um encontro com os pigmeus na região fronteiriça com Ruanda. Como a maioria dos brasileiros afrodescendentes, ela tem poucas informações sobre suas raízes na África. Nossa idéia foi colocá-la não só como repórter, mas também como personagem dessa descoberta, que é de muitos.

Para todos os envolvidos no projeto, aliás, tem sido uma descoberta. Quando eu comecei a me interessar pela África eu ainda morava nos Estados Unidos. Fui notando aos poucos que quase toda a historiografia refletia o olhar europeu sobre um continente partilhado pelas potências européias no auge do imperialismo mercantil. E que, mesmo títulos recentes, embora descartassem o racismo mais aberto, estavam impregnados de preconceito. Notei que quase não existia nada escrito em português sobre a rebelião Mau-Mau no Quênia, a matança dos Herero no que hoje é a Namíbia ou os crimes do rei Leopoldo no Congo. Pela dimensão dessas tragédias, há pouco escrito sobre esses temas mesmo em inglês.

Com certeza, não é por acaso. Descobri também que quando os europeus buscaram ocupar fisicamente o território africano, em nome do "comércio, cristianismo e civilização", se esforçaram para apagar a história da África e descrevê-la como território dos "bárbaros". Os negros como símbolo de barbárie era do que os europeus precisavam para justificar a expropriação das terras, a exploração dos recursos naturais e a implantação de regimes racistas, dos quais o da África do Sul se tornou símbolo, embora vários tenham sido tão perversos quanto o dos africâners.

Entendendo episódios como a rebelião Mau Mau e outros eventos que podemos classificar grosseiramente na categoria de lutas de resistência, cresce a admiração pelas estratégias que os africanos adotaram para preservar sua cultura e tradição. Foi o que vimos, por exemplo, na ilha de Moçambique, com o povo Macua. Os Macua reciclaram as influencias que "desembarcaram" na costa de Moçambique mas nunca perderam a energia vital -- podemos vê-la hoje por aí, nas ruas do Rio de Janeiro e Salvador.

A África real também é surpreendente por não se encaixar na África "da diáspora". Como observou com propriedade o pintor moçambicano Naguib, numa entrevista que gravamos com ele em Maputo, os afrodescendentes muitas vezes idealizam, à distância, uma África que já não existe mais. E resistem bravamente a qualquer fato que não se encaixe nesse mundo idealizado, em que a cor de pele é definidora de quem é "herói" e quem é "vilão".

Modestamente, aos poucos, pretendemos dar conta dessa complexidade, ouvindo especialmente os protagonistas que o Jornalismo em geral relegou ao papel de "coadjuvantes exóticos": os próprios africanos.

23 de set. de 2009

A população tem que lutar, o Pré-Sal é nosso, da educação etc. 'Lobby preguiçoso' flagrado em ação anti-Petrobras no pré-sal

O jornal Folha de S.Paulo fez uma relevante denúncia à opinião pública nesta sexta-feira (18), embora tenha disfarçado conscienciosamente seu conteúdo, atrás do título Oposição "clona" emenda de petrolíferas. O Portal Luiz Nassif deu sua contribuição com um título mais revelador O lobby preguiçoso. Faltou dizer para quem trabalha o lobby preguiçoso: contra a Petrobras, a favor dos interesses privados petroleiros, nacionais e multinacionais.

Por Bernardo Joffily

Aleluia: um carlista contra os "privilégios" e "discriminação"

O texto de Ranier Bragon, Fernanda Odilla e Valdo Cruz, da sucursal da Folha em Brasília, informa sobre pelo menos três participantes do lobby preguiçoso:

"Três deputados federais de oposição apresentaram separadamente emendas aos projetos do pré-sal que, além de coincidirem com os interesses das grandes empresas do setor petrolífero, têm redação idêntica."

"José Carlos Aleluia (DEM-BA), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Eduardo Sciarra (DEM-PR) sugeriram em suas emendas diversas modificações às propostas do governo, entre elas uma das bandeiras das gigantes do petróleo: a de que a Petrobras não seja a operadora exclusiva dos campos."

Sobre chipanzés e deputados

Dos três deputados, o mais conhecido é Aleluia, vice-líder do DEM na Câmara e militante do Grupo Carlista na Bahia. A sua emenda que questiona a participação da Petrobras nos termos dos projetos enviados pelo presidente Lula está disponível na internet (clique aqui para ver). É dela a afirmação de que "a previsão legal de um monopólio ou reserva de mercado para a Petrobras não se justifica em hipótese alguma", citada pelo jornal e copiada pelos outros dois parlamentares. Para Aleluia, trata-se de "privilégios" e "discriminação injustificada".

A possibilidade de um chipanzé, usando uma máquina de escrever, reproduzir o Hamlet de Willam Shakespeare já ocupou filósofos e estatísticos. A chance de três deputados coincidirem por acaso na apresentação de emendas idênticas é mais ou menos semelhante.

Mas a preguiça dos lobistas é apenas uma curiosidade no episódio. A verdadeira denúncia reside nos interesses que eles estão representando. Diz a reportagem:

"O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), que reúne as principais empresas do setor, confirmou que procurou em Brasília lideranças de oito partidos, entre quarta e ontem, mas negou a autoria das emendas 'clonadas', embora o teor coincida com o que o setor defende."

O IBP em ação: site devagar, lobby a toda

O desmentido partiu do presidente do IBP, João Carlos França de Luca. De Luca, que já trabalhou na Petrobras, preside igualmente a filial no Brasil da multinacionall espanhola Repsol, que abocanhou a petroleira argentina YPF quando de sua privatização e é uma das "sócias patrimoniais" do IBP. Nesta categoria incluem-se também a Chevron (ex-Standart Oil), dos EUA, a Shell, anglo-holandesa, assim como a Braskem, petroquímica de capital brasileiro, com participação da empreiteira Oderbrecht.

A própria Petrobras também é "sócia patrimonial" do IBP. O que não impede o instituto de estar em campanha contra o papel de destaque que o governo Lula pretende dar à estatal no marco regulatório do pré-sal.

O IBP torce o nariz para todas as principais balizas dos projetos enviados pelo governo em 31 de agosto: regime da partilha para a exploração do pré-sal; indicação da Petrobras como empresa operadora; pelo menos 30% de participação da empresa criada pela campanha 'O Petróleo é Nosso'; e criação de uma nova empresa 100% estatal, a Petro-Sal, para gerir a megajazida petrolífera em águas ultaprofundas.

O IBP lançou até um novo site (clique para ver), especificamente dedicado ao pré-sal, embora com atualização precária. Mas o lobby do instituto no Congresso Nacional parece bem mais ágil do que o site, e menos preguiçoso que os parlamentares que alicia.

"Trabalhamos durante todos esses dias. Começamos a nos movimentar no Congresso, e de maneira institucional, porque o IBP é apartidário. Queremos tornar públicas nossas emendas para todos os partidos. Tinham partidos dispostos a acatá-las integralmente, outros estavam analisando", disse de Luca na Folha.

"Coincidem com os interesses das grandes empresas"


O IBP não entrega quem é o autor do texto único das emendas apresentadas pelos três deputados. Os próprios parlamentares desconversam. Mas a reportagem do jornal sustenta a denúncia:

"Segundo a Folha apurou, as emendas clonadas eram parte de versões preliminares preparadas por petrolíferas e repassadas aos deputados por consultores e representantes de empresas. As emendas entregues oficialmente aos parlamentares pelo IBP têm redação diferente, mas teor idêntico nas propostas de mudanças. Além dos três deputados, outras emendas que coincidem com os interesses das grandes empresas foram apresentadas por outros parlamentares, como Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM, e Arnaldo Jardim (PPS-SP)."

Depois que Lula retirou o pedido de urgência para os projetos do pré-sal, esse tipo de interesse ganhou mais fôlego para se movimentar e influir sobre a tramitação. E a informação da Folha mostra que estes não perderam tempo. Se os herdeiros da bandeira de "O Petróleo é Nosso' não abrirem o olho, vão desnaturar o marco regulatório em nome dos interesses privados petroleiros.

Do Portal do Vermelho - 18.09.09
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Leia mais

A importãncia do Pré-Sal para a educação e outros fins sociais, a opinião
de professores, jornalistas (importante).

Teatro na Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato

Fonte Catraca Livre - 21.09.09

Em comemoração do Ano da França no Brasil, a Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato apresenta programação especial que tem como tema a literatura infantil francesa: Charles Perrault e La Fontaine em Monteiro Lobato. De 21 a 25 de setembro, com entrada Catraca Livre.

Programação Teatral

Fabulinhas (Dias 22 e 24, às 15h)

Intervenções teatrais das fábulas de La Fontaine adaptadas por Lobato. Grupo Timol.

As fábulas e a infância: Educação e cultura (Dia 23, às 14h)

Com as professoras Azilde Andreotti e Ana Lúcia Brandão. Mediação: Nelson Somma Jr.

Mesa-redonda sobre a influência das fábulas na literatura infantil e na educação. Haverá apresentação da peça Fabulinhas, do Grupo Timol, durante os intervalos.

Narração de histórias de Charles Perrault

Contos de fadas recontados por Charles Perrault na França do século 17. As narrações ocorrem em sala da ambientada com mapas e fotos da França.

É necessário fazer agendamento pelo telefone: 3256-4438.

A Gata Borralheira (Dia 21, às 10h)

Com Maria Haila de Oliveira.

Rquette Topetudo (Dia 22, às 14h)

Com Maria Cecília Coscia Graner.

Os Presentes das Fadas (Dias 23, às 10h)

Com Aparecida Uliani.

O Gato de Botas (Dia 24, às 14h)

Com Irany de Lourdes Ferreira.

Serviço:

O Que: Teatro na Biblioteca Monteiro Lobato
Quando: Seg 21/09 às 10:00 (Mais datas)
Quanto: Catraca Livre
Onde: Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato
Endereço: R. General Jardim, 485, Vila Buarque. Telefone: (11) 3256-4438.

As informações acima são de responsabilidade do estabelecimento e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

Analfabetismo cresce em SP : ABSURDO!

Número de crianças de 10 a 14 anos que não sabem ler no Estado passou de 29 mil para 51 mil em 1 ano

Política do Serra (PSDB) comandando o Estado de São Paulo (15 anos).

Simone Iwasso e Alexandre Gonçalves

Jornal da Tarde de 23-09-09

O Estado de São Paulo registrou aumento no número de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos analfabetos pelo segundo ano seguido, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008 do IBGE. Antes da alta, o número de analfabetos nessa faixa etária havia recuado por dois anos seguidos no Estado.

O levantamento aponta que saltou de 29 mil, em 2007, para 51 mil, em 2008, o total de crianças entre 10 e 14 anos que não sabem ler nem escrever. Na faixa etária dos 8 e 9 anos, esse número subiu de 56 mil para 79 mil . Estão incluídos nos dados tanto crianças matriculadas nas redes de ensino como as que estão fora da escola. Em relação ao total da população nessa faixa etária, 5,9% das crianças de 8 e 9 anos moradoras do Estado não estavam alfabetizadas em 2008 - o porcentual em 2007 estava em 4%.

Na faixa etária seguinte, entre 10 e 14 anos, quando elas deveriam estar cursando a segunda etapa do ensino fundamental, há um crescimento de 0,8% para 1,5%. O índice de SP puxou uma pequena alta no Sudeste. No País, o dado ficou estável. Na avaliação da Secretaria da Educação, a diferença pode ser explicada pela margem de erro do IBGE (leia ao lado).

Ana Lúcia Sabóia, uma das responsáveis pelos indicadores de educação da Pnad, explica que os dados realmente têm uma margem de erro, pois são baseados em amostragem. Mas a diferença no número de crianças analfabetas entre um ano e outro no Estado de São Paulo, segundo ela, não poderia ser explicada pela margem de erro, menor do que a variação observada. Para o IBGE, houve crescimento real no período.

Para quem convive diariamente com crianças e adolescentes carentes, os números fazem sentido. Na organização não-governamental Casa do Zezinho, cerca de 40% das crianças atendidas entre 10 e 14 anos chegam ao local analfabetas. O alto índice de jovens nessa condição fez com que a ONG criasse um projeto próprio de alfabetização. Das 1.200 crianças atendidas, cerca de 540 estão entre 10 e 14 anos.

Na avaliação da educadora Vera Masagão, coordenadora de programas da ONG Ação Educativa, outro fator que pode colaborar para o aumento dos números é a maior conscientização das famílias. “São os pais ou responsáveis que dão a informação sobre os filhos para os pesquisadores. Eles podem estar mais atentos, entendendo que estar na escola não significa estar aprendendo.”

Elisangela da Silva Santos, de 10 anos, aluna do 5º ano do ensino fundamental de uma escola estadual na zona norte, diz que “não sabe ler nem escrever quase nada”. Ela só sabe seu endereço porque memorizou as letras. A mãe de Elisangela, a auxiliar de limpeza Lucimara Aparecida da Silva, conta que a filha decora números e palavras que fazem parte da rotina. “Eu vou lendo e ela vai decorando”, afirma.

22 de set. de 2009

Entenda a crise política em Honduras

Manuel Zelaya foi derrubado por um golpe militar em 28 de junho.
Governo interino o acusa de tentar reeleição, mas ele nega.
Foto e matéria (G1/Arte) - 22.09.09

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que voltou ao país na última segunda-feira (21), havia sido derrubado por um golpe militar em 28 de junho e obrigado a deixar o país rumo à Costa Rica.

Ele governava desde 2006 e, segundo os golpistas, pretendia incluir nas clausulas das eleições presidenciais de novembro deste ano uma consulta sobre a possibilidade de mudar a Constituição do país para poder se reeleger. Isso foi usado como argumento para o golpe.

Zelaya foi prontamente substituído no poder pelo presidente do Congresso e seu inimigo político, Roberto Micheletti, que teve o apoio de setores conservadores. O governo interino tem uma ordem de prisão contra ele por "traição" e prometia prendê-lo caso ele voltasse ao país.

Os golpistas também acusam Zelaya de corrupção, o que o presidente deposto nega.

O golpe criou uma grave crise política em Honduras, com manifestações de rua e embates entre partidários pró e contra Zelaya.

A atitude dos militares foi condenada pela comunidade internacional, liderada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, pela União Europeia e por governos latino-americanos, representados pela OEA - que suspendeu o novo governo de Honduras, negando sua legitimidade. Vários fundos de ajuda econômica ao país, que é um dos mais pobres da América Latina, foram cortados.

Foto: AFP

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, cercado de partidários, em frente à Embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, na segunda-feira (21). (Foto: AFP)

O Departamento de Estado dos EUA "bancou" o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, como mediador para tentar uma saída negociada para a crise. Mas as negociações empacaram.

Leia mais notícias sobre a crise em Honduras

Apesar de Washington ter defendido a volta de Zelaya ao poder e a restituição da normalidade democrática, alguns governos esquerdistas latino-americanos, como o de Cuba, acusam Obama de não ter se mostrado suficientemente crítico ao golpe.

Zelaya, um populista de esquerda aliado ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mantém seu tom desafiador desde sua derrubada e se refugiou a maior parte do tempo na Nicarágua.

Enquanto isso, o governo de facto que apoiou sua derrocada se fortificou no poder, desafiando pedidos e pressões internacionais para que permitisse a volta do presidente deposto.

Micheletti confirmou as eleições para o dia 29, mas não admite que Zelaya concorra.

Em 24 de julho, Zelaya já havia tentado voltar ao país para tentar retomar o poder, mas foi barrado pelo Exército na fronteira e teve de recuar.

Ele acabou conseguindo seu intento em 21 de setembro, aparecendo de surpresa em Tegucigalpa e buscando refúgio na Embaixada do Brasil, onde está abrigado desde então.

Tropas leais ao governo interino cercaram o prédio, o que abriu uma crise diplomática entre o Brasil e Honduras. Confrontos de rua provocaram pelo menos duas mortes no país.

Várias frentes diplomáticas foram abertas contra o governo interino, mas as negociações não avançaram.

No domingo (27), Micheletti baixou um decreto que institui o estado de sítio no país. Novamente pressionado pela comunidade internacional, ele disse, na noite de segunda-feira, que pode recuar, depois de consultar seu conselho de ministros.

Escola estadual é interditada pela Defesa Civil do Município

Sugestão de Professor - 22.09.09

Em visita a região do Campo Limpo na tarde de sábado, 19 de setembro, o deputado Rui Falcão ouviu das mães de alunos e da comunidade do entorno da escola estadual Amador e Catharina Saporito Augusto, no parque Esmeralda, reclamações sobre o estado de total abandono das instalações da mesma.

A escola que fica na margem direita do córrego Pirajussara está totalmente sucateada, com uma das obras de contenção de cheias do córrego em sua parte interna – um dique de contenção – e seu portão de entrada principal interditado pela defesa civil devido a um vazamento de esgoto que impossibilita a passagem das crianças para o interior da escola.

O deputado Rui Falcão que já havia oficiado o Secretário de Educação do Estado, solicitando ser recebido com urgência para tratar do assunto, sugeriu a comunidade local formar uma comissão de mães e membros da comunidade para acompanhar o deputado na reunião com o secretário.

Na mesma oportunidade, Rui Falcão, que já pediu informações ao DAEE e a SIURB sobre os andamentos da obra de canalização, retificação e urbanização do córrego Pirajussara foi informado pelos moradores que as obras foram totalmente paralisadas na última semana.

Segundo informações dos funcionários da empreiteira contratada, colhidas pelos moradores, a paralisação deve-se por falta de recursos da Prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado de São Paulo. Estas informações serão checadas e o deputado irá se pronunciar em plenário por mais este descalabro da administração pública estadual e municipal.

Do site do Dep. Rui Falcão - 22.09.09

SP: Kassab congela 4 bi do orçamento, mas triplica gastos com publicidade. População (Zona Leste, Norte e Sul) não verá hospitais tão cedo!

Da Rede Brasil Atual

Estudo revela que nenhum centavo destinado ao Metrô de São Paulo, ao Rodoanel e a dois hospitais prometidos pelo prefeito Gilberto Kassab foi investido até agosto de 2009

Por: Suzana Vieira

Publicado em 22/09/2009

SP: Kassab congela 4 bi do orçamento, mas triplica gastos com publicidade

Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, realizou congelamentos e cortes de R$ 4 bi no orçamento de São Paulo (Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz)

Levantamento realizado pela liderança do PT na Câmara dos Vereadores de São Paulo apurou que a prefeitura mantém congelados R$ 4 bilhões dos R$ 29 bilhões orçados para 2009. No entanto, gastos com publicidade cresceram quase 300%.

Entre outros recursos, estão congelados investimentos na área de saúde, como a construção dos Hospitais Municipais de Vila Brasilândia, Parelheiros e da Zona Leste, cada um orçado em R$ 30 milhões. Na saúde, o congelamento chega a R$ 644,4 bilhões.

Na área de transportes, todo o valor alocado para o Metrô de São Paulo, mais de R$ 218 milhões, não foi investido até agosto deste ano. A verba destinada ao Rodoanel está nas mesmas condições e quase 80% dos recursos para implantação e manutenção de corredores e terminais do sistema de transportes estão paralisados.

Educação e habitação também têm recursos retidos por determinação da Secretaria Municipal de Planejamento, responsável pela administração dos recursos de todas as secretarias e subprefeituras da cidade.

De acordo com a liderança do PT, o congelamento de diversos recursos significa que o prefeito está deixando de cumprir promessas de campanha, como investimentos na área social, expansão do metrô e construção de hospitais, por exemplo.

Os gastos com publicidade, no entanto, cresceram de forma extraordinária. Dos R$ 30 milhões orçados inicialmente (R$ 18 milhões para publicidade em geral e R$ 12 milhões para divulgação dos programas de metas da prefeitura), o valor subiu para R$ 80 milhões, com 98% da verba já empenhada. Em oito meses e meio de gestão, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) gastou em publicidade mais do que foi investido nessa área nos dois primeiros anos do mandato anterior (Serra/Kassab), revelou o estudo da liderança do PT.

Em entrevista à Rede Brasil Atual na semana passada, o vereador Antonio Donato (PT-SP) havia criticado a política de “caixa alto” de Kassab, que deixa de investir em serviços essenciais e ações importantes este ano para guardar dinheiro para obras em 2010 com interesses eleitorais. “É um crime essa política de manter o caixa alto. A prefeitura tem R$ 4 bilhões em caixa”, destacou.

Orçamento montado

Segundo declarações de Kassab, a prefeitura de São Paulo está cortando gastos e congelando recursos em razão de queda na arrecadação.

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Ouça:
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O vereador João Antônio, líder do PT na Câmara, discorda. “No primeiro semestre de 2009, a arrecadação foi quase 1% maior que a de 2008, já descontada a inflação. Os dados são do Sistema de Execução Orçamentária (NovoSeo) da prefeitura”, afirmou.

Segundo ele, “a expectativa de se arrecadar R$ 29 bilhões este ano foi montada por Kassab apenas para incluir todas as promessas de obras que fez na campanha eleitoral do ano passado”.

21 de set. de 2009

Envolvimento de pais e professores melhora ensino

Docentes com projetos de longo prazo e participação dos pais são alguns dos fatores importantes para o sucesso de colégios

Pior escola do ranking da rede estadual teve três diretores no 1º semestre; rotatividade acontece por causa da criminalidade

Filipe Redondo/Folha Imagem
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/c2109200901.jpg


Alunos da escola Rui Bloem, zona sul de São Paulo, a melhor de acordo com ranking do governo

TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 21-09-09

Violência, envolvimento da família e professores efetivos são alguns dos fatores que colocam os colégios Doutor Genésio de Almeida Moura e Rui Bloem em situações opostas no ranking de qualidade de ensino das escolas públicas estaduais de São Paulo.
A primeira, no Jardim Damasceno (zona norte), tem a pior avaliação da cidade -numa escala de 0 a 10 que avalia conhecimento de alunos e reprovação, tirou 1,08. A segunda, em Mirandópolis (zona sul), é referência -em 2007 e 2008, ficou em primeiro e terceiro lugar no índice do governo.
Para a diretora da escola Doutor Genésio de Almeida Moura, Cleonice da Silva, estar na lanterna dos rankings "mexeu com os brios" de funcionários e alunos. Ela diz que esse é o combustível para a ampliação de projetos pedagógicos, como o aumento do quadro de professores efetivos e de atividades extracurriculares.
"Dos 116 professores, hoje 80% são efetivos. Há cerca de três anos, eram apenas dois, com muita rotatividade."
O problema, segundo funcionários, é que as boas intenções esbarram na realidade da região. Por causa da violência, só no primeiro semestre deste ano, a escola teve três diretores -dois foram afastados por supostas ameaças.
Do outro lado da cidade, na escola Rui Bloem, as queixas são por excesso de rigidez. "Alguns dos professores que passam por aqui não gostam do controle de faltas e da obrigação de dar aulas de reposição", diz Eliana Marquezin, professora-coordenadora da escola, hoje com cerca de 2.000 alunos, 80% deles vindos de escolas públicas da região.
Na Rui Bloem são 100 professores, dos quais 60 são efetivos. Eles se reúnem semanalmente com pais de alunos. Sob a direção de Maria Cleuza Martins há seis anos, comemoram índices crescentes de aprovação em universidades públicas.
"Isso não significa que o colégio seja bom, porque nenhum que tira nota 5 em uma avaliação que vale 10 [como no último levantamento do governo] pode ser considerado de qualidade", afirma.
A diretora diz que é inevitável se adequar ao perfil dos alunos, de classe média, que procura ensino voltado para o vestibular. Para isso, fez parcerias com o grupo Objetivo, no Jabaquara (zona sul), onde funciona um plantão de dúvidas.

Máfia da SIP e a “liberdade de imprensa”

Por Altamioro Borges - 21/09/09

Numa nítida ação provocadora, a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP) realizou neste final de semana, em Caracas, um “fórum de emergência para recuperar os espaços democráticos e de liberdade de imprensa em países com governos autoritários e populistas”. A máfia da mídia da América Latina, que patrocinou inúmeros golpes militares e deu apoio às ditaduras sanguinárias, está preocupada com o avanço dos governos progressistas na região e com a adoção de políticas públicas contrárias aos monopólios nos meios de comunicação. O governo venezuelano não se intimidou diante da provocação dos mafiosos da SIP, considerados personas non gratas no país.

O “fórum de emergência” reuniu os donos dos principais veículos do continente. O Brasil se fez representar pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), que recentemente abandonou a comissão organizadora da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e ainda tem a caradura de falar em “liberdade de expressão”. Os discursos foram raivosos, como se observa no próprio sítio da SIP. Os principais alvos foram os governos da Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina, mas não houve menções ao golpe em Honduras, que teve o apoio das quatro famílias que controlam a mídia deste país e que já resultou em prisões de jornalistas e censura aos veículos independentes.

Entidade a serviço da CIA

A SIP não tem moral para falar em “liberdade de expressão”. Sediada em Miami, ela defende os interesses das corporações capitalistas, dissemina as políticas imperialistas dos EUA e reúne os setores mais reacionários da mídia. Ela se apresenta como “independente” dos governos, mas seu dirigente é primo do ministro da Defesa e irmão do vice-presidente da Colômbia. Num relatório recente, ela chegou a elogiar os “avanços” do governo narcoterrorista de Álvaro Uribe na relação com a imprensa, sendo que a Colômbia é um dos recordistas mundiais em assassinatos de jornalistas.

Num acalentado estudo, intitulado “Os amos da SIP”, o jornalista Yaifred Ron faz um histórico assustador desta entidade. Conforme comprova, “a Sociedade Interamericana de Imprensa é um cartel dos grandes donos de meios de comunicação do continente, que nasceu nos marcos da II Guerra Mundial e se moldou no calor da Guerra Fria para protagonizar uma história de defesa dos interesses oligopólicos, de aliança com os poderes imperiais e de atentados contra a soberania dos povos latino-americanos”. Com base em inúmeros documentos, ela prova que a entidade tem sólidos e antigos vínculos com a central de “inteligência” dos EUA, a temida CIA.

Ela foi fundada em 1943 numa conferência em Havana, durante a ditadura de Fulgencio Batista. Num primeiro momento, devido à aliança contra o nazi-fascismo, ela ainda reuniu alguns veículos progressistas. Mas isto durou pouco tempo. Com a onda marcatista nos EUA e a guerra fria, ela foi tomada de assalto pela CIA. Em 1950, na quinta conferência, em Quito, dois agentes da central ianque, Joshua Powers e Jules Dubois, passam a comandar a entidade. Dubois será seu coordenador durante 15 anos e teve seu nome registrado no edifício da entidade em Miami.

Desestabilizar governos progressistas

A SIP se torna um instrumento da CIA para desestabilizar os governos progressistas da América Latina. Para isso, os estatutos foram adulterados, garantindo maioria às publicações empresariais dos EUA; a sede foi deslocada para Miami; e as vozes críticas foram alijadas. “Em resumo, eles destruíram a SIP como entidade independente, transformado-a num aparato político a serviço dos objetivos internacionais dos EUA”, afirma Yaifred. Na década de 50, ela fez raivosa oposição ao governo nacionalista de Juan Perón e elegeu o ditador nicaragüense Anastácio Somoza como “o anjo tutelar da liberdade de pensamento”. Nos anos 60, seu alvo foi a revolução cubana; nos anos 70, ela bombardeou o governo de Salvador Allende, preparando o clima para o golpe no Chile.

“A ligação dos donos da grande imprensa com os regimes ditatoriais latino-americanos tem sido suficientemente documentada e citada em várias ocasiões para demonstrar que as preocupações da SIP não se dirigem a defesa da liberdade, mas sim à preservação dos interesses empresariais e oligárquicos”. Na fase mais recente, a SIP foi cúmplice do golpe midiático na Venezuela, em abril de 2002, difundido todas as mentiras contra o governo de Hugo Chávez. Ela também tem feito ataques sistemáticos aos governos de Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner.

Atualmente, o maior temor da SIP decorre das mudanças legislativas que objetivam democratizar os meios de comunicação na América Latina. Qualquer iniciativa que vise regulamentar o setor e diminuir o poder dos monopólios é taxada de “atentado à liberdade de imprensa”. Como informa Yaifred, “para frear qualquer ação governamental que favoreça a democratização da mídia, a SIP se uniu a outra entidade patronal regional, a Associação Interamericana de Radiodifusão (AIR)”. Ambas declararam guerra as mudanças legislativas em curso na Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina. O “fórum de emergência” faz parte desta cruzada antidemocrática e desesperada da máfia da mídia.

Falar de Marina deu o que falar

Por Gilvan Freitas - Do Blog O Terror do Nordeste - 21.09.09

Analise perfeita. Sem tirar nem por. Marina se bandeou pro lado da direita, sim. Não há duvidas.E vai pagar caro por isso.


21 de Setembro de 2009

Regina Abrahão *

Quando entendemos que não existe proteção ambiental no capitalismo, entendemos que por mais bem intencionada que qualquer indústria papeleira possa nos parecer, ela sempre precisará de cloro no processo de branqueamento. E que este cloro sempre será residual, e que o lucro sempre estará em primeiro lugar, portanto a papeleira bem intencionada jamais fará uma campanha para reduzir o consumo de papel.

Explique isto para uma criança, e ela entenderá. Marina não entendeu. Alguns verdes não entendem. Explique isto para a mídia, e ela criará um factóide, inocentará a papeleira e culpará o governo. Quiçá este novo factóide não envolva também Lula com a extinção do pau-brasil, a madeira aquela que os portugueses usavam para fazer tinta vermelha.

Certas épocas mais parecem com as tardes de férias de verão: modorrentas, calmas, abafadas. A vida parece andar em câmera lenta mesmo quando tudo anda na velocidade normal. Cada vez mais raros dias como estes, e cada vez mais comuns os fast-days. Mas 2009, como ano pré-eleitoral está cada vez mais frenético. No sul, traz de quebra a possibilidade concreta do empechemant da governadora paulista-gaúcha e toda a movimentação que isto representa. No planalto central, o frenesi que precede a sucessão presidencial faz com que a cada minuto surjam novos fatos e deles a possibilidade da criação de factóides destinados a comprometer o projeto que deu certo, a despeito da mídia, da crise, do capital, dos que torciam pelo fracasso do operário de nove dedos sem diploma.

A direita no Brasil nunca pegou leve, como ademais no resto do mundo. Este povo não brinca em serviço. E nem poderia. Sua influência, seus tentáculos, seu preconceito tem objetivo definido. Eles sabem, como ninguém, explorar fraquezas, vaidades, semear discórdias. Não à toa, a direita se mantém e se renova.

Poderíamos dizer, de forma simplista, que ninguém está imune ao poder de convencimento, de cooptação e de coerção do capital. Nem de seus encantos, que o capital sabe bem os produzir. Como definir poder? Depende de para quem, e de, para o quê, e de como será usado.

Depende dos melindres de quem, ao ver-se contrariado, imagina-se subtraído do poder. E por aqui começo então a dialogar com os muitos comentários que me foram feitos sobre a coluna passada, "Marina e os Tucanos". Porque o rio tem dois lados, e de um deles, Marina está. Para mim, a opção feita deixa claro qual. A maioria dos leitores concordou, alguns apresentaram dúvidas e outros discordaram.

Marina teve o poder enquanto ministra? Não como gostaria, e por isto saiu. Do governo primeiro, depois do Partido que fundou. Não comentarei assuntos internos, de possíveis atritos ou disputas da ex-ministra em seu ex-partido, mas penso que outras opções partidárias, isto ela tinha, muitas. Mas reafirmo a idéia que o ingresso de Marina no PV me passa: Opção por uma candidatura de oposição ao governo Lula. Ela mesma começa a dar mostras concretas de sua mudança. Ao jornal El Clarín, elogia de forma quase explícita FHC, dando a ele os créditos pela atual estabilidade econômica. Penso haver concordância que esta postura, de elogios ao tucanato por parte da ex-ministra, até pouco tempo atrás, seria impensável.

Poderíamos dizer, de forma apressada, que Marina não viu a questão ambiental ser valorizada suficientemente no governo Lula. Falando bem a verdade, a maior parte dos ambientalistas tem esta queixa de seus Partidos. Mas como foi o governo de FHC na área ambiental? Marina terá esquecido o desmonte da legislação ambiental, o desmatamento da Amazônia, da Mata Atlântica, a falta de investimento em saneamento básico, o absurdo aumento de atividades poluentes da Vale após sua privatização?

Não será de estranhar se agora descobrirmos que todos os problemas ambientais iniciaram no governo Lula. Mas o Partido Verde, o que fez até agora em termos de prevenção e recuperação do ambiente? Quais são as leis feitas por seus parlamentares? Além do discurso, o que realmente o PV propõe de concreto para os problemas brasileiros? A maior cidade do país diminuiu seus índices de poluição com a participação do verde Eduardo Jorge na Secretaria do Meio Ambiente? Os paulistanos que o digam: a mim, parece cada vez mais poluída. O que diminuiu, parece, foi o número de moradores de rua embaixo dos viadutos. Que foram cimentados, claro.

Não entendi porque relacionaram minha crítica à Marina com autoritarismo. Ela pode sair e eu não posso criticar? Não considero esta crítica muito democrática... Outros, logo lembraram de Sarney. Bueno, quem lembrou de Sarney não especificou se foi de Sarney pai ou Sarney filho. Sim, porque o Zequinha, filho de José, foi por bastante tempo presidente nacional do PV. E se a ex-ministra se dizia incomodada com o pai, bom que se dá bem com o filho. E aqui não se trata de uma aliança eleitoral, pontual, onde não se abre mão do programa, dos pontos ideológicos, mas se concorda em pontos comuns, objetivando algo maior e mais amplo. Nada de garantias de governabilidade, como no caso do governo Lula. A ida de Marina para o PV, repito, cumpre seu papel. Tem função.

São estas as virtudes da democracia. Como foi dito em um dos comentários, morreram camaradas para garantir que hoje pudéssemos ter um espaço como o Vermelho, onde várias pessoas possam expressar suas opiniões. Comunistas, anarquistas, muita gente morreu, morre e ainda vai morrer. Gente como Chico Mendes morreu, pelas bandas do Acre, justamente por causa da política neoliberal nojenta, suja e cruel, que não respeita homens, mulheres crianças, natureza, animais, nada. Aquela política DEM-PSDB com quem a ex-ministra subirá no palanque em 2010 para cumprir sua tarefa de tentar não deixar que se reeleja o projeto popular.

* Funcionária pública, dirigente municipal do PCdoB de Porto Alegre, estudante de ciências sociais da UFRGS.

Dirigente da Semapi - RS.Vermelho Org

Zelaya, de volta, agradece ao povo hondurenho e a Lula


21 de Setembro de 2009


O presidente de Honduras, que voltou ao país nesta segunda-feira (21), surpreendendo o governo golpista, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por o ter acolhido na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Ele também anunciou que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza chega amanhã ao país para apoiar seu regresso ao poder. Milhares de pessoas se concentraram diante da embaixada, em apoio a Zelaya.

O presidente de Honduras, que voltou ao país nesta segunda-feira (21), surpreendendo o governo golpista, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por o ter acolhido na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Ele também anunciou que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza chega amanhã ao país para apoiar seu regresso ao poder. Milhares de pessoas se concentraram diante da embaixada, em apoio a Zelaya.

Zelaya conclamou o povo hondurenho a se reunir em frente à embaixada e acompanhá-lo "na recuperação do fio constitucional da nação", rompido há 86 dias com o golpe militar de 28 de junho. Zelaya chamou as Forças Armadas de Honduras a "manter a cordura". "As pessoas estão desarmadas, gritando pacificamente lemas, com alegria", observou. Ele se reuniu com sindicalistas do magistério e outros representantes de organizações sociais.

A manifestação popular começou por concentrar milhares de pessoas diante da sede das Nações Unidas na capital hondurenha, Tegucigalpa. Em seguida a multidão se deslocou para a rua da legação diplomática brasileira.

O presidente deposto relatou as peripécias de seu regresso à pátria.Disse que percorreu "quase meia Honduras", ao longo de "15 horas em diferentes transportes". "Tive colaboração, porém não posso revelá-la para que não incomodem a ninguém", comentou.

A primeira dama hondurenha, Xiomara Castro de Zelaya, falou de sua alegria pela volta do esposo e disse que os meios de comunicação, que negaram a presença do presidente no país, deveriam "se retratar e dizer a verdade". Segundo ela, o presidente retorna "para buscar a paz e o acordo" mas "temíamos um pouco quando seria a chegada".

Da redação Portal Vermelho - 20.09.09
Do Blog O Terror do Nordeste

Ex-presidente do Detran diz que grupo dividia 24% de renda do DETRAN para corrupção

Desenganadamente o governo Yeda está envolvido até a cloaca com a corrupção.Nunca antes na História do Rio Grande do Sul houve um governo tão corrupto.Se Yeda fosse governadora do PT já teria caído.
21/09/2009

Um depoimento em vídeo do ex-presidente do Detran gaúcho, Sérgio Buchmann, a integrantes do Ministério Público (MPF) e da Polícia Federal (PF) que investigam denúncias de corrupção no governo estadual revela como era feita a partilha dos recursos obtidos junto à Fatec, uma das fundações que realizava as provas teóricas para exames do motorista no Rio Grande do Sul entre 2003 e 2007. O vídeo foi revelado na sessão desta segunda-feira (21) da CPI da Corrupção na Assembleia gaúcha.

O depoimento de Buchmann era conhecido pelos deputados, mas o teor das informações nunca havia sido revelado. Segundo o ex-presidente do Detran revelou no dia 17 de julho, o grupo acusado de desviar R$ 44 milhões dos cofres públicos dividia 24% de toda a receita do órgão vinculada aos exames de motorista: 12% iam diretamente para o principal operador do esquema, o empresário e lobista Lair Ferst, e os outros 12% eram divididos entre os demais integrantes do grupo.

As informações teriam sido passadas a ele pelo secretário-adjunto de Administração, Genilton Macedo Ribeiro, em julho deste ano. O secretário negou que tivesse repassado as informações.

Buchmann presidiu o Detran depois que a PF e o Ministério Público já haviam iniciado as investigações contra o grupo. Ele ficou menos de três meses no cargo e foi demitido justamente em função do depoimento que deu à Polícia Federal.

Segundo ele diz no depoimento, Ribeiro lhe telefonou e marcou uma reunião. Frente a frente, o secretário-adjunto teria pedido para Buchmann "se calar" em relação a declarações que vinha oferecendo sobre as denúncias de fraude no Detran.

Além disso, Buchmann revelou que foi informado sobre a participação da governadora Yeda Crusius (PSDB) no esquema e de que o então marido da governadora, Carlos Crusius, redistribuiu o esquema de partilha, deixando 1% para Lair e se apropriando dos 11% restantes.

A sessão da CPI, terceira sem a presença dos deputados da base governista, também apresentou um trecho de áudio em que o ex-presidente do Detran Flávio Vaz Netto ameaça voltar à CPI do Detran, ocorrida em 2007, para "delatar Délson Marini [ex-secretário de governo de Yeda] e a governadora". A conversa é com Fabiana, segundo a PF uma das inúmeras namoradas de Vaz Netto que aparecem em escutas autorizadas pela Justiça.

"Calma, gatinho, calma. Respira fundo antes", diz Fabiana. "Não, tou apanhando muito", retruca Flávio Vaz Netto. "Eu vou lá, eu vou lá dizer do que se trata", ameaça Vaz Netto, que já havia deposto na CPI e também na Polícia Federal dentro do inquérito da Operação Rodin.

Ele diz também que vai negociar seu depoimento com o PT, "já que não posso contar com os meus. O ex-presidente do Detran se refere a seus ex-aliados como "corruptos", "cretinos" e "filhos da puta". "Tu sabe que essa gente é louca. Eles querem o teu sangue de canudinho", adverte Fabiana.

Outros trechos apresentados na CPI revelam uma reunião de deputado federal José Otávio Germano (PP), supostamente com a governadora Yeda Crusius, para resolver problemas na operação do esquema. Germano também é réu na ação de improbidade administrativa do Ministério Público Federal.

"Só pra te avisar que saímos da governadora agora, eu o José Otávio", diz um interlocutor ao então presidente do Detran, Antonio Dorneu Maciel. O homem, segundo a Polícia Federal, é o deputado estadual Marco Peixoto (PP). "Foi bom?", pergunta Maciel. "Foi nota 11", informa. A reunião ocorreu no dia 29 de outubro de 2007, poucos dias antes de ser deflagrada a Operação Rodin.

Fonte Uol - 21.09.09
Por Gilvan Freitas

Movimento Nossa São Paulo convida para o Seminário "Mobilidade urbana - a importância de um Plano Municipal de Transportes em São Paulo"

Data: 21/09

Horário: 19h30 às 21h30


Local: Tucarena (PUC/SP), Rua Monte Alegre, 1.024, Perdizes.


O objetivo principal é elaborar uma proposta para o Plano de Circulação Viária e Transportes para a cidade de São Paulo. O plano está previsto no Plano Diretor Estratégico e, pela lei, deveria estar pronto desde 2006.


A partir do encontro, a idéia é formar uma comissão com representantes da sociedade civil para dar apoio à Prefeitura, levando propostas com foco nos ideais de cidade sustentável e incentivando a concretização do Plano.


Além disso, o seminário tem como objetivos:


- Traçar um breve panorama da cidade de São Paulo, no que diz respeito ao planejamento e construção da cidade do ponto de vista da mobilidade urbana e transportes;

- Apresentar alternativas, possibilidades e propostas para melhorar a mobilidade urbana na cidade, e

- Mobilizar os participantes para as atividades do dia 22 de setembro.


Participam do debate: Assuncion Blanco (Associação Viva Pacaembu-confirmada), Horácio Figueira (vice-presidente da Associação Brasileira de Pedestres e consultor da Abramet - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego-confirmado), João Lacerda (ONG Transporte Ativo-confirmado) e Ladislau Dowbor (PUC-SP-confirmado). A mediação será do apresentador da rádio CBN Milton Jung.


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Car@s


A edição deste ano do Dia Mundial Sem Carro, comemorado no dia 22 de setembro, será marcada por debates, protestos e diversas manifestações de rua. As ações estão sendo organizadas por um coletivo, proposto pelo Movimento Nossa São Paulo, formado por dezenas de organizações e centenas de pessoas que já se engajaram na campanha.


Mais do que estimular as pessoas a deixarem seus carros em casa durante um só dia, a idéia da campanha é marcar a luta por um transporte público de qualidade, por menos poluição do ar, por respeito ao pedestre, por mais ciclovias, enfim, pela mobilidade urbana.


Por favor, confirme sua presença no seminário pelo e-mail andrea@isps.org.br


Abraços

Zuleica Goulart - Secretaria Executiva – Movimento Nossa São Paulo