Atualizado e Publicado em 09 de junho de 2009 às 15:13
por Eduardo Guimarães
Sem propostas para oferecer ao eleitorado e vendo seus adversários ganharem popularidade rapidamente, a oposição tenta sair das cordas com o bom e velho discurso “ético” que vem entoando desde 2005 com os resultados conhecidos.
Para declamar esse discurso de forma que todos escutem, a dupla FHC e José Serra (mentores intelectuais da CPI da Petrobrás) dispõe dos maiores meios de comunicação do país. Com eles, a dupla consegue impor o assunto na ordem do dia.
Todos os grandes jornais, rádios, tevês e portais de internet entoam as palavras ditadas pelo governador de São Paulo e pelo ex-presidente a esses meios de comunicação e aos partidos de oposição no Congresso.
Há uma luta política em curso e a imagem que me vem à mente é a de uma luta de boxe bizarra, na qual o juiz e um dos contendores desferem socos e pontapés no outro contendor.
Os jornais também publicam manchetes contendo “denúncias” contra a Petrobrás que, lendo as matérias às quais aquelas manchetes remetem, verifica-se que não passam de meras suposições.
“Petrobrás deu dinheiro à ONG xis, patrocinou a ONG ípsilon ou contratou advogados sem licitação”. Qual é a ilegalidade em cada caso? Não se sabe, mas mídia e oposição supõem que deve haver alguma ilegalidade e tal suposição ganha manchetes que a transformam em fatos.
E a CPI nem começou ainda...
As matérias “jornalísticas” claramente preparam o terreno, ajeitam a bola para a oposição chutar assim que for dado o apito de início da partida senatorial.
O mais interessante nisso tudo é que aqueles que mais deveriam desejar uma CPI que detectasse roubo na Petrobrás são os que pedem à oposição que vá fazer suas jogadas eleitorais noutra freguesia.
Refiro-me aos acionistas da empresa. Se há roubo na Petrobrás, eles estão sendo lesados. Entre esses acionistas, aliás, graças a FHC e a José Serra há vários e poderosos grupos empresariais nacionais e estrangeiros. Nenhum deles quer a investigação.
Os jornalões andaram soltando notinhas de pé de página dando conta de que os acionistas mais graúdos e os empresários que têm negócios com a Petrobrás estão, sim, é disparando telefonemas contra os tucanos pedindo que parem de tentar sabotar a empresa.
É óbvio que está em curso no Brasil um processo criminoso. Ou melhor: a continuidade de um processo criminoso. Este país está sendo sabotado ininterruptamente pela oposição e pela mídia há pelo menos quatro anos. Crimes de lesa-pátria.
Só para dar alguns exemplos mais “vistosos” do que afirmo:
· A mídia sabotou a Saúde Pública inventando uma epidemia de febre amarela em janeiro de 2008, o que acabou matando gente e sangrando os cofres públicos devido ao gasto quatro vezes maior com vacinas contra a moléstia em relação a qualquer outro ano, mesmo em relação àqueles anos em que o número de casos da febre foi muito maior.
· Em dezembro do ano passado, a mídia convenceu empresários a demitirem preventivamente e empresas a suspenderem encomendas à indústria, agravando o aumento do desemprego e a queda da produção industrial naquele mês.
· Agora, a mídia tenta postergar a exploração do pré-sal e a definição do marco regulatório sobre essa exploração. E, de quebra, ainda acha que poderá inventar alguma denúncia contra Dilma Rousseff, ex-membro da Cúpula da empresa, de forma a inviabilizar sua candidatura, ora em rota ascendente.
Quem poderia atuar contra tal poder? O Judiciário? O Ministério Público? Esqueçam. A Cúpula do Judiciário está no bolso de José Serra e de FHC, bem como a grande mídia. E o MP morre de medo deles.
E o Legislativo? Esse está de joelhos, acossado pelas denúncias midiáticas sobre passagens, castelos etc.
O Executivo parece esboçar reações, mas todas tímidas. Até porque, fica difícil para Lula impedir investigações como fez FHC e como faz Serra em São Paulo hoje, porque, à diferença do que fazia e faz com governos tucanos e pefelês, a mídia exige tais investigações.
A Petrobrás se defende, sim, apoiada pelos acionistas privados. Mas é a acusada. Não pode denunciar com eficiência a sabotagem que sofre.
O que fazer? É revoltante, mas sentimo-nos de mãos atadas. O poder que se alevanta contra o país visando sabotá-lo para que a população fique descontente e vote em José Serra no ano que vem, é imenso.
Mas eu sei o que fazer: no próximo dia 19, irei para diante da sede da Petrobrás, na avenida Paulista, em São Paulo. Se formos muitos e se, além de sindicalistas e movimentos sociais, conseguirmos levar para lá também cidadãos comuns, mostraremos às pessoas o que há por trás dessa CPI.
Haverá que denunciar alguns pontos para as centenas de milhares de pessoas que circulam por aquela região:
.CPI da Petrobrás visa favorecer a eleição de José Serra.
.Serra privatizará a empresa se for eleito presidente da República.
.Globo, Folha, Estadão e Veja trabalham para José Serra e são pagos com dinheiro dos impostos dos paulistas.
Dia 19 estarei na Paulista. Levarei o megafone que já usei tantas vezes em atos públicos e, no que depender de meu esforço, arregimentarei muitas das pessoas inconformadas com esses crimes de lesa-pátria aos quais me referi acima.
Espero vocês lá na Paulista dia 19, os que tiverem condições de ir. Quem reclama da sabotagem do país pela oposição e pela mídia e não for porque não quis ou porque teve preguiça, que por favor não se queixe depois.D
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