A celebridade local, o rapper Sabotage, ganhou homenagem muro da favela que será derrubado
Do UOL Notícias- São Paulo
Rodrigo Bertolotto - 22.05
Rodrigo Bertolotto - 22.05
As últimas 46 famílias que restam na favela do Jardim Edite têm de deixar até o final do mês o local espremido entre a muralha de prédios modernos e a ponte estaiada, novo cartão postal monumental de São Paulo. Os barracos de madeira e as casas de alvenaria torta estão em processo de demolição em meio ao cenário "globalizado" que marca a paisagem da região.
"A ponte foi criada como chamariz para o mercado imobiliário, por seu caráter espetacular, afinal, não precisaria daquela estrutura toda para a transposição do rio tão estreito. É para criar uma marca de distinção, inventar uma centralidade para o empresariado. Por isso, era importante para a prefeitura e as empresas tirar a favela dali", analisa a urbanista Mariana Fix, que desenvolve seu doutorado na USP tendo como assunto essa região que fica entre os bairros do Itaim Bibi e o Brooklin, escolhida para albergar a chamada "nova economia" no país.
Há 30 anos, quando essa região era pontilhada de bairros populares, o metro quadrado valia US$ 100. Com a construção sobre o rio Pinheiros e a saída das favelas, esse índice pulou de US$ 1.500 para US$ 4.000. Não por nada Fix intitulou uma palestra sua com o nome "Uma ponte para a especulação (ou a arte da renda nas margens do rio Pinheiros)".
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