Confesso não entender o que se passa com os livros didáticos em São Paulo.
O Ministério da Educação criou um modelo de seleção dos livros didáticos - creio que desde a época de Paulo Renato - que consistiu em definir comitês, provenientes das diversas Universidades, para analisar os livros. Depois monta-se uma publicação com todos os livros selecionados, que é enviada para todos os professores do país, para poderem escolher livremente. O MEC envia os livros sem nenhum custo para os estados.
Nesse ínterim, teve penetração em algumas prefeituras os chamado cursos apostilados - muitas vezes negociado pelas empresas direto com o prefeito, em vez da equipe da Educação. Foi uma luta feroz, em que um dos competidores era a Abril - conforme você pode conferir na série sobre a Veja.
Quando assumiu, a Secretaria Maria Helena, da Educação de São Paulo, me deu uma entrevista garantindo que iria acabar com a farra dos apostilados. A Secretaria contrataria professores, pagaria pelo conteúdo e pelos direitos autorais, e ela mesmo imprimiria e distribuiria, reduzindo substancialmente o custo.
De repente, muda tudo. Pelo Diário Oficial do estado se fica sabendo de compras imensas, periódicas, de livros sem licitação. E, pelos abusos que estão sendo revelados, sem avaliação pedagógica. Aparentemente, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação vai alocando verbas para cada editora e, depois, que se vai atrás de qualquer livro para preencher a cota acertada.
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