31 de mai. de 2009

Senhora morre em Paraisópolis por descaso da prefeitura

Do Blog Paraisópolis exige respeito - 06.05.09
A irresponsabilidade da prefeitura fez mais uma vítima em Paraisópolis. Na noite de sábado, dia 2 de maio, morreu Maria de Lourdes Oliveira Silva, 56 anos, que morava em um alojamento da prefeitura, próximo ao CÉU Paraisópolis.

Maria escutava música, quando um curto-circuito iniciou um incêndio em sua casa. Como o alojamento não possuía extintores, os vizinhos e familiares tiveram que buscar baldes e mangueiras nas redondezas para poderem apagar o fogo. Segundo os moradores, os bombeiros não demoraram a chegar, mas como havia apenas uma saída em cada alojamento, Maria de Lourdes ficou presa e foi intoxicada pela fumaça.

Entretanto, não é a primeira vez que acontecem incêndios neste alojamento. Há seis meses, um curto-circuito fez com que outra moradora perdesse todos os seus bens, e os habitantes narram que é muito comum as tomadas estourarem ou os eletrodomésticos queimarem no local.

O mais lamentável, entretanto, foi a posição da prefeitura em relação à família da vítima. Da casa em que ocorreu o incêndio só restaram destroços, e mesmo assim as autoridades não cederam nenhum tipo de abrigo provisório às outras oito pessoas, dentre elas 5 crianças, que moravam no local.

A prefeitura disse à filha de Maria de Lourdes que esperasse 15 dias para conseguir um aluguel. A família, entretanto, não tem comida, abrigo, roupas ou documentos, e está sobrevivendo graças à ajuda dos vizinhos.

Segundo a prefeitura, o abrigo em questão seria apenas provisório, e abrigaria as famílias que moravam em área de risco enquanto não ficam prontas suas novas casas. A prefeitura afirmou que o tempo máximo de permanência no local seria um ano, mas a maioria das famílias estão lá há dois ou três anos.

Estes alojamentos não têm a mínima condição de receber os moradores. Além de não terem itens para combater incêndios, são muito pequenos, com apenas um cômodo e um banheiro. Uma moradora ainda narrou que já achou aranhas caranguejeiras, escorpiões e cobras em sua casa, aonde mora com seus cinco filhos pequenos.

A prefeitura não permite que os moradores façam nenhum tipo de mudança na estrutura da casa, nem mesmo a colocação de grades de segurança nas janelas, além de não permitir a instalação de internet ou telefones no local.

Manifestação

Indignados com essa situação, os moradores do alojamento e de diversas outras partes de Paraisópolis se reuniram e se dirigiram à sede da Planova, responsável pela construção das instalações provisórias.

Lá eles ocuparam uma sala, e informaram que não sairiam enquanto não fossem atendidos. Algum tempo depois apareceram alguns funcionários da prefeitura, que informaram que não poderiam atender as reivindicações, apenas encaminhar aos órgãos responsáveis. A população então pediu para que os representantes destes órgãos fossem chamados.

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