1/08/2009 – 09:10
O “heroísmo” do passado que não volta
O marketing do Estadão bateu no ápice. Matéria do jornal compara a reação à sentença do Juiz (proibindo divulgação de inquéritos sigilosos) com a posição de Júlio Mesquita Filho em 1968, em pleno Ato Institucional número 5, contra censura imposta pela ditadura militar.
Menos, pessoal, menos.
Ricardo Gandour não é Júlio Mesquita Filho; o Estadão não é mais Mesquita (a não ser na página de editoriais) e a mídia hoje não é a oprimida, mas o poder de fato. A única coisa em comum entre os dois momentos foi o veto à publicação de assuntos. Mas o que era heroísmo em 1968 virou prepotência em 2009.
Com sua capacidade de fuzilar quem quiser – até desembargadores que ousem enfrentá-la – a mídia é o poder de fato, a ameaça, não a ameaçada.
Do EstadãoMedida não intimidou em 68 e jornal foi apreendido
O Estadão foi um dos generais do movimento que derrubou o presidente legitimamente eleito João Goulart. (*)
Duas vezes escolhido pelo povo brasileiro para ser vice presidente da República, Jango assumiu, dentro das regras constitucionais, com a renúncia de Jânio.
O Estadão não concordou e bateu na porta dos quartéis para insuflar o Golpe.
Quando o primeiro presidente militar assumiu, Castello Branco, uma das primeiras audiências que concedeu foi a Julio Mesquita Filho, que levou uma lista de ministros paulistas.
Grande estadista …
(Castello não nomeou ninguém da lista … Era um conjunto de demo-tucanos …)
Paulo Henrique Amorim
(*) A historiografia contemporânea fica a dever uma “prova” da razão do Golpe: como Jango ia dar um Golpe, foi preciso dar um antes. Não há, nem a fluvial obra do jornalista Elio Gaspari, um fiapo de prova do Golpe de Jango …
Fonte- Conversa Afiada - 01.08.09
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