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Após a crise da varrição, lixo de feira deixa de ser recolhido
Nas zonas oeste, norte e leste, os resíduos de 63 feiras de quinta não foram retirados das ruas. Empresa afirma que cumpre contrato, que prevê o recolhimento apenas do que estiver ensacado. Prefeitura diz que multou empreiteira
Felipe Oda, felipe.oda@grupoestado.com.br
Os moradores das regiões de 13 das 31 subprefeituras da capital amanheceram ontem com o lixo de 63 feiras livres realizadas na quinta-feira esparramado pelas ruas e calçadas. Os resíduos, espalhadas pelas chuvas e carros, deveriam ser recolhidos pela Loga, Logística Ambiental de São Paulo S/A, concessionária que presta serviço de coleta para a Prefeitura. Entre as áreas afetadas estão Lapa, Pinheiros, Sé e Mooca.
Em agosto, o corte dos gastos com varrição prejudicou o serviço de limpeza urbana. A queda de braço entre a administração e as empresas contratadas para o serviço foi agravado por uma forte chuva, situação que pode se repetir agora (leia texto abaixo).
A coleta do lixo das feiras só foi executada por volta das 16h de ontem, com quase 24 horas de atraso, pela própria Prefeitura. Normalmente, o serviço deve ser feito logo após o término das feiras. A administração municipal afirma que multará a Loga. O valor pode chegar a R$ 100 mil.
A Secretaria Municipal de Serviços afirma que a varrição das ruas foi mantida e creditou o problema à Loga, que não teria feito a coleta dos resíduos varridos. Porém, o presidente da empresa, Luiz Gonzaga, afirma que cumpre o contrato, que prevê que apenas o lixo ensacado pelos feirantes deve ser retirado. “Em nenhum momento a Loga deixou de cumprir suas responsabilidades contratuais”, afirmou (leia abaixo).
Moradores das ruas onde são realizadas as feiras livres confirmam que os caminhões e funcionários da empresa estiveram, anteontem, recolhendo apenas o lixo ensacado. “Eles costumam atrasar, mas nunca deixaram de recolher o lixo no mesmo dia. E pela primeira vez não levaram o lixo que não estava ensacado”, conta o segurança Wendell Correia Barbosa, de 23 anos, que trabalha na Rua Aimberê, em Perdizes, zona oeste. “A feira acabou e os garis juntaram o lixo em ‘montinhos’. O caminhão passou e só pegou os sacos, o resto ficou na rua”, diz a aposentada Nadir das Chagas Batista, de 63, que mora na Rua Augusto Gil, na Vila Dionisia, zona norte da capital.
Gonzaga afirma que a concessionária recolheu apenas o lixo ensacado para conscientizar a população. “A população precisa aprender a fazer a sua parte. É cômodo deixar para a empresa recolher todo o lixo. É uma forma de conscientizar as pessoas. Todos os resíduos que se encontravam ensacados foram coletados, transportados”, afirmou.
A Prefeitura e a Associação dos Feirantes de São Paulo culparam os feirantes irregulares por descumprirem as regras de ensacar o lixo produzido. “É uma questão antiga: os feirantes regulares cumprem o decreto, mas os irregulares, não. Eles não respeitam e não ensacam o lixo”, afirma Jorge Okawa, administrador da associação.
Em nota, a Secretaria de Serviços informou que a situação foi resolvida depois que “as subprefeituras providenciaram, emergencialmente, a limpeza para evitar que os resíduos se espalhassem e causassem problemas à população”. Na região sudeste, atendida pela Ecourbis, os serviços foram executados normalmente.
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