Por Emir Sader - Adital - do Rio de Janeiro
Celso Amorim foi chamado por um órgão da grande imprensa norteamericana como "o melhor ministro de Relações Exteriores do mundo". O que podemos certamente dizer que é o ministro de Relações Exteriores da melhor política externa que o Brasil já teve.
Tudo o que o governo Lula mudou da herança recebida, foi bom, foi para melhor, a começar pela política externa subserviente - aquela de tirar o sapato no aeroporto do império, do Celso Lafer. FHC levava o Brasil pelo caminho em que está o México hoje: o do Tratado de Livre Comércio com os EUA, intensificando ainda mais o comércio exterior com aquele que se tornou o epicentro da crise econômica internacional. O México tem mais de 90% do seu comércio com os EUA, ao invés da diversificação que o Brasil implementou e que faz com que hoje a China seja nosso primeiro parceiro comercial e tenhamos uma diversificação do comércio com a Ásia, a África, a América Latina, a Europa e os EUA.
Alckmin, em plena campanha eleitoral de 2006 - vejam o primeiro texto do blog, que abordava esse tema - saudava a vitória eleitoral (fraudulenta) do Calderón, no México, dizendo que esse era o caminho que deveríamos seguir. Isto é, os tucanos mantiveram essa orientação de ser aliados subservientes do império, cuja economia decadente leva a que a crise atual fizesse com que o México fosse de novo ao FMI - o que FHC fez três vezes no seu mandato.
Na reunião em que os EUA apresentaram a Alca, Hugo Chávez foi o único presidente americano a votar contra. FHC fez belo discurso -segundo o próprio Chávez-, mas votou com os EUA. Não fosse a vitória de Lula e a virada da política externa, o Brasil e todo o continente estariam na situação penosa do México, pelas mãos dos tucanos.
O Serra -que não foi convidado para o aniversario da Conceição, ligou e se autoconvidou, chegou com flores, recebido com toda a frieza, ao contrário da Dilma, convidada de honra, recebida com aplausos, de pé- quis tirar banca de progressista, dizendo que estaria "mais à esquerda de Dilma", porque ela não domaria o PMDB. (O problema é que ele não doma, nem quer domar, o PSDB.) Mas critica o Brasil em Honduras, no Irã, diz que vai tirar o país do Mercosul, só podendo colocar no lugar a relação privilegiada com os EUA, que os tucanos sempre tiveram e ainda pregam. Serra queria que tivéssemos a posição que teve o governo deles diante do golpe do Fujimori, de conivência e apoio?
A política externa brasileira faz do nosso país um país soberano e isso é insuportável para as elites tradicionais que se acostumaram à subserviência com as potências do centro do capitalismo, que consideram ter relações diversificadas no mundo uma desobediência com as orientações do Império.
Quando o antecessor dos tucanos no Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães, afirmou "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil" (sic), nenhum órgão da imprensa brasileira -esses mesmos que se transformaram em partidos do bloco tucano, diante da fraqueza dos partidos tradicionais da direita conforme confissão da executiva da FSP- divergiu, até aplaudiram. Não podem assim estar de acordo com uma política que afirma orgulhosamente nossa soberania inclusive diante do maior império da história da humanidade.
Serra disse que disse, que não disse, que não teria dito, mas que disse que quer bombardear o Mercosul, reduzi-lo às suas mínimas proporções, que era a situação no governo FHC de que ele participou durante todos os dois mandatos. O que colocar no lugar? O livre comércio com os EUA, certamente, o caminho do Chile - que o Serra sempre tomou como exemplo -, do México, do Peru, da Colômbia, os países com futuro mais comprometido no continente.
A política exterior do governo Lula promoveu a integração regional, privilegiou as alianças com o sul do mundo, diversificou nosso comércio exterior. Afirmou o nome do Brasil no mundo, em uma condição de prestígio e de respeito, como nunca tínhamos tido.
O que é bom para os tucanos, não é bom para o Brasil. A política externa soberana é condição para a política interna democrática e popular. O Brasil decide este ano se quer consolidar nossa posição no mundo e aprofundar a construção de um país justo ou se voltam os subservientes ao Império.
Emir Sader é filósofo, cientista político, escritor, autor de A Vingança da História, entre outros livros, e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o Laboratório de Políticas Públicas.
Por Gilvan Freitas - O Terror do Nordeste - 29.04.2010
Celso Amorim foi chamado por um órgão da grande imprensa norteamericana como "o melhor ministro de Relações Exteriores do mundo". O que podemos certamente dizer que é o ministro de Relações Exteriores da melhor política externa que o Brasil já teve.
Tudo o que o governo Lula mudou da herança recebida, foi bom, foi para melhor, a começar pela política externa subserviente - aquela de tirar o sapato no aeroporto do império, do Celso Lafer. FHC levava o Brasil pelo caminho em que está o México hoje: o do Tratado de Livre Comércio com os EUA, intensificando ainda mais o comércio exterior com aquele que se tornou o epicentro da crise econômica internacional. O México tem mais de 90% do seu comércio com os EUA, ao invés da diversificação que o Brasil implementou e que faz com que hoje a China seja nosso primeiro parceiro comercial e tenhamos uma diversificação do comércio com a Ásia, a África, a América Latina, a Europa e os EUA.
Alckmin, em plena campanha eleitoral de 2006 - vejam o primeiro texto do blog, que abordava esse tema - saudava a vitória eleitoral (fraudulenta) do Calderón, no México, dizendo que esse era o caminho que deveríamos seguir. Isto é, os tucanos mantiveram essa orientação de ser aliados subservientes do império, cuja economia decadente leva a que a crise atual fizesse com que o México fosse de novo ao FMI - o que FHC fez três vezes no seu mandato.
Na reunião em que os EUA apresentaram a Alca, Hugo Chávez foi o único presidente americano a votar contra. FHC fez belo discurso -segundo o próprio Chávez-, mas votou com os EUA. Não fosse a vitória de Lula e a virada da política externa, o Brasil e todo o continente estariam na situação penosa do México, pelas mãos dos tucanos.
O Serra -que não foi convidado para o aniversario da Conceição, ligou e se autoconvidou, chegou com flores, recebido com toda a frieza, ao contrário da Dilma, convidada de honra, recebida com aplausos, de pé- quis tirar banca de progressista, dizendo que estaria "mais à esquerda de Dilma", porque ela não domaria o PMDB. (O problema é que ele não doma, nem quer domar, o PSDB.) Mas critica o Brasil em Honduras, no Irã, diz que vai tirar o país do Mercosul, só podendo colocar no lugar a relação privilegiada com os EUA, que os tucanos sempre tiveram e ainda pregam. Serra queria que tivéssemos a posição que teve o governo deles diante do golpe do Fujimori, de conivência e apoio?
A política externa brasileira faz do nosso país um país soberano e isso é insuportável para as elites tradicionais que se acostumaram à subserviência com as potências do centro do capitalismo, que consideram ter relações diversificadas no mundo uma desobediência com as orientações do Império.
Quando o antecessor dos tucanos no Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães, afirmou "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil" (sic), nenhum órgão da imprensa brasileira -esses mesmos que se transformaram em partidos do bloco tucano, diante da fraqueza dos partidos tradicionais da direita conforme confissão da executiva da FSP- divergiu, até aplaudiram. Não podem assim estar de acordo com uma política que afirma orgulhosamente nossa soberania inclusive diante do maior império da história da humanidade.
Serra disse que disse, que não disse, que não teria dito, mas que disse que quer bombardear o Mercosul, reduzi-lo às suas mínimas proporções, que era a situação no governo FHC de que ele participou durante todos os dois mandatos. O que colocar no lugar? O livre comércio com os EUA, certamente, o caminho do Chile - que o Serra sempre tomou como exemplo -, do México, do Peru, da Colômbia, os países com futuro mais comprometido no continente.
A política exterior do governo Lula promoveu a integração regional, privilegiou as alianças com o sul do mundo, diversificou nosso comércio exterior. Afirmou o nome do Brasil no mundo, em uma condição de prestígio e de respeito, como nunca tínhamos tido.
O que é bom para os tucanos, não é bom para o Brasil. A política externa soberana é condição para a política interna democrática e popular. O Brasil decide este ano se quer consolidar nossa posição no mundo e aprofundar a construção de um país justo ou se voltam os subservientes ao Império.
Emir Sader é filósofo, cientista político, escritor, autor de A Vingança da História, entre outros livros, e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o Laboratório de Políticas Públicas.
Por Gilvan Freitas - O Terror do Nordeste - 29.04.2010
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