14 de set. de 2009

PIOR ESCOLA DE SP PERDE COMPUTADORES COM CHUVA

Com o temporal, dois andares da escola recém-reformada foram tomados pela água

Colégio tem o mais baixo desempenho nos indicadores de qualidade; 93,4% dos alunos não obtiveram o nível adequado em português

TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 12-09-09

FABIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas desta semana deixaram ainda pior a situação daquela que é considerada a pior escola de São Paulo, localizada no pior bairro da cidade.
Na terça passada, dois dos três andares da escola estadual Dr. Genésio de Almeida Moura foram tomados por água. Livros didáticos e computadores foram danificados. O colégio tem o mais baixo desempenho segundo indicadores de qualidade de ensino do Estado.
A escola fica no Jardim Damasceno, em Brasilândia, zona norte. De acordo com o DNA Paulistano, o levantamento mais detalhado já realizado pelo Datafolha sobre a vida na cidade, o bairro é o que mais apresenta problemas.
O colégio estava em reforma. Uma obra no telhado havia acabado de ser concluída. Conforme relataram funcionários, telhas danificadas e calhas sujas foram as causas do incidente.
Ao todo, sete salas foram alagadas. Além da biblioteca e da sala de informática, as salas de aula da sétima série, a diretoria, a secretaria e os banheiros foram tomados pela água. As aulas foram suspensas e, segundo alunos, retomadas só ontem.
Nas salas de aula, as marcas da enchente estão no teto, de onde ainda se desprendem algumas gotas. Nas salas de informática e na biblioteca, mais marcas de infiltração. Dezenove computadores adquiridos em 2008 pelo programa Acessa Escola foram danificados. Segundo a direção do colégio, as razões do alagamento das instalações estão sendo apuradas.
A escola teve o pior desempenho de 1ª a 4ª séries da capital no indicador de qualidade do governo estadual, divulgado no início do ano. Numa escala de 0 a 10, tirou 1,08 (considera conhecimento dos alunos e taxas de reprovação); 93,4% dos alunos não obtiveram o nível adequado em língua portuguesa.
À época, pais de alunos relataram que havia ratos no local, pombos no refeitório e uso de drogas no colégio. Após a divulgação dos resultados do exame, o governo assinou contrato para a reforma da unidade, no valor de R$ 293 mil, com a empresa de engenharia Lopes Kalil.
Uma placa foi colocada no colégio para anunciar a obra. Um dos itens a serem executados foi "revisão da cobertura, com substituição de telhas [...]". Em agosto, a Folha revelou que o Tribunal de Contas do Estado apontou problemas em várias reformas de escolas estaduais.

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