3 de abr. de 2010

Professores denunciam presença de policiais infiltrados nas manifestações

Imagem: A/E
Durante a manifestação dos professores estaduais, no dia 26/3, em frente ao Palácio do Governo do Estado, ocorreram diversos confrontos entre policiais militares e professores, levando a um grande número de feridos. Segundo os professores, a confusão foi causada pela PM que iniciou o conflito.

Diversos métodos da ditadura militar foram utilizados para reprimir e agredir os manifestantes como o uso de helicópteros que sobrevoavam a manifestação soltando gás de pimenta, a menos de cinco metros do chão, e a infiltração de policiais entre os manifestantes.

Policiais infiltrados
Pelo menos um policial infiltrado da P2 (polícia secreta da PM) foi descoberto pelos professores. O jornal O Estado de S. Paulo publicou uma foto com a legenda: "Manifestante carrega policial durante confronto". Porém, em seguida, a Polícia Militar divulgou uma nota oficial afirmando que não se tratava de manifestante, mas de um "policial a paisana". A foto mostra que o suposto policial usava barba, o que é proibido pelo regimento interno da Polícia Militar, mas somente um agente infiltrado pode ter barba.
Além disso, os diretores da subsede de Osasco relataram que o policial esteve presente em todas as assembleias da categoria, em Osasco e em São Paulo, e que inclusive embarcou, em Osasco, no ônibus dos professores para a manifestação do dia 26/3.
O professor de Filosofia de Jundiaí, Fernando Ribeiro, também identificou outro policial infiltrado, que tentou incendiar um carro durante a manifestação para criminalizar o movimento e justificar a repressão policial. Segundo Ribeiro, que presenciou a tentativa do infiltrado, "tentaram colocar fogo no carro para culpar o protesto e iniciar o conflito. Como agiram com muita brutalidade, numa ação desproporcional, queriam uma justificativa".
Tais fatos levantam muitas suspeitas sobre as acusações feitas pelos grandes veículos de comunicação, de que os professores teriam jogado pedras e paus em direção aos policiais. Tendo em vista a gravidade destas denúncias, não é possível afirmar com certeza que esses manifestantes sejam mesmo professores ou policiais infiltrados.

Negociações

Enquanto ocorria o conflito, 10 representantes da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) estavam em reunião com os secretários-adjuntos da Casa Civil, Humberto Rodrigues, e da Educação, Guilherme Bueno, que afirmaram que o governo não abrirá negociações enquanto a greve continuar.
Após três semanas em greve e as assembleias com mais de 40 mil professores presentes, o governo não apresentou nenhuma contraproposta, mostrando que o único diálogo que manterá será através da repressão policial e da infiltração de agentes nas movimentações da categoria.
A APROPUC manifestou seu apoio à luta dos professores contra a intransigência do governo Serra.

"Bota-fora do Serra"
O governador José Serra deixará seu cargo no dia 31/3 para poder concorrer à Presidência da República pelo PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro). Para marcar a saída, cerca de 40 entidades do funcionalismo público organizaram no vão livre do MASP, às12h, uma manifestação lúdica.
O "bota-fora do Serra", como esta sendo chamada a manifestação, oferecerá um almoço de gala com o valor do vale refeição pago pelo governo mais rico do país. O prato principal será coxinha.
 
Fonte: Apropuc - 02.04.10

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