Imagem: A/E |
Diversos métodos da ditadura militar
foram utilizados para reprimir e agredir os manifestantes como o uso de
helicópteros que sobrevoavam a manifestação soltando gás de pimenta, a
menos de cinco metros do chão, e a infiltração de policiais entre os
manifestantes.
Policiais infiltrados
Pelo menos um policial infiltrado da
P2 (polícia secreta da PM) foi descoberto pelos professores. O jornal O
Estado de S. Paulo publicou uma foto com a legenda: "Manifestante
carrega policial durante confronto". Porém, em seguida, a Polícia
Militar divulgou uma nota oficial afirmando que não se tratava de
manifestante, mas de um "policial a paisana". A foto mostra que o
suposto policial usava barba, o que é proibido pelo regimento interno da
Polícia Militar, mas somente um agente infiltrado pode ter barba.
Além disso, os diretores da subsede de
Osasco relataram que o policial esteve presente em todas as assembleias
da categoria, em Osasco e em São Paulo, e que inclusive embarcou, em
Osasco, no ônibus dos professores para a manifestação do dia 26/3.
O professor de Filosofia de Jundiaí,
Fernando Ribeiro, também identificou outro policial infiltrado, que
tentou incendiar um carro durante a manifestação para criminalizar o
movimento e justificar a repressão policial. Segundo Ribeiro, que
presenciou a tentativa do infiltrado, "tentaram colocar fogo no carro
para culpar o protesto e iniciar o conflito. Como agiram com muita
brutalidade, numa ação desproporcional, queriam uma justificativa".
Tais fatos levantam muitas suspeitas
sobre as acusações feitas pelos grandes veículos de comunicação, de que
os professores teriam jogado pedras e paus em direção aos policiais.
Tendo em vista a gravidade destas denúncias, não é possível afirmar com
certeza que esses manifestantes sejam mesmo professores ou policiais
infiltrados.
Negociações
Enquanto ocorria o conflito, 10
representantes da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial
do Estado de São Paulo) estavam em reunião com os secretários-adjuntos
da Casa Civil, Humberto Rodrigues, e da Educação, Guilherme Bueno, que
afirmaram que o governo não abrirá negociações enquanto a greve
continuar.
Após três semanas em greve e as
assembleias com mais de 40 mil professores presentes, o governo não
apresentou nenhuma contraproposta, mostrando que o único diálogo que
manterá será através da repressão policial e da infiltração de agentes
nas movimentações da categoria.
A APROPUC manifestou seu apoio à luta dos professores contra a intransigência do governo Serra.
"Bota-fora do Serra"
O governador José Serra deixará seu
cargo no dia 31/3 para poder concorrer à Presidência da República pelo
PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro). Para marcar a saída, cerca
de 40 entidades do funcionalismo público organizaram no vão livre do
MASP, às12h, uma manifestação lúdica.
O "bota-fora do Serra", como esta
sendo chamada a manifestação, oferecerá um almoço de gala com o valor do
vale refeição pago pelo governo mais rico do país. O prato principal
será coxinha.
Fonte: Apropuc - 02.04.10
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