“Em um mundo de diferenças, enxergue a igualdade”. Este é o nome da campanha lançada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Ministério da Educação e com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Sua proposta é combater o racismo contra crianças negras e indígenas. Um dos objetivos é orientar os adultos sobre como tratar o tema da diversidade com as crianças e evitar que o preconceito se estabeleça.
“Nossa responsabilidade como adulto é trabalhar para que a situação não se perpetue.Diante de uma situação de discriminação no cotidiano, muitos não sabem como explicar de forma adequada a questão da diversidade para uma criança, seja ela branca, negra ou indígena”, explica a representante da Unicef no Brasil, Helena Oliveira Silva.
Infância marcada - A especialista afirma que o preconceito ocupa uma dimensão “muito subjetiva” no dia a dia da criança, seja na escola ou em outros ambientes, e que pela vulnerabilidade da própria idade, causa muito mais impacto neste público. “A criança vítima de preconceito, que é estereotipada, tem o desenvolvimento da sua identidade afetado. Isso marca a infância dela”, ressalta.
Já a secretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira, considera a iniciativa um “puxão de orelha na sociedade em geral e nos responsáveis pelas políticas públicas para o setor”, porque chama a atenção para a criminalização da adolescência negra no país.
“Aprender a viver junto” – O secretário de Educação Continuada do MEC, André Lázaro, cita a amplitude do processo educacional como um dos motivadores da campanha. “Educação é mais do que aprender a ler, escrever e contar. É aprender a viver junto, a não se intimidar diante da opressão e encontrar na vida forças para enfrentar resistências”, entende.
Diferentes setores da sociedade civil participaram da construção da campanha, entre elas: Ação Educativa, Ceafro, Tribo Jovem, Geledés, comunidades Pataxós, Coiab e Andi. Várias organizações já anunciaram apoio à iniciativa e veicularão peças da campanha. São elas: MTV, Canal Futura, Orla Rio, EBC, Discovery Channel e Afrobras. Grupos religiosos também estão mobilizados em torno da campanha, desenvolvendo mensagens de sensibilização sobre o tema em suas comunidades.
A campanha, que divulgará dois vídeos em emissoras de televisão e na internet, contará também com o blog, onde crianças e jovens poderão contar histórias de sucesso ou de discriminações que tenham sofrido ou presenciado.
Fonte: Brasília Confidencial - 30.11.2010
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