PSDB é contra a redução da conta luz

Do Terra Brasil

As empresas de energia elétrica, muitas delas multinacionais, declararam guerra à medida provisória do governo que reduz o preço das contas de luz no bojo da renovação das concessões públicas. Nesta campanha terrorista, elas contam com dois aliado de peso: a mídia privada e o PSDB, tendo à frente o senador Aécio Neves. Há quase um mês, o braço político-midiático destas corporações investe contra a medida, que visa baratear os custos da energia elétrica e incentivar o crescimento econômico do país.

Belo Monte: polêmica e gigantismo

Belo Monte será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo

Terminou, no final de abril, uma batalha judicial que suspendeu, duas vezes, o leilão para decidir qual o consórcio responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. As opiniões dividem-se e geram um debate polêmico e apaixonado dos dois lados – contra e a favor, com alcance internacional. Ambientalistas condenam o projeto sob a alegação de que a obra provocará fortes impactos ambientais, atingindo terras indígenas e inviabilizando a vida da população ribeirinha, instalada às margens do Rio Xingu. Em outra ponta, políticos e empresários saem em defesa daquela que será, na sua capacidade máxima, a terceira maior usina do mundo, ficando atrás apenas de uma instalada na China (Três Gargantas) e outra brasileira, a de Itaipu. Seus defensores fundamentam-se não só na necessidade de geração de energia para atender o crescimento projetado para o Brasil nos próximos anos, a geração de novos empregos e de uma nova realidade socioeconômica para a região, como também na garantia de que, ao longo dos últimos anos, estudos aprofundados equacionaram as questões ambientais.

Em oito anos, Luz Para Todos tem desafio de chegar a extremamente pobres.

Foto: Ag/Br

Programa alcança 14 milhões de pessoas, mas precisa ainda atender assentamentos de reforma agrária, quilombolas, indígenas e comunidades atingidas por barragens.

Procom quer enquadrar Eletropaulo

Após um vendaval, um milhão de pessoas na capital paulista e em dez cidades da Grande São Paulo ficaram no escuro. Em algumas regiões, a falta de energia durou três dias. Frente ao caos, o PROCON de São Paulo encaminhou um pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em que solicita intervenção na AES Eletropaulo.

Além dos apagões, o fato é que, dos R$ 18 milhões em multas cobradas da Eletropaulo, meros R$ 3,5 milhões foram pagos. Não é de se estranhar, portanto, que nos dois últimos anos a Eletropaulo tenha ficado entre as empresas que mais receberam reclamações junto ao PROCON-SP. Vejo a iniciativa do PROCON como excelente. O consumidor é a grande vítima desta história.

E, como se não tivesse nada a ver com isso, o governador tucano Geraldo Alckmin, agora, culpa a Eletropaulo. Brada que a concessionária não tem "condições mínimas" de atendimento em situações climáticas adversas. Reclama, ainda, que há quatro anos a empresa atrasa no cumprimento de suas obrigações, como o de dotar a Região Metropolitana de mais energia. Isso mesmo, há quatro anos e fica a pergunta: como não fez nada a respeito antes?

Descaso com a população

A medida do PROCON encaminhada à ANEEL pede a substituição da diretoria da Eletropaulo por um interventor indicado pela própria Agência. O texto afirma ser "dever da concessionária estar preparada para enfrentar problemas climáticos e manter uma equipe eficiente para, em tempo razoável, restabelecer o fornecimento de energia".

Já, a concessionária defende-se. Afirma ter mantido "um plano de investimentos crescente, de forma a assegurar não só o atendimento ao crescimento no consumo de energia elétrica, mas também a melhoria da qualidade do fornecimento". Aponta, ainda, que seus indicadores estão acima da média no país.

O fato, meus caros, é que os tucanos - tanto o ex-governador José Serra quanto o atual Geraldo Alckmin - evidentemente, sabiam dos problemas e da falta de investimento da Eletropaulo. E foram coniventes, já que nada fizeram.

Foto: Wikipédia

Do Blog do Zé Dirceu - 14.06.2011