Do Blog do Nassif - 04.06
Por Enio
Na edição da revista economist desta semana (4 de junho - já está no site deles http://www.economist.com/world/americas/displaystory.cfm?story_id=13782570), um dos artigos descreve a péssima situação da escola pública, destacando principalmente a situação alarmante da educação em São Paulo. Achei o artigo bem equilibrado e reforça a necessidade de melhoria da educação pública.
Ficamos sempre preocupados com o dia a dia econômico como câmbio, taxa de juros, etc. Acabamos nos esquecendo de que um dos principais motores para o desenvolvimento econômico sustentável é educação de qualidade para todos.
Cometários:
O Azenha publicou um ótimo texto, “Pensar fora da caixa, sempre” (1), que me fez lembrar o conceito de Kaizen (2) “(do japonês, mudança para melhor) é uma palavra com o significado de melhoria contínua, gradual, na vida em geral (pessoal, familiar, social e no trabalho). (…)
Uma analogia conhecida é a de uma história chamada ‘O Tesouro de Bresa’, onde um pobre alfaiate compra um livro com o segredo de um tesouro. Para descobrir o segredo, ele tem que decifrar todos os idiomas escritos no livro. Ao estudar e aprender estes idiomas, começam a surgir oportunidades, e ele lentamente (de forma segura) começa a prosperar. Depois, é preciso decifrar os cálculos matemáticos do livro. É obrigado a continuar estudando e se desenvolvendo, e a sua prosperidade aumenta. No final da história, não existe tesouro algum - na busca do segredo, a pessoa se desenvolveu tanto que ela mesma passa a ser o tesouro. O processo de melhoria não deve acabar nunca, e os tesouros são conquistados com saber e trabalho. Por isso, a viagem é mais importante que o destino.”
A revista Carta Capital mostra um tesouro semelhante numa matéria sobre material didático (3). Trecho:
“Todo o material é público, com reprodução autorizada, como ocorre com livros didáticos criados por professores e distribuídos gratuitamente nas escolas. ‘O educador tem como consultar uma ampla biblioteca digital, além das sugestões de aulas feitas pelos próprios colegas, e apresentar isso aos alunos’, completa Mônica. ‘Os vídeos e imagens podem ser exibidos na TV Multimídia, basta transferir o arquivo da internet para o pen drive e depois plugá-lo na tevê.’
Não é tudo. No ar desde junho de 2006, a TV Paulo Freire, com transmissão via satélite, oferece uma programação voltada para a formação dos profissionais da educação básica, incluindo debates com especialistas e programas para dar visibilidade a experiências pedagógicas bem-sucedidas. ‘Diferentemente de outras emissoras do gênero, nós não trabalhamos com produções terceirizadas nem com uma equipe de profissionais majoritariamente da área de comunicação’, afirma Aldemara Pereira de Melo, coordenadora da emissora. ‘Dos nossos 42 profissionais, só nove são técnicos e editores de vídeo. Todo o restante é de professores da rede.’
Para dar suporte às várias mídias digitais, o programa mantém uma equipe de multimeios, que produz animações para a TV Paulo Freire, colabora com a produção de arquivos para o portal Dia a Dia e elabora conteúdos para materiais e projetos gráficos pegagógicos. ‘Um dos projetos é a tradução de softwares livres educacionais para o português’, comenta Ricardo Petracca, coordenador da equipe. ‘E o engraçado é que ninguém aqui é programador ou diretor de arte. São todos professores com certa afinidade com computadores. Em tudo há preocupação pedagógica’.”
Notas:
(1) http://www.viomundo.com.br/opiniao/pensar-fora-da-caixa-sempre
(2) http://pt.wikipedia.org/wiki/Kaizen
(3) http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=6&i=4179
Nassif, eu já publiquei um artigo no seu portal dando um panorama da gravíssima situação das escolas em SP (públicas e privadas) tomando por base o último Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Ao que parece, ninguém está muito preocupado com a gravidade da situação.
http://blogln.ning.com/forum/topics/a-tragedia-da-educacao-em-sao
Tal qual mencionou o artigo do Economist, toco no paradoxo que é o fato de um Estado ser tão rico e ter uma educação tão sofrível.
Só para dar um exemplo, a melhor escola estadual de São Paulo ficou 2.596 posições atrás no ranking do Enem. Isto porque o diretor da tal escola é um “louco” que vai contra as orientações da secretaria estadual de ensino. Isto não é chute meu, mas reportagem da própria Folha. Veja o link:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u560202.shtml