O que mais me espantou na cobertura do golpe militar ocorrido ontem em Honduras foi o eufemismo da imprensa brasileira, até ‘eleição de novo presidente’ foi mencionada.
Eu sei que não deveria me espantar já que quando sofremos um golpe militar em 1964 toda a imprensa brasileira louvou a ação dos militares. Sei ainda que esta imprensa é tão inútil, retrógrada e sem nenhuma função social em relação ao jornalismo e à informação que até hoje dá ares de seu autoritarismo referindo-se à violência de um Estado de exceção, que fez uso de torturas, como ”ditabranda”.
Mas mesmo assim me espanto. O mundo todo condenou o golpe em Honduras, até mesmo o governo dos EUA- que sempre teve uma ação dúbia na política latino-americana- conenou o golpe:
“(…) a condenação (ao golpe militar em Honduras) não se circunscreve à esquerda latino-americana, da qual Zelaya se aproximou em busca de mudanças de fundo em seu país. A União Europeia (UE), dominada por conservadores, já condenou o golpe militar. Comunicado divulgado pelos 27 chanceleres da UE classificou a deposição de ”inaceitável violação da ordem constitucional em Honduras”. A UE exigiu ainda a imediata libertação de Zelaya e ”a volta à normalidade constitucional”.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também se declarou “profundamente consternado com os informes que chegam de Honduras sobre a detenção e expulsão do presidente Zelaya”. Obama disse que as disputas no país “devem ser resolvidas pacificamente através de diálogo livre de qualquer interferência externa”. (Revista Fórum).
Para ler algo decente sobre o golpe militar visite:
Al Jazeera (em inglês)
E para não restar dúvidas sobre o que realmente está acontecendo em Honduras, seleciono algumas imagens do dia de ontem:
Vídeo da Al Jazeera (em inglês)
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