Docentes com projetos de longo prazo e participação dos pais são alguns dos fatores importantes para o sucesso de colégios
Pior escola do ranking da rede estadual teve três diretores no 1º semestre; rotatividade acontece por causa da criminalidade
Filipe Redondo/Folha Imagem |
Alunos da escola Rui Bloem, zona sul de São Paulo, a melhor de acordo com ranking do governo
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 21-09-09
Violência, envolvimento da família e professores efetivos são alguns dos fatores que colocam os colégios Doutor Genésio de Almeida Moura e Rui Bloem em situações opostas no ranking de qualidade de ensino das escolas públicas estaduais de São Paulo.
A primeira, no Jardim Damasceno (zona norte), tem a pior avaliação da cidade -numa escala de 0 a 10 que avalia conhecimento de alunos e reprovação, tirou 1,08. A segunda, em Mirandópolis (zona sul), é referência -em 2007 e 2008, ficou em primeiro e terceiro lugar no índice do governo.
Para a diretora da escola Doutor Genésio de Almeida Moura, Cleonice da Silva, estar na lanterna dos rankings "mexeu com os brios" de funcionários e alunos. Ela diz que esse é o combustível para a ampliação de projetos pedagógicos, como o aumento do quadro de professores efetivos e de atividades extracurriculares.
"Dos 116 professores, hoje 80% são efetivos. Há cerca de três anos, eram apenas dois, com muita rotatividade."
O problema, segundo funcionários, é que as boas intenções esbarram na realidade da região. Por causa da violência, só no primeiro semestre deste ano, a escola teve três diretores -dois foram afastados por supostas ameaças.
Do outro lado da cidade, na escola Rui Bloem, as queixas são por excesso de rigidez. "Alguns dos professores que passam por aqui não gostam do controle de faltas e da obrigação de dar aulas de reposição", diz Eliana Marquezin, professora-coordenadora da escola, hoje com cerca de 2.000 alunos, 80% deles vindos de escolas públicas da região.
Na Rui Bloem são 100 professores, dos quais 60 são efetivos. Eles se reúnem semanalmente com pais de alunos. Sob a direção de Maria Cleuza Martins há seis anos, comemoram índices crescentes de aprovação em universidades públicas.
"Isso não significa que o colégio seja bom, porque nenhum que tira nota 5 em uma avaliação que vale 10 [como no último levantamento do governo] pode ser considerado de qualidade", afirma.
A diretora diz que é inevitável se adequar ao perfil dos alunos, de classe média, que procura ensino voltado para o vestibular. Para isso, fez parcerias com o grupo Objetivo, no Jabaquara (zona sul), onde funciona um plantão de dúvidas.
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