3 de nov. de 2009

Poli Grega


Polis Grega (800 a.C)
As instituições políticas do Período Homérico eram muito simples. As pequenas comunidades aldeãs, existentes no território de uma tribo, eram praticamente autônomas e independentes entre si. O chefe tribal quase não tinha autoridade. Não podia legislar nem administrar a justiça. Limitava-se a liderar as aldeias em época de guerra e a celebrar os cultos coletivos. O Basílio nada recebia por sua função e seu sustento era retirado das propriedades de seu gênios. Era conhecido como rei lavrador.


Nessas pequenas comunidades, não havia uma administração pública desenvolvida nem funcionários. O tesouro público era reduzido ao mínimo, já que as maiores despesas relacionavam-se aos cultos religiosos. O exército praticamente nada custava, porque cada homem livre equipava-se por sua própria conta. A justiça era, na maioria das vezes, realizada no interior dos gene, cujos integrantes participavam, inclusive, de vinganças, quando elementos de outros gene praticavam alguma falta contra seus membros.
O rei era auxiliado por um Conselho Consultivo, eleito ou transmitido hereditariamente entre os gerentes. Mais tarde, entre a segunda metade do século VIII a.C. e o início do século seguinte, esse conselho destronou o Basílio e tornou-se o principal órgão político das comunidades. Mesmo nos lugares onde a monarquia foi mantida, o conselho tornou-se o centro da vida política. A monarquia tribal cedeu lugar à oligarquia (domínio de poucos), isto é, à autoridade dos proprietários de terras, que iam incorporando a seus domínios as propriedades dos camponeses endividados.
Nessa época, ocorreu uma explosão demográfica, ao mesmo tempo que se desenvolviam o artesanato e a economia mercantil. Essas transformações políticas, econômicas e sociais possibilitaram o progresso das cidades e da vida urbana. Os laços sociais existentes nas pequenas comunidades de aldeias foram se dissolvendo. Os gene perderam aos poucos seus poderes particulares de promover acústica e foram se subordinando à coletividade. Surgiu, então, a polis ou cidade-estado  base da organização política dos povos gregos. Apesar das semelhanças culturais, os gregos jamais formaram uma nação enquanto foram independentes. Suas cidades tinham governos, sistemas políticos e leis próprias. Além disso, vi viam em conflitos, amenizados temporariamente por alianças entre os grupos dominantes das polis. Para os gregos, a polis era o lugar onde se asseguravam direitos e deveres, definindo-se, assim, a própria cidadania. Mas, mesmo rivais ou independentes entre si, as cidades gregas mantinham mecanismos de solidariedade contra o que chamavam “mundo bárbaro”, isto é, os povos não-gregos que viviam fora da Hélade, que correspondia ao território coberto pelo conjunto das cidades gregas. Essa solidariedade expressava-se nos jogos, como as Olimpíadas (que eram festivais esportivos, com fins religiosos, envolvendo todas as cidades gregas), e nas alianças militares contra os “bárbaros”. A cidade-estado grega era formada pela acrópole, a parte alta da cidade, e pelas terras em volta, utilizadas na agricultura. A cidade era o centro religioso, político e econômico do território que a cercava.
Raras cidades-estados possuíam uma área extensa. As exceções foram Esparta, que englobava a Lacônia e a Mexeria, e Atenas, que correspondia à Ativa inteira. Na maioria das vezes, uma mesma região, como a Beócia ou a Acaba, compreendia várias cidades de dimensões restritas e rivais umas das outras. As cidades-estados começaram a formar-se no Período Umedeço, mas foi no Período Arcaico que a polis se estruturou, embora seu desenvolvimento não tenha sido semelhante em toda a Grécia.
O apogeu da pólis coincidiu com o surgimento da democracia no Período Clássico, como veremos posteriormente. Nas cidades-estados que adotaram o sistema de governo democrático, os habitantes do território, exceto servos, escravos, estrangeiros e mulheres, eram cidadãos, que, coletivamente, organizavam a vida política, econômica e religiosa. Devemos nos lembrar de que a cidadania grega significava a devoção de um cidadão a sua cidade, embora houvesse laços religiosos e étnicos que davam a todos os gregos um sentimento de afinidade. No apogeu da polis, a filosofia, a poesia, a ciência, as artes, o direito, o estatuto da cidadania e o debate de idéias atingiram níveis de desenvolvimento até então inexistentes. Esse desenvolvimento foi facilitado, por
que a vida na cidade permitia que todos os cidadãos se encontrassem nas praças públicas para discutir os acontecimentos do dia e os interesses urbanos. A liberdade de debates entre os cidadãos era possível por serem os reis gregos eleitos por nobres e guerreiros. Assim, os gregos jamais caíram sob a tirania de monarcas divinizados ou sacerdotes, como aconteceu no Oriente; seus líderes e governantes eram sempre aclamados pelos cidadãos ou por seus representantes.
Para que esse costume prevalecesse, uma contribuição muito grande foi dada pela religião dos gregos. Misturando a vida dos deuses com características humanas, sua tradição religiosa encurtava a distância entre o humano e o divino, dando mais liberdade de pensamento aos homens. Porém, essa participação política era para a minoria dos cidadãos, que podiam discutir os problemas da cidade e envolver-se com questões políticas, já que havia uma outra parcela da população encarregada de produzir alimentos. Veja o que escreveu o historiador Perry Anderson: por trás de toda essa organização e cultura não há uma economia urbana de alguma forma equiparável a elas: ao contrário, a riqueza material que sustentava sua vitalidade intelectual e cívica era extraída de forma esmagadora do campo, cuja força básica era o trabalho escravo”.
Fonte: História antiga 

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