Área ocupada pela comunidade Moinho Vivo. Fotos: Márcia Brasil |
Trabalho de empresa de
terraplenagem em terreno de 10 mil metros quadrados da Ceagesp começou
dois dias após fogo destruir favela do Moinho, fechando o acesso ao que
era chamado de 'bosquinho'
São Paulo – Uma semana após o incêndio na favela do Moinho, no centro
de São Paulo, uma porção de cimento começa a ganhar feição rapidamente
no local que antes abrigava uma área verde, chamada pelos moradores de
"bosquinho". O trabalho de uma empresa de terraplenagem começou apenas
dois dias após o fogo destruir parte dos barracos em um terreno
da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)
que, cedido ao setor privado, será transformado em um estacionamento de
caminhões.
Alguns carros no estacionamento, e mais ao fundo uma escavadeira começa a limpeza na área verde. |
Até o dia do incêndio, a área era aberta, possuía árvores de pequeno
porte e bastante mato, de acordo com moradores da favela. Hoje (24), só
havia poucas árvores no local e pelo menos cinco homens trabalhavam na
limpeza do terreno, de 10 mil metros quadrados. Com um trator, um
caminhão e um carro antigo, os trabalhadores não usavam uniformes que
identificassem a empresa.
De acordo com o encarregado de obras, Alfredo dos Santos, todos são
empregados da Terraplanagem JC, situada no bairro de Pirituba, zona
oeste da capital. Ele afirma que a empresa teria sido contratada pelo
Ceagesp para fazer a limpeza do terreno com o intuito de evitar que ele
fosse ocupado por desabrigados do incêndio. Não foi possível localizar a
empresa.
A área verde, ainda preservada até o dia do incéndio |
Apesar de manter contato com Alfredo, o integrante do Departamento
Comercial do Ceagesp, Rubens Reis de Souza, afirmou que, após a locação,
o Ceagesp não teria mais responsabilidade sobre o terreno.
Nenhum dos
dois disse saber o nome da empresa que teria alugado a área. A
assessoria de imprensa do órgão também não soube informar quem seria o
locatário, porém confirmou que a área dará espaço a um estacionamento de
caminhões.
A Rede Brasil Atual apurou que Alfredo dos Santos
também é supervisor geral da empresa de estacionamento União Park, que,
de acordo com o Ceagesp, teria concorrido a uma licitação. Ele nega o
fato. Situada entre duas linhas de trem, a possível entrada para o
terreno seria passando por parte da Favela do Moinho, localizada embaixo
do viaduto, que pegou fogo na última segunda-feira (17).
O terreno, ainda sem limpeza, faz fronteira com duas linhas de trêns e com a Favela do Moinho (Imagem: Google Earth) |
Os desabrigados da favela começam a reconstruir as casas, mantendo 10
metros de distância do viaduto Engenheiro Orlando Murgel, seguindo
orientações da Defesa Civil. De acordo com a prefeitura a estrutura do
viaduto foi abalada e uma empresa de construção civil trabalha na
reforma do local. O trânsito está impedido em um dos sentidos.
Este é o quinto incêndio na Favela do Moinho, que vitimou uma pessoa e
deixou pelo menos 300 desabrigados. Desde 2006 a área, antiga posse da
Rede Ferroviária Federal, está em disputa. A prefeitura de Gilberto
Kassab (PSD) pretende construir um parque ou uma estação de trem, e
alega que o terreno não serve para moradia porque está contaminado. Em
dezembro do ano passado ocorreu o maior incêndio do Moinho, que devastou
um terço da comunidade, em uma área de 6.000 m². Duas pessoas morreram e
dezenas de famílias ficaram desabrigadas.
Sé este ano foram registrados 68 incêndios em favela. Entre 2008 e
2011, o Corpo de Bombeiros registrou 530 ocorrências. Em 13 de setembro,
o líder comunitário do Moinho, Francisco Miranda, esteve na Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Câmara Municipal para
investigar o número elevado de casos. Na ocasião, ele lamentou o fato de
a CPI, dominada pela base aliada a Kassab, não investigar de fato a
possibilidade de se tratar de uma atuação criminosa.
Texto: Rede Brasil Atual
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Sobre o Moinho Vivo (PROPOSTA DE REVISÃO PLANO REGIONAL ESTRATÉGICO - PRE SÉ )
Por Daniela Abade
Por Daniela Abade
Planta da área, a região em verde está a comunidade Moinho Vivo. |
Existe um
projeto de 2006 QUE PREVÊ ALTERAÇÕES NA LEI 13.885/2004 que gere a
regulamentação do uso do solo urbano - que transforma toda a área da
Favela do Moinho, de São Paulo, no Parque do Moinho. É a AIU 8 que
Começa no Viaduto Engº. Orlando Murgel e pega toda a área da favela, como
mostrado no mapa.
O documento com o projeto está disponível para download no próprio site da prefeitura: http://www.google.com.br/ url?sa=t&rct=j&q&esrc=s&sou rce=web&cd=1&cad=rja&ved=0 CCUQFjAA&url=http%3A%2F%2F ww2.prefeitura.sp.gov.br%2 Farquivos%2Fsecretarias%2F planejamento%2Fzoneamento% 2F0001%2Fparte_II%2Fse%2FP roposta_revisao_PRESE.doc& ei=yH5gUOzfHa2J0QG_xIHoBg& usg=AFQjCNE1k5nOl9xbZPjEia lbwTiMcyzsIA
O documento com o projeto está disponível para download no próprio site da prefeitura: http://www.google.com.br/
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