Escolas buscam maneiras de tornar a disciplina menos abstrata e mais atraente e estimulam os alunos a criar suas próprias estratégias de resolver problemas
Letícia Moreira/Folha Imagem |
Heloísa Cominato, 7, e Lucas Pimentel, 6, em
atividade de matemática que usa uma bola
FABIANA REWALD e TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
atividade de matemática que usa uma bola
FABIANA REWALD e TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Bola, baralho, jornais, programas educativos e até estudos em grupo misturando alunos de diferentes séries. Para tornar as aulas de matemática mais populares, as escolas correm atrás de ferramentas cada vez mais atraentes.
No Augusto Laranja (zona sul de SP), os alunos dos primeiros anos do fundamental aprendem as equações em brincadeiras com bolas e cartas. Ganha quem somar ou subtrair mais rápido.
"Lidar com a matemática de forma abstrata é muito difícil. Então trazemos os conceitos do cotidiano por meio de jogos", diz Rosângela Haas, professora do ensino fundamental do Augusto Laranja.
Uma ferramenta criada pela Positivo Informática e usada por mais de 2.700 escolas brasileiras torna possível até tocar nos números. As crianças respondem a exercícios propostos por um programa de computador encaixando, em um módulo eletrônico, blocos coloridos etiquetados com números. Aprendem assim conceitos como tamanho, altura e peso.
Culinária
No Albert Sabin (zona oeste) e na escola Santi (zona sul), os alunos são apresentados a formas geométricas, números decimais e frações em aulas de culinária. "Falar de medida com a criança só no campo abstrato não adianta. Ela se desinteressa e não compreende direito. Perguntamos, por exemplo, se uma receita de suco serve cinco pessoas", diz Maria Teresa Mastroianni, assessora pedagógica de matemática do Albert Sabin.
O exercício é um bom exemplo de como deve ser o ensino de matemática, afirma Célia Maria Carolino Pires, professora do programa de estudos pós-graduados em educação matemática da PUC-SP. "A matemática precisa ser tratada de modo contextualizado, com base em problemas do cotidiano."
Pensando nisso, a Móbile (zona sul) usa reportagens de jornal para analisar dados quantitativos -e, ao mesmo tempo, aproveita para discutir em aula esse gênero textual.
Repertório de estratégias
Para Rosana de Pieri, coordenadora de matemática dos 4º e 5º anos da Castanheiras (Grande SP), o papel do professor é criar possibilidades para que o aluno desenvolva um repertório de estratégias de resolução de problemas. A criança ainda deve ser estimulada a explicar o seu raciocínio para a classe.
Nesse contexto, aprender com os colegas pode ser algo até mais eficaz do que depender só do professor. Foi o que o Equipe (zona oeste) percebeu em uma atividade em que crianças do 2º ao 5º ano (antigas 1ª e 4ª séries) são misturadas e divididas em grupos heterogêneos.
Juntos, os estudantes criam jogos de tabuleiro, jogam cartas e boliche e competem em circuitos de corrida. Ao final, devem somar a pontuação de cada estudante no desafio. Um dos principais objetivos é que cada aluno apresente aos colegas a estratégia que desenvolveu, o que estimula a socialização.
Taís Ribeiro Drabik de Almeida, especialista em matemática da Divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática, faz uma ressalva, porém, para que o uso de jogos seja mais efetivo. Ela sugere que os professores interrompam a brincadeira para fazer perguntas relacionadas ao conteúdo estudado.
"O professor tem que aproveitar a oportunidade de explorar os conceitos matemáticos envolvidos."
No Augusto Laranja (zona sul de SP), os alunos dos primeiros anos do fundamental aprendem as equações em brincadeiras com bolas e cartas. Ganha quem somar ou subtrair mais rápido.
"Lidar com a matemática de forma abstrata é muito difícil. Então trazemos os conceitos do cotidiano por meio de jogos", diz Rosângela Haas, professora do ensino fundamental do Augusto Laranja.
Uma ferramenta criada pela Positivo Informática e usada por mais de 2.700 escolas brasileiras torna possível até tocar nos números. As crianças respondem a exercícios propostos por um programa de computador encaixando, em um módulo eletrônico, blocos coloridos etiquetados com números. Aprendem assim conceitos como tamanho, altura e peso.
Culinária
No Albert Sabin (zona oeste) e na escola Santi (zona sul), os alunos são apresentados a formas geométricas, números decimais e frações em aulas de culinária. "Falar de medida com a criança só no campo abstrato não adianta. Ela se desinteressa e não compreende direito. Perguntamos, por exemplo, se uma receita de suco serve cinco pessoas", diz Maria Teresa Mastroianni, assessora pedagógica de matemática do Albert Sabin.
O exercício é um bom exemplo de como deve ser o ensino de matemática, afirma Célia Maria Carolino Pires, professora do programa de estudos pós-graduados em educação matemática da PUC-SP. "A matemática precisa ser tratada de modo contextualizado, com base em problemas do cotidiano."
Pensando nisso, a Móbile (zona sul) usa reportagens de jornal para analisar dados quantitativos -e, ao mesmo tempo, aproveita para discutir em aula esse gênero textual.
Repertório de estratégias
Para Rosana de Pieri, coordenadora de matemática dos 4º e 5º anos da Castanheiras (Grande SP), o papel do professor é criar possibilidades para que o aluno desenvolva um repertório de estratégias de resolução de problemas. A criança ainda deve ser estimulada a explicar o seu raciocínio para a classe.
Nesse contexto, aprender com os colegas pode ser algo até mais eficaz do que depender só do professor. Foi o que o Equipe (zona oeste) percebeu em uma atividade em que crianças do 2º ao 5º ano (antigas 1ª e 4ª séries) são misturadas e divididas em grupos heterogêneos.
Juntos, os estudantes criam jogos de tabuleiro, jogam cartas e boliche e competem em circuitos de corrida. Ao final, devem somar a pontuação de cada estudante no desafio. Um dos principais objetivos é que cada aluno apresente aos colegas a estratégia que desenvolveu, o que estimula a socialização.
Taís Ribeiro Drabik de Almeida, especialista em matemática da Divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática, faz uma ressalva, porém, para que o uso de jogos seja mais efetivo. Ela sugere que os professores interrompam a brincadeira para fazer perguntas relacionadas ao conteúdo estudado.
"O professor tem que aproveitar a oportunidade de explorar os conceitos matemáticos envolvidos."
Pai pode ajudar fazendo perguntas sobre o exercício
DA REPORTAGEM LOCAL
Ajudar os filhos a estudar matemática deixa muitos pais de cabelo em pé. Às vezes, eles não se lembram mais do conteúdo estudado; em outras, eles até se lembram, mas foram ensinados de uma maneira tão diferente da usada hoje em dia, que os filhos não entendem a sua explicação.
A psicóloga Andrea Cervieri, 37, reuniu uma vez toda a família para resolver um exercício de fração que caiu em prova de seu filho Rafael, 11, aluno da escola Castanheiras. Mas nem o avô engenheiro do garoto conseguiu chegar ao resultado correto. Andrea procurou então a escola para pedir orientação.
Aprendeu que, mesmo quando não sabe resolver o exercício com o filho, pode ajudá-lo fazendo perguntas. "Eu tento cada vez mais trabalhar com a concentração dele para que ele possa ir para o raciocínio. O que é difícil nessa idade é o tempo de concentração."
Como um reflexo dessa nova maneira de ensinar, Andrea diz que Rafael tem muita facilidade de raciocínio. O mais difícil para ele, agora, é decorar a tabuada. A mãe ajuda o garoto com brincadeiras em que ele tem de responder rapidamente a contas de multiplicação, enquanto está no carro, por exemplo.
Rosana de Pieri, coordenadora de matemática da escola Castanheiras, diz que os pais também podem ajudar os filhos oferecendo um espaço adequado e reservando um tempo suficiente para o estudo. Estimular que o aluno descubra e leve suas dúvidas ao professor é outra forma de ajuda.
O importante é que o pai não dê respostas prontas, diz Taís Ribeiro Drabik de Almeida, da Positivo Informática. (FRw)
A psicóloga Andrea Cervieri, 37, reuniu uma vez toda a família para resolver um exercício de fração que caiu em prova de seu filho Rafael, 11, aluno da escola Castanheiras. Mas nem o avô engenheiro do garoto conseguiu chegar ao resultado correto. Andrea procurou então a escola para pedir orientação.
Aprendeu que, mesmo quando não sabe resolver o exercício com o filho, pode ajudá-lo fazendo perguntas. "Eu tento cada vez mais trabalhar com a concentração dele para que ele possa ir para o raciocínio. O que é difícil nessa idade é o tempo de concentração."
Como um reflexo dessa nova maneira de ensinar, Andrea diz que Rafael tem muita facilidade de raciocínio. O mais difícil para ele, agora, é decorar a tabuada. A mãe ajuda o garoto com brincadeiras em que ele tem de responder rapidamente a contas de multiplicação, enquanto está no carro, por exemplo.
Rosana de Pieri, coordenadora de matemática da escola Castanheiras, diz que os pais também podem ajudar os filhos oferecendo um espaço adequado e reservando um tempo suficiente para o estudo. Estimular que o aluno descubra e leve suas dúvidas ao professor é outra forma de ajuda.
O importante é que o pai não dê respostas prontas, diz Taís Ribeiro Drabik de Almeida, da Positivo Informática. (FRw)
PORTUGUÊS
OLIMPÍADA ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS
Estão abertas até 14 de maio as inscrições para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Podem participar alunos e professores do 5º ao 9º ano do fundamental e do 1º ao 3º ano do médio. Inscrições em www.escrevendoofuturo.org.br.
OLIMPÍADA ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS
Estão abertas até 14 de maio as inscrições para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Podem participar alunos e professores do 5º ao 9º ano do fundamental e do 1º ao 3º ano do médio. Inscrições em www.escrevendoofuturo.org.br.
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