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Frei Beto * |
11 de jan. de 2013
Drogas e religião

8 de abr. de 2012
17 de out. de 2010
Marilena Chaui - Professora e Filósofa da USP

Vídeo 2
Vídeo 3
Vídeo 4
15 de out. de 2010
“Se nos calarmos, até as pedras gritarão”, dizem católicos e evangélicos

10 de out. de 2010
Aborto: religião ou saúde pública?

Curetagem após aborto é cirurgia mais realizada pelo SUS
Mais de três milhões de procedimentos foram registrados entre 1995 e 2007.
Texto e vídeo: Globonews
Aborto supera câncer de mama em internações pelo SUS
Em 2010, a cada hora foram 12 internações por interrupção provocada da gravidez
Saiba mais
- Grávidas da violência
- Curetagem após aborto lidera cirurgias no SUS
- Triplicou o número de nações que permitem o aborto, diz ONU
- A política, as leis e o aborto
No banco de dados do Ministério da Saúde, as notificações mostram que as curetagens são numerosas também no sistema privado de saúde. Das 110.483 feitas nos seis primeiros meses de 2010, 45.847 foram em unidades particulares (41,4% do total).
Do Blog Delas
Sugestão de Beto Custódio
O único candidato a presidente nestas eleições que já assinou medidas para fazer abortos foi José Serra (PSDB), quando foi Ministro da Saúde, em 1998.
26 de ago. de 2009
MEC CRITICA ACORDO DO BRASIL COM SANTA SÉ

Itamaraty diz que o MEC deu parecer favorável ao artigo em dezembro de 2007; a CNBB nega privilégio à Igreja Católica no acordo
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA folha de SP 25-08-09
Um artigo sobre ensino religioso faz com que o acordo entre o Brasil e a Santa Sé seja criticado dentro do próprio governo federal. O documento foi assinado em novembro de 2008 e está prestes a ser votado no Congresso Nacional.
Um dos pontos do texto diz que "o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental".
A discórdia está na expressão "católico e de outras confissões religiosas". Isso porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, ao falar sobre o ensino religioso, não menciona nenhuma fé específica e também veda o "proselitismo", ou seja, a promoção de uma religião.
Por isso, em parecer datado de junho deste ano, a Coordenadoria de Ensino Fundamental do MEC afirma que o acordo fere a legislação brasileira e poderá gerar discriminação dentro da escola pública. No caso da particular, o documento ressalta que as instituições de ensino cristãs têm autonomia para deliberar sobre o conteúdo.
O Itamaraty diz que o MEC havia dado parecer favorável ao artigo em dezembro de 2007. Já o ministério afirma que já havia manifestado sua discordância anteriormente.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) nega privilégio à Igreja Católica no artigo. "Por que aparece "católico'? Porque está falando do acordo com a Igreja Católica. Se fosse com a religião budista, diria "budista e de outras confissões religiosas'", disse na sexta-feira dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da entidade.
"O fato de o texto nomear uma religião e referir outras a esta a coloca em uma situação de privilégio", rebate Maria José Rosado Nunes, coordenadora-geral da ONG Católicas pelo Direito de Decidir.
A ONG encomendou ao instituto Ibope pesquisa que mostra que a maior parte da população brasileira rejeita a ideia de a Igreja Católica ganhar mais poderes no país.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas de todo o país. Era feita a afirmação: "Atualmente, existe no Congresso uma proposta de acordo entre o Brasil e a Igreja Católica, que dará mais direitos à Igreja Católica em território nacional". Em seguida, os entrevistados diziam se concordavam ou não com três frases que eram lidas.
O resultado reforça o apoio à laicidade: para 46%, "o governo não deve fazer acordo com nenhuma religião, pois não existe uma religião oficial no país". Para outros 32%, ele não deve ser feito porque desrespeita outras religiões. Ou seja, 78% são contrários ao acordo.
Manifestaram-se favoravelmente 15% dos entrevistados, por ser o catolicismo a religião da maioria dos brasileiros.
Para a CNBB, a formulação da pergunta foi tendenciosa, porque sugere um privilégio aos católicos.
17 de jul. de 2009
Papa cai no banheiro e fratura o pulso durante as férias


AOSTA, Itália (Reuters) - O papa Bento 16, com 82 anos, foi submetido a uma pequena cirurgia nesta sexta-feira depois de ter caído no banheiro e fraturado o pulso, quando passava férias na região da Aosta, no noroeste da Itália.
O Vaticano informou que a operação, a primeira vez que o papa é tratado num hospital desde sua eleição, em 2005, durou 20 minutos, com anestesia local, e o pontífice terá de usar gesso por cerca de um mês. .
Não ficou claro de imediato se o acidente trará consequências no longo prazo que possam afetar a habilidade do papa em tocar piano. Ele é um pianista de talento e normalmente relaxa tocando à noite.
Patrizio Polisca, o médico pessoal de Bento 16, enfatizou que a lesão foi causada por uma queda acidental e o papa não se sentia mal quando caiu.
Ele disse que o pontífice foi submetido a uma osteosíntese, um procedimento cirúrgico para estabilizar e unir mecanicamente as partes de ossos fraturados por meio de peças metálicas como pinos, placas, fios e parafusos.
Polisca declarou aos repórteres, no hospital de Aosta, esperar que a recuperação leve cerca de um mês, mas as férias do papa nas montanhas do norte do país, perto da fronteira com a França, vão continuar como planejadas.
"A condição geral do Santo Padre é boa", afirmou o médico, acrescentando que o papa retornará a sua residência nas montanhas no fim do dia.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, havia dito antes que o papa tinha escorregado no banheiro enquanto Polisca fez referência apenas a uma queda "em sua residência". Continuação...
16 de jul. de 2009
A falta que faz ao Papa um pouco de marxismo


A nova encíclica de Bento XVI Caritas in Veritate de 7 de julho último é uma tomada de posição da Igreja face à crise atual. O complexo das crises, que atingem a humanidade e que comportam ameaças severas sobre o sistema da vida e seu futuro, demandaria um texto profético, carregado de urgência. Mas não é isso que recebemos senão uma longa e detalhada reflexão sobre a maioria dos problemas atuais que vão da crise econômica ao turismo, da biotecnologia à crise ambiental e projeções sobre um Governo mundial da Globalização. O gênero não é profético, o que suporia "uma análise concreta de uma situação concreta". Esta possibilitaria investir contra os problemas em tela na forma de denúncia-anúncio. Mas não é da natureza deste Papa ser profeta. Ele é um doutor e um mestre. Elabora o discurso oficial do Magistério, cuja perspectiva não é de baixo, da vida real e conflitiva, mas de cima, da doutrina ortodoxa que esfuma as contradições e minimaliza os conflitos. A tônica dominante não é a da análise, mas da ética, do dever-ser.
Como não faz análise da realidade atual, extremamente complexa, o discurso magisterial permanece principista, equilibrista e se define por sua indefinição. O subtexto do texto, ou o não-dito no dito, remete a uma inocência teórica que inconscientemente assume a ideologia funcional da sociedade dominante. Já se nota na abordagem do tema central - o desenvolvimento - hoje tão criticado por não tomar em conta os limites ecológicos da Terra. Disso a encíclica não fala nada. A visão é de que o sistema mundial se apresenta fundamentalmente correto. O que existe são disfunções e não contradições. Esse diagnóstico sugere a seguinte terapia, semelhante a do G-20: retificações e não mudanças, melhorias e não troca de paradigma, reformas e não libertações. É o imperativo do mestre: "correção", não a do profeta:"conversão".
Ao lermos o texto, longo e pesado, terminamos por pensar: como faria bem ao atual Papa um pouco de marxismo! Este, a partir dos oprimidos, tem o mérito de desmascarar as oposições presentes no sistema atual, pôr à luz os conflitos de poder e denunciar a voracidade incontida da sociedade de mercado, competitiva, consumista, nada cooperativa e injusta. Ela representa um pecado social e estrutural que sacrifica milhões no altar da produção para o consumo ilimitado. Isso caberia ao Papa profeticamente denunciar. Mas não o faz.
O texto do Magistério, olimpicamente fora e acima da situação conflitiva atual, não é ideologicamente "neutro"como pretende. É um discurso reprodutor do sistema imperante que faz sofrer a todos especialmente os pobres. Isso não é questão de Bento XVI querer ou não querer mas da lógica estrutural de seu tipo de discurso magisterial. Por renunciar a uma análise critica séria, paga um preço alto em ineficácia teórica e prática. Não inova, repete.
E ai perde uma enorme oportunidade de se dirigir à humanidade num momento dramático da história, a partir do capital simbólico de transformação e de esperança, contido na mensagem cristã. Esse Papa não valoriza o novo céu e a nova Terra, que podem ser antecipados pelas práticas humanas, apenas conhece essa vida decadente e, por si mesma insustentável (seu pessimismo cultural) e a vida eterna e o céu que ainda virão. Afasta-se assim da grande mensagem bíblica que possui consequências políticas revolucionárias ao afirmar que a utopia terminal do Reino da justiça, do amor e da liberdade só será real na medida em que se construírem e anteciparem, nos limites do espaço e do tempo histórico, tais bens entre nós.
Curiosamente, abstraindo de laivos fideístas recorrentes ("só através da caridade cristã é possível o desenvolvimento integral"), quando se "esquece" do tom magisterial, na parte final da encíclica, introduz coisas sensatas como a reforma da ONU, a nova arquitetura econômico-financeira internacional, o conceito do Bem Comum do Globo e a inclusão relacional da família humana.
Parafraseando Nietzsche: "quanto de análise crítica o Magistério da Igreja é capaz de incorporar"?
[Leonardo Boff é autor de Igreja:carisma e poder, Record 2005].
Teólogo, filósofo e escritor
Fonte: Adital