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No centro o Diretor Teatral Zé Celso Martinez, com Fernando Haddad e vários intelectuais - Foto: Paulo Pinto |
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No centro o Diretor Teatral Zé Celso Martinez, com Fernando Haddad e vários intelectuais - Foto: Paulo Pinto |
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Imagem: A/E |
Com nova regra do governo, cerca de 13 mil crianças que cursavam o primeiro ano já foram transferidas para o segundo
Governo diz que incentivou mudança por pressão do Ministério Público; secretário municipal da Educação criticou medida
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 13 mil alunos da rede estadual de São Paulo que cursavam o primeiro ano do ensino fundamental foram transferidos para o segundo ano semanas depois do início das aulas.
As escolas têm consultado os pais para saber se eles querem que o filho mude de série.
O governo permitiu a mudança alegando estar pressionado pelo Ministério Público, devido à alteração em 2010 no ensino fundamental, que passou de oito para nove anos.
Segundo o Executivo, diversas famílias procuraram a Promotoria reclamando que o filho na casa dos sete anos deveria estar no atual segundo ano (considerado equivalente à primeira série no antigo fundamental) em vez de frequentar o primeiro ano (equivalente à antiga pré-escola).
O imbróglio ocorreu devido à polêmica sobre a data de aniversário usada para definir em qual série cada criança deveria ser matriculada na capital paulista. Determinou-se, inicialmente, que aquelas nascidas até fevereiro de 2003 deveriam estar no primeiro ano.
Nos anos anteriores, porém, escolas haviam estipulado junho como o mês de corte. Ou seja, uma criança de sete anos, nascida em março de 2003, pela regra adotada em 2010 está no primeiro ano. Mas, pela lógica anterior, estaria no segundo ano (antiga primeira série).
Segundo o governo, muitas famílias recorreram ao Ministério Público pedindo que a rede adotasse a lógica antiga.
Ainda na gestão José Serra (PSDB), em 25 de março, a Secretaria de Estado da Educação divulgou comunicado dizendo que poderia pular de ano a criança que já tenha cursado o ensino infantil e tenha nascido até 30 de junho de 2003, desde que os pais concordem e que a escola avalie que ela está apta para a transferência.
Cerca de 28 mil estudantes estão na faixa dos que, em tese, podem mudar de ano, mas as escolas já vetaram parte dos pedidos de mudança.
Críticas
“É um remendo pretendido por aqueles que não tomaram providências em prazo adequado”, diz o presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Cesar Callegari.
A lei de ampliação do ensino fundamental foi aprovada em 2005, com validade para todo o país. Este ano foi o prazo limite para que os Estados se adaptassem às novas regras.
“Imagine a criança que está começando a frequentar escola neste ano e já ser jogada, no meio do ano, para uma outra turma, com um outro currículo, que traumas pode sofrer.”
O presidente do Conselho Estadual da Educação, Arthur Fonseca Filho, disse que, “ao se encontrar um problema, é preferível que ele seja corrigido.”
Comunicado foi mal redigido, afirma secretário-adjunto
Segundo Guilherme Bueno, texto deveria tratar apenas de “casos específicos”
De acordo com ele, a intenção da Secretaria da Educação era padronizar o procedimento exigido pelo Ministério Público
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário-adjunto da Educação de São Paulo, Guilherme Bueno, afirmou ontem em entrevista à Folha que o comunicado enviado às direções de escolas sobre a possibilidade de alunos da rede estadual pularem uma série no meio do ano letivo deveria tratar apenas de casos específicos, “de pais que procuraram algum órgão público”.
Ele admitiu, no entanto, que o texto foi mal redigido e deu a entender que a data de corte para definir as matrículas havia mudado.
Bueno disse que a intenção da Secretaria da Educação era padronizar o procedimento que estava sendo exigido pelo Ministério Público.
“Não achamos essa mudança boa. Mas tem sido a posição do Ministério Público”, disse o representante da pasta.
Guilherme Bueno negou que tenha havido atraso na implementação do novo ensino fundamental. “Em todo o Estado, isso já vem acontecendo há anos”, afirmou.
(FÁBIO TAKAHASHI)
FOLHA – Por que a secretaria divulgou o comunicado?
GUILHERME BUENO - Por ser uma regra nova, tivemos muitas consultas, ofícios e pedidos de pais no Ministério Público para mudar a série dos filhos. Quisemos organizar os procedimentos. Em qualquer lugar do mundo, é preciso estabelecer um corte. Isso causa discussões como essa.
Mas a redação do comunicado não ficou boa. Deu a entender que havíamos mudado toda a regra. Era para tratar apenas de casos específicos, de pais que procuraram algum órgão público.
FOLHA – O sr. não conhecia o texto do comunicado?
BUENO - Não. Foi feito pela Cogsp (coordenadoria da Grande São Paulo) e pelo CIE (centro de informações, ambos órgãos da Secretaria da Educação). Hoje [ontem] conversei com eles, e faremos uma nova redação.
FOLHA – Mas diversas escolas já completaram a mudança.
BUENO - É verdade.
FOLHA – Não é prejudicial ao aluno mudar de série durante o ano letivo?
BUENO - Pior seria ele ficar numa série inadequada. Veja, não achamos essa mudança boa. Mas tem sido a posição do Ministério Público.
FOLHA – O governo demorou para implementar a ampliação do ensino fundamental?
BUENO - Discordo. Em todo o Estado, isso já vem acontecendo há anos.
Na capital, por ser um caso específico [as redes estadual e municipal têm quase o mesmo tamanho], demorou mais.
Prefeitura da capital critica medida estadual
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo criticou a flexibilização feita pelo governo do Estado na data de corte para definir a distribuição dos alunos entre as séries da rede de ensino.
Município e Estado têm um sistema integrado de matrículas na capital paulista.
A gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) manteve rígido o corte em fevereiro, enquanto a gestão do ex-governador José Serra (PSDB), que acaba de passar o cargo para o vice, Alberto Goldman (PSDB), para disputar a Presidência da República, esticou para junho em alguns casos.
“O perfil dos alunos nas séries será diferente, o que não é nada bom. Vai atrapalhar as matrículas conjuntas no ano que vem”, afirmou o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider.
“E como vamos explicar aos pais que, dependendo da rede pública, o filho dele vai estar em uma série diferente? Eles não entenderão os critérios diferentes”, complementou Schneider.
Antes da entrevista do representante da prefeitura à Folha, o secretário-adjunto estadual da Educação, Guilherme Bueno, disse que o critério conjunto estava mantido. “O comunicado serve para exceções, não como regra.
Estamos acordados com a prefeitura.” (FT)
Do Blog do Favre - 14.04.2010
Do Blog do Capacete - 28.03.2010
Do indefectível
Amor com amor se paga - Lição de um aprendiz esperto
De fato. Não se pode maltratar ou discordar de quem nos ajuda - seria falta de respeito, consideração, estima, bom senso; seria perder a noção do perigo etc..
Deve ser por isto que o nobre jornalista Gilberto Dimenstein, da Associação Cidade Escola Aprendiz (CNPJ/MF 03.074.383/0001-30) escreveu Professores dão aula de baderna e Uma greve contra os pobres e também Vocês desrespeitam os professores, da qual citamos o brilhante trecho:
Até que ponto o sindicato dos professores não está chamando uma manifestação para amanhã, na frente do Palácio dos Bandeirantes, à espera de um conflito e uma foto na imprensa? Nada contra a manifestação em si. Mas a suspeita é inevitável. Os dirigentes do sindicato são filiados ao PT, interessado em desgastar a imagem de José Serra, que está deixando o governo estadual para se candidatar à Presidência. Também sabemos que na cúpula do sindicato existem os setores mais radicais da esquerda como PSOL e PSTU.
Como se sabe, ali é área de segurança e se alguém passar da linha a polícia é obrigada, por lei, a intervir.
Seria mais um desrespeito à imagem do professor se fosse apresentado à sociedade como gente que não obedece a lei.
Você, que tem ao menos dois neurônios sadios, entendeu a mensagem, né não? Então nem vamos ousar explicar.
Por outro lado, por sermos adeptos de outras lições, resolvemos atender aos instintos mais viscerais e mostramos que a teoria é verdadeira na prática: não se pode morder a mão que nos afaga. Assim que, só por alto, mostraremos a palma carinhosa que só tem feito bondades ao importantíssimo educador de São Paulo.
“Planilha do balanço e prestação de contas do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente” (FUMCAD)
Organização: Associação Cidade Escola Aprendiz
(ano – nome projeto – validade – atendidos – idade – valor)
2006
Escola na Praça (de 02/05/06 a 01/05/07) – 170 – 04 a 16 anos – R$264.446,00
Trilhas Urbanas (de 02/05/06 a 01/05/07) – 95 – 15 a 17 anos – R$144.510,00
2007
Projeto Trilhas na Vida (de 01/03/07 a 01/03/08) – 160 – 14 a 17 anos R$776.566,30
Aprendiz das Letras (de 01/07/07 a 29/02/08) – 60 – 04 a 15 anos – R$87.594,72
Percurso Formativo (de 01/07/07 a 29/02/08) – 70 – 12 a 18 anos – R$222.300,00
2008
Trilhas na Vida (de 01/04/08 a 31/03/09) – 120 – 14 a 17 anos/11 meses – R$848.744,39
Aprendiz das Letras (de 01/05/08 31/12/08) – 60 – 04 a 15 anos – R$85.610,00
Percurso Formativo (de 01/05/08 31/12/08) – 115 – 11 a 18 anos – R$369.840,60
(DO da Cidade de SP 5/fevereiro/2009 - e páginas seguintes)
Àquilo tudo acrescente as renovações que assim se iniciam:
CONSIDERANDO: - o artigo 7º, da Lei 11.123, de 22 de novembro de 1991, segundo o qual o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é órgão de decisão autônomo e de representação paritária entre o governo municipal e a sociedade civil; - que em 19 de abril de 2008, foi publicado no veículo oficial de comunicação desta cidade o Edital FUMCAD 2008, cujo objeto é estabelecer procedimento e realizar processo de analise e seleção de projetos que poderão ser financiados pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - FUMCAD/SP/2008 que estejam em consonância com as políticas públicas da Criança e do Adolescente da Cidade de São Paulo e que sejam inovadores e/ou complementares, conforme reunião realizada no dia 17 de abril de 2008, que aprovou o texto final deste Edital; - que a Comissão Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no uso das suas atribuições, aprovou o projeto...
Comunidade Educativa - Escola na Praça: Despacho Processo nº 2008-0.311.233-1 - por 12 meses a partir de 02/04/2009 (para 75 adolescentes) = R$439.474,17 (DO Cidade 26/março/2009)
Formação - Agência de Notícias: Despacho Processo nº 2008-0.315.519-712 - por 12 meses a partir do dia 01/04/2009 (para 20 estudantes de 14 a 18 anos) = R$108.302,00 (DO Cidade 31/março/2009)
Trilhas: Despacho Processo nº 2008-0.315.522-7 - por 12 meses a partir de 02/04/2009 (para 60 adolescentes) = R$317.834,56 (DO Cidade 2/abril/2009)
Com a Secretaria de Cultura do Estado, firmou singelo contrato (Processo SC 001653 /2009 - Contrato 457 /2009) de 36 meses em referência ao projeto Escola da Rua, relativo ao Edital: Pontos de Cultura do Estado de São Paulo. Valor praticamente simbólico de R$60.000,00 (DO 25/dezembro/2009).
Total geral (parcial) daquele aprendiz que trata com amor aqueles que o amam: R$3.725.222,74.
Em breve teremos mais do mesmo parceiro da Microsoft, SEE-SP, Prefeitura de SP, Revista Nova Escola, Editora e Fundação Abril, Colégio Bandeirantes, COC, Fundação Vanzolini, Uninove, Universia, Camargo Correa, UOL... Aguarde neste aracno blog.
PS - Informamos que o cachorro apenas fez pose para a foto e não deve nada a ninguém.
Por Namaria News – 27.03.2010
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Gilberto Dimenstein da aula de ética
Gilberto Dimenstein, paladino da ética, do bom senso e da ordem, não pode se conformar com uma manifestação de professores, principalmente se ela descamba em pancadaria.
Professores dão aula de baderna
Fico me perguntando como os alunos analisam as imagens de professores desrespeitando a lei e atirando paus e pedras contra a polícia, como vimos na manifestação nos arredores do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo --afinal, supostamente são os professores que, em sala de aula, devem zelar pela disciplina.
É claro que, nem remotamente, a agressividade daquela manifestação representa os professores. Trata-se apenas de uma minoria organizada e motivada, em parte, pelas eleições deste ano.
A presidente da Apeoesp (o maior sindicato dos professores estaduais), Maria Izabel Noronha, disse que estava ali para quebrar a "espinha dorsal" do governador (Serra) e de seu partido (o PSDB) --ela que, no dia anterior, estava no palanque de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República.
Mas será que os alunos sabem disso? Será que vão imaginar que os professores são daquele jeito, sem limites, indisciplinados?
Todos sabemos como é difícil impor disciplina em sala de aula e, mais ainda, conter a violência. Não será com exemplos de desrespeito (de quem deveria dar o exemplo) que a situação vai melhorar. Muito pelo contrário: afinal, o que se viu foi uma aula de baderna.
Só espero que pelo menos essa lição os estudantes não aprendam.
Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Onlineàs segundas-feiras.
E-mail: palavradoleitor@uol.com.br
Leia as colunas anteriores
Leia as colunas publicadas na Folha
Dimenstein é um entusiasta dos governos do PSDB, sobretudo na área da educação, sua especialidade. Já que tudo está dando certo na educação paulista, correndo as mil maravilhas, não tem por que se posicionar contra, não é? Segundo Dimenstein, as diretrizes educacionais de José Serra são impecáveis. No entanto, uma breve investigação sobre os números da educação paulista indicam exatamente o contrário, o que nos faz pensar que o nobre colunista da Folha é: mal informado, relapso, ou desonesto mesmo. Leia a matéria abaixo e tire suas conclusões.
Policial é socorridaEm manifestação de Professores.Com relação à foto publicada na grande imprensa de uma policial sendo socorrida, a Polícia Militar esclarece que trata-se da Soldado Erika Cristina Moraes de Souza Canavezi, que foi ferida com uma paulada no rosto e que está sendo socorrida por um policial militar a paisana.A policial foi atendida no Hospital Albert Einsten medicada, liberada e passa bem.A Polícia Militar agradece as manifestações de solidariedade.
Dito isso, se a PM disse isso e mentiu para retirar o simbolismo e a poesia da foto, isso é intolerável e se disse a verdade, i.e., colocou espiões na manifestação, além de intolerável, é obsceno, nojento e é uma mostra do perigo que é ter o inominável como presidente (imagine uma criatura destas comandado PF, FFAA e ABIN?).
O objetivo é se fazerem ouvidos em suas pautas de reivindicações, pelo governo José Serra (PSDB/SP).
José Serra se recusa a dialogar, e usa a Polícia Militar para reprimir manifestações pacíficas com truculência.
O salário base de um professor alfabetizador no Estado de São Paulo (PEB I) é, hoje, de R$ 785,50 (R$ 6,55 por hora aula). É muito pouco e não valoriza a profissão.
Os professores querem um reajuste de 34,3% para que seus salários voltem a ter o poder de compra de março de 1998. Pedem que o governo negocie um plano de reposição, mas em vez de diálogo, são recebidos com cassetetes e spray de pimenta.
Os presidentes das entidades do magistério (APEOESP, APASE, APAMPESP, CPP e UDEMO) estiveram na manhã do dia 23 de março, na Secretaria da Educação para protocolar mais um pedido de audiência para negociação da pauta de reivindicações.
As entidades rebateram as afirmações do secretário da Educação de que não havia sido procurado para negociar. Em 2010 foram protocolados pelo menos três ofícios pedindo audiência para negociar: 19/01, 16/03,23/03.
A falta de canais de negociação levou à greve.
Estudantes secundaristas e univertários, da UNE e da UBES, comparecerão em frente ao Palácio dos Bandeirantes, para dar apoio à luta dos professores.
Por Helena - Os amigos do Lula - 25.03.2010