Mostrando postagens com marcador Adolescente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adolescente. Mostrar todas as postagens

21 de dez. de 2012

Escolas estaduais terão assistência psicológica e social


Aprovado projeto que cobra assistência psicológica e social em escolas estaduais


Tramitando desde 2007 na Assembleia Legislativa, projeto foi aprovado nesta quarta-feira (19/12); parlamentar faz movimento por cobra assinatura do governador.

14 de nov. de 2011

Para combater o crack "os adultos precisam de apoio para ajudar no desenvolvimento do menor"

Amizade (e diálogo), entre adultos e crianças e/ou adolescentes, é fundamental

Adultos responsabilizam a instituição educacional e o governo, abandonam a educação de seus filhos, transferem a educação dos menores totalmente para alheios, deixando que a escola entre outros cuidem daquilo que poderiam apoiar e acompanhar - muitos adultos são ausentes. A criança e o adolescente sentem esta falta, e buscam fora de casa aquilo que ele não tem - atenção.

Enfrentando o Crack I

Superação - Reinserção social

A presença da família é importante durante todo o processo de tratamento da pessoa que apresenta dependência e fundamental também na etapa da reinserção social do ex-usuário de crack. Após o término da fase intensiva de tratamento e com o retorno ao meio familiar, o restabelecimento das relações sociais positivas está diretamente relacionado à manutenção das transformações.

11 de nov. de 2011

Enfrentando o Crack II

Enfrentamento 

A chave do sucesso

Professor colaborador do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), o psiquiatra José Manoel Bertolote ocupou, durante 20 anos, o cargo de coordenador da equipe de transtornos mentais e neurológicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Genebra. Consultor da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), pesquisador e especialista na prevenção e tratamento de usuários de drogas psicotrópicas, nesta entrevista ele fala sobre as reais chances de recuperação de dependentes de crack, avalia a importância da reinserção social e mostra porque é preciso mais que a desintoxicação para reduzir o índice de recaídas. “A desintoxicação, apenas, tem seu papel, no sentido de reduzir os danos a que o usuário está sujeito, mas é uma contribuição modesta”, avalia.

26 de nov. de 2010

Comissão Especial aprova Estatuto da Juventude

A Comissão Especial de Juventude aprovou terça-feira (23), o Estatuto da Juventude.

Projeto de Lei 4529/04 além de criar o Estatuto da Juventude, regulando os direitos específicos dos jovens e estabelecendo diretrizes para elaboração de políticas de juventude, cria também a Rede e o Sistema Nacionais de Juventude.

Na Câmara, a deputada Manuela D’ávila (PCdoB/RS), relatora do PL, comemorou a aprovação e ressaltou que a aprovação do texto é resultado de um “grande esforço para incluir todas as sugestões dos parlamentares e das entidades representativas dos jovens”, com o objetivo de criar um marco legal na área.

Em seu relatório Manuela destaca que o PL tem origem no debate com jovens, gestores públicos e especialistas nas questões de juventude em todo o país.  “Este Projeto é fruto do conhecimento produzido pelos coletivos de jovens ao longo dos últimos 20 anos, incluindo as últimas conferências de juventude, a participação da sociedade pelo Portal e-Democracia da Câmara dos Deputados e os recentes trabalhos de audiências públicas desta Comissão nesta Casa e nos Estados”, escreve a parlamentar.

Agora o Projeto de Lei segue para votação em plenário. Danilo Moreira, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), comemorou a aprovação. “É mais um passo na constituição dos marcos legais para a juventude. Será importante também porque teremos um texto base para ser discutido e aprovado na 2ª Conferência Nacional de Juventude, que acontecerá no primeiro semestre do ano que vem”, argumenta.

Para Marcela Rodrigues, coordenadora da Comissão de Parlamento do Conjuve, este foi um ano de vitórias. “Aprovamos a PEC da Juventude e agora conseguimos a primeira aprovação do Estatuto da Juventude”, explica Marcela, “agora precisamos da mobilização da juventude brasileira para seguir cobrando dos parlamentares a aprovação da matéria em plenário”, conclui.

Por Ana Cristina Santos - JPT Mauá - 26.11.2010

24 de nov. de 2010

Marcelo Tas cala a boca é pouco !

Tas o que foi que você não entendeu ? 

    Sempre fui muito cortês e educado com qualquer "serrista" que já existiu na face da Terra. Mas hoje o cidadão Marcelo Tas foi demais. 
Hoje tínhamos uma entrevista que seria concedida aos blogueiros progressistas, a pedido dos próprios blogueiros. É claro que nessa entrevista não estariam os "limpinhos" Não era um debate , ERA UMA EXCLUSIVA! Deu pra entender ?
   Cansamos de ser massacrados pela velha imprensa, de ter notícias distorcidas, de ver a realidade contaminada. Chega disso! 
     O único espaço que temos é a NET, e vamos nos aproveitar disso. Nós os que buscamos a verdade não temos um programa semanal para ficar metendo o pau na vida dos outros (tudo bem que alguma coisa ali se aproveita). 

    Marcelo Tas teve a capacidade de comparar a primeira entrevista do Presidente da República  com o seu programinha CQC 2.0  (deve ser isso), (ja me corrigiram 3.0, kkk) que acontece na NET após o final do seu programa CQC. 

    Marcelo Tas, com todo respeito ao teu trabalho cara, CUSTE O QUE CUSTAR, nós não ficaremos quietos. Lula já deu o recado ao PIG, Dilma também quando deu sua primeira entrevista como eleita a Rede Record.  A grande massa não é mais controlada pela velha mídia. E sei muito bem o teu grande interesse nisso. Sei o grande colaborador que é desse novo "movimento. Já estive ali, frente a frente em uma das suas palestras sobre as Redes Sociais ( em Belo Horizonte - ao Colegiado Nacional da Rede Pitágoras). 

    Portanto Marcelo Tas, não fique enciumado se "não te convidaram pra essa festa pobre". (hahaha Serristas já me atormentaram que é festa podre). Pena que não tem lugar para os "limpinhos".  

Tas, companheiro que é companheiro, apoia Lula e Dilma, não o coiso !
Viva a Rede Liberdade ! 
@geisongunnar 

A quem interessar aí vai os TT de @marcelotas hoje durante a entrevista. 


Marcelo Tas

@marcelotas Sao Paulo
 
 
Do Professor Geison Gunnar - 24.11.2010

5 de jul. de 2010

O aumento da violência e criminalidade se agravam com a falta de incentivos culturais


Do Blog Não te calas educador

Governo de São Paulo quer acabar de vez com a cultura de arte!

CULTURA - URGENTE!!!!

NÃO AO FECHAMENTO DAS OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO:

Vamos mostrar que podemos não ter visibilidade mas temos força!

Estamos transmitindo esse email para que você possa se manifestar, você que foi aluno, frequentador, professor, coordenador ou simplesmente é um admirador e cúmplice da Formação Cultural em nosso Estado!

Aguardamos o posicionamento da Secretaria de Cultura do Estado, mas o que nos chega, através da própria diretoria da ASSAOC, a O.S. responsável pela administração das Oficinas Culturais do Estado, é que as OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO, fecharão as portas dia 01 de agosto de 2010. Este mês de julho seus funcionários já estarão trabalhando sob aviso prévio.

Para que melhor vocês entendam, as 22 OFICINAS CULTURAIS - sendo 06 na capital (04 na Zona Leste, 01 extremo da Zona Oeste e 02 no centro expandido), 15 no interior do Estado com 645 municípios e os Projetos Especiais e da Terceira Idade - e que prestam serviço a 25 anos à comunidade paulista, saem de circulação de um momento para o outro conforme solicitação do Exmo Sr. João Sayad, argumentando a falta de visibilidade do projeto até então.

Abaixo números importantes para que avaliem o dano que esse abrupto encerramento de atividades irá causar, inclusive o cancelamento total de todas as programações já anteriormente acordadas para o próximo semestre:

1. Empregos diretos..... ................................... .......................280

2. Empregos terceirizados. ......... ......................................... 126

3. Empregos indiretos (arte-educadores) ........................ 2.100 ano

4. Público frequentador de atividades de formação...... 66.000 ano

5. Atendimento à comunidade (Eventos diversos, como festivais, mostras, encontros de entidades, espetáculos exposições,festas comemorativas dos bairros e cidades, campanhas solidárias etc.)....... ............................. ......... 88. 000 ano

TOTAL....156 506 cidadãos sem atendimento!


AÇÃO PROPOSTA:

Vamos fazer com que chegue ao governador Alberto Goldman - governador@sp.gov.br - e ao secretário de cultura Andréa Matarazzo (secretario@cultura. sp.gov.br) emails em repúdio a essa atitude! PONHAM COMO ASSUNTO: NÃO AO FECHAMENTO DAS OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO - PODEM NÃO TER VISIBILIDADE, MAS TEM O APOIO DA SOCIEDADE!

Por favor, assinem o email e escrevam do lado a profissão e sua relação com as Oficinas e Projetos.


Leia mais

Criminalidade diminuiu no Rio e aumentou em São Paulo

4 de jul. de 2010

HERDEIRO DA RBS É ACUSADO DE ESTUPRO. RBS ABAFA


Do Cloaca News - 04.07.2010
Um menor de 14 anos está, supostamente, sendo intimado pela 6ª Delegacia de Polícia de Florianópolis para depor sobre a acusação de um suposto estupro praticado contra uma menina da mesma idade, estudante de uma tradicional instituição de ensino daquela capital. O crime teria ocorrido há poucos dias, com a conivência de outro menor, filho de um delegado, mas a imprensa local estaria tratando de esconder o episódio dos noticiários. O acusado seria filho de um diretor da RBS TV em Santa Catarina, membro do Conselho de Administração da organização mafiomidiática RBS, que, não por acaso, controla absolutamente todos os meios de informação barrigas-verdes.
O caso está sendo divulgado pelo blog Tijoladas do Mosquito, que alega ter tido acesso ao documento da polícia que intima o adolescente para a oitiva.

Já o tabloide Diário Catarinense, do Grupo RBS em Santa Catarina, está tratando desta maneira o episódio.

3 de jun. de 2010

A sexualização das adolescentes pela mídia



Efeito Lolita: como a mídia forja sexualidade juvenil de mercado

A professora de jornalismo e comunicação de massa na Universidade de Iowa (EUA), Meenakshi Gigi Durham, identifica os mitos criados pela mídia no tratamento da sexualidade, com efeitos nocivos para o desenvolvimento das meninas e a liberdade das mulheres É o que chama de Efeito Lolita: cada vez mais a mídia atinge garotas mais jovens.
Por Marcos Aurélio Ruy*
No livro O Efeito Lolita: a sexualização das adolescentes pela mídia, e o que podemos fazer diante disso, Meenakshi Gigi Durham diz que é necessária a criação de grupos de discussão com participação efetiva dos jovens como forma de combater esse trabalho cruel feito pela mídia convencional.

É imposto às crianças e jovens um único padrão de beleza possível. E, como as imagens de garotas estampadas nas revistas são irreais, as meninas têm que comprar produtos que vão de cosméticos à cirurgias plásticas para atingir a perfeição de serem sexies e outros aspectos de suas vidas são relegados a segundo plano. A socialite Paris Hilton é a principal modelo a ser seguido assim como o grupo Pussycat Dolls.

Grifes como Victoria’s Secret e cantoras com Christina Aguilera, Britney Spears e Lady Gaga e suas similares pelo mundo afora apresentam como objetos sexuais. O nome Lolita deriva do livro homônimo do escritor russo Vladimir Nabokov: uma menina de 12 anos que é um tipo de garota especial, seduz sem ter consciência disso, passa a ter relacionamento amoroso com um adulto.

No livro Educar para a submissão, o descondicionamento da mulher, a pesquisadora italiana Elena Gianni Belotti, já havia mostrado como é um traço cultural a submissão da mulher. “A tradicional diferença de caracteres entre macho e fêmea não é devida a fatores congênitos, e sim, aos condicionamentos culturais a que o indivíduo é forçado no curso do seu desenvolvimento”.

No caso do Efeito Lolita, Durham também faz uma abordagem demonstrando como a natureza não dita as regras no comportamento humano, sendo que a mídia destinada aos jovens é em boa parte dirigida por mulheres mas sujeitam-se à vontade maior do deus mercado. “O verdadeiro problema com o Efeito Lolita é que as garotas não têm controle sobre essa situação.” Ele consiste “numa fantasia masculina adulta.” E a mídia usa essa fase de descobertas das adolescentes inculcando-lhes ainda mais insegurança, simplesmente para vender mais produtos.

Durham deseja fornecer as ferramentas necessárias para se reconhecer e reagir de modo proativo. “Examinar com rigor o ‘Efeito Lolita’ permitirá desvendar os mitos que compõem o espetáculo da sexualidade das garotas na cultura pop convencional.” É muito comum em revistas na atualidade “a ninfeta com rosto de criança e curvas voluptuosas que posa de modo provocativo em capas de revistas. A sexualização das meninas nos ambientes aparentemente seguros, não realistas e fantasiosos da mídia e da publicidade age com o fim de legitimar, e até de tornar glamuroso, o uso da sexualidade das garotas para fins comerciais”, afirma.

As imagens difundidas pela mídia não são reais nem realizáveis; “corrigidas” por softwares de computador, essas imagens criam perfeições inexistentes. Páginas sempre acompanhadas de anúncios de produtos de beleza, entre outros. A mídia é tão persistente que a confusão fica ainda maior na cabeça das adolescentes e o apelo já é feito para crianças de até 8 anos de idade. Segundo Durham há brinquedos nos Estados Unidos da “Dança do Poste (uma dança erótica usada em cabarés) para meninas de 1 a 2 anos.

As meninas como objeto sexual
Há programas na tevê brasileira que apresentam mulheres de biquínis fio-dental, mostrando seus atributos físicos. Existe até um quadro num programa considerado de comédia que é chamado “a miss beleza interior”, ou seja pessoas que fogem do padrão caucasiano de beleza. Outros, supostamente menos incautos, mostram crianças muito pequenas, na imensa maioria meninas, imitando seus ídolos com roupas provocativas e com dança sensual.

O apelo sexual é tão presente que um certo programa “para mulheres” de manhã, da Rede Globo, levou duas jovens a andarem nas ruas de São Paulo, uma loira outra morena. A loira estilo Barbie e a morena apresentada como um tipo mais brasileiro. Elas andavam pelas ruas e a repórter ia perguntando aos homens qual era mais atraente. Tudo para justificar uma “matéria jornalística” sobre como manter a cintura fina.

Recentemente, a Associação Americana de Psicologia (APA, sigla em inglês) apresentou um relatório no qual afirma que a exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música e internet, são nocivos para o desenvolvimento de garotas adolescentes.

Segundo a APA isso pode levar “à perda de auto-estima, depressão e anorexia”, entre outros aspectos. A pesquisadora Meenakshi Gigi Durham mostra que na mídia convencional já “não se diferencia mais anúncios de matérias jornalísticas”.

Cinco mitos para perpetuar a dominação
Em seu livro, Durham detecta cinco mitos nos quais a mídia se baseia para vender “produtos de beleza” e para apresentar as garotas como seres sexualizados que existem apenas para favorecer o sexo oposto, sem vontade própria e, pior ainda, sem valorizar nenhum outro aspecto das garotas a não ser o de serem sexies, sempre com o objetivo de agradar ao “olhar masculino”. E o pior: rebaixam cada vez mais a idade das garotas.

O primeiro mito é Se você tem, exiba. Este mito valoriza apenas a aparência sexy das meninas. “Chelsea, de 4 anos, elogia a aparência hot da amiga”, diz a autora, e acrescenta Lexi, 9 anos, veste uma camiseta do Pussycat Dolls com os dizeres “você não gostaria que sua namorada fosse ‘hot’ como eu?”. O mito então vê como “hot” (sexy) como a feminilidade ideal. Até em programas da Disney essa temática aparece como em Hannah Montana, destinados à jovens pré-adolescentes.

Para Durham “as mensagens sobre sexo que as garotas têm recebido por intermédio desses veículos de mídia, exploram a consciência sexual e a ansiedade que caracterizam os anos de adolescência e pré-adolescência.”

Uma pesquisa publicada no ano passado no Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissívei” apontou como emissoras mais assistidas a Rede Globo e a MTV, entre os jovens no período das 18 às 22 horas. Na pesquisa as duas emissoras de TV apresentam alto teor erótico nos seus programas e propagandas.

A volência sexual contra meninas
O segundo mito é Anatomia de uma deusa do sexo. O modelo visto como ideal para as garotas tem de ser magra, loira, cabelos longos, ao estilo da boneca Barbie. Para isso os publicitários chegam ao desplante de vender cremes para branqueamento de pele na África e na Ásia.

Também pretendem vender silicone para aumento do tamanho dos seios, entre diversos outros produtos. Segundo Durham até produtos proibidos nos países do Primeiro Mundo por ameaças à saúde, são vendidos no Terceiro Mundo. “As indústrias da moda, das dietas, dos exercícios físicos, dos cosméticos e da cirurgia plástica geram lucros anuais de bilhões de dólares”, afirma Durham, e confirma “a publicidade é a espinha dorsal da mídia”.

No terceiro mito As garotas bonitas, “em 2007, uma garota de 12 anos chamada Maddison Gabriel causou frisson no desfile de moda Gold Coast, da Austrália”. Um noticiário da emissora norte-americana ABC afirmou que Gold teve inspiração em Lolita. Um blogueiro observou, com cinismo indisfarçável: “crianças também conseguem ser ‘hot’”.

A cantora “Britney Spears, aos 16 anos, exibiu-se movimentando-se de modo ostensivo, vestida com um uniforme de escola católica e rabo de cavalo de menininha, em seu primeiro vídeo musical”. Para Durham a roupa clássica de Lolita é o ”leitmotiv predileto da pornografia infantil”.

Em maio a apresentadora Xuxa foi saudada pela mídia por aparecer ladeada por duas jovens gêmeas negras, de 14 anos, desfilando com pouca roupa e, segundo a mídia, tornou-se espécie de madrinha das meninas para tornarem-se modelos. Essa carreira tem sido apresentada em novelas e programas de tevê como ideal para as “meninas bonitas”. Só não falam dos problemas dessa profissão, nem de como as meninas que supostamente não são assim tão “bonitas” devem fazer? Resta a frustração apenas.

Ser violento é sexy é o quarto mito definido pela escritora. Em diversos filmes, a violência sexual contra garotas é apresentada como natural e punitiva. Nesses filmes tanto as garotas “boas” quanto as “más” são assassinadas com o mesmo prazer.

Uma série de filmes de terror, muito apreciada por jovens, Sexta-feira 1, apresenta as garotas que fazem sexo como libertinas que, portanto, devem ser severamente punidas, da mesma forma que os garotos viciados em drogas. O mais pesado, porém, se dá contra as meninas. É a mão de Deus punindo os pecadores.

“Praticamente a cada vez que há uma cena de relação sexual, em que são mostradas longas cenas com garotas adolescentes seminuas, o matador mascarado ataca.” O filme American Pie, apresentado como de libertação sexual, mostra as meninas como instrumentos do sexo e meros objetos a serem usados pelos meninos. No videogame da série Grand Theft Auto os jogadores têm oportunidade de estuprar, espancar e assassinar prostitutas.

Também peças publicitárias apresentam a violência contra mulher como sexy. “As imagens de violência contra as mulheres estão em toda a parte: nos outdoors, nas revistas, na televisão. Um anúncio da Dolce & Gabbana exibe um homem fazendo sexo com uma mulher, enquanto outros homens estão parados em pé, assistindo. A cena sugere um estupro sendo praticado por uma gangue. No anúncio, a modelo é bonita, tem olhar ardente e aparenta estar excitada. O estupro pela gangue é implicitamente justificado”, afirma Durham.

Outro anúncio da Cesare Paciotti “mostra um homem pisando sobre o rosto de uma bela mulher que usa batom vermelho.”

O quinto mito criado pela mída é do que os rapazes gostam. As revistas feitas para meninas invariavelmente dizem que os “rapazes sabem muito a respeito das garotas” e também sabem muito bem o que querem, ao contrário das garotas que não sabem nada, portanto, precisam aprender a satisfazer os desejos dos garotos... com a mídia.

As revistas “ensinam” as meninas a serem atraentes. Manchetes do tipo estampados pela revista norte-americana Seventeen mostram isso claramente: “Experimente esse visual, testado por garotas e aprovados por rapazes”, formam a essência desse mito.

Controlar a volúpia da mídia
“Temos de aprender a ter controle sobre a mídia e a usá-la de modo que melhore nossa vida, em vez de lhe dar total liberdade de ação tanto no espaço público quanto no privado”, afirma Durham. Ela diz ainda que o marketing das empresas está transformando as crianças pequenas em “iscas de sexo”.

Por isso, para ela “a sexualidade deve ser protegida, as pessoas devem ter controle sobre ela, livres de qualquer violência ou coerção. As garotas devem ser amparadas social e culturalmente, de modo que contribua como seu desenvolvimento sexual e o seu bem-estar.”

“O Efeito Lolita está presente nas revistas para adolescentes, nos programas de tevê, nos shopping centers, na pornografia e nas ruas. Às vezes é difícil distinguir uma imagem da outra”, afirma Durham. Ele age dentro de um contexto corporativo e comercial. Em razão disso, não há ética em jogo: “ele é movido pela busca do lucro”.

Principalmente porque a parte mais promíscua e violenta sobra para as meninas pobres que, sem dinheiro para comprar os tais produtos milagrosos e se tornarem “sexies”, tornam-se presas fáceis para a face mais cruel desse contexto: o tráfico sexual de crianças. O Departamento de Drogas e Crimes da ONU descreve o tráfico sexual de crianças como a atividade criminosa de maior expansão no mundo.

“Em certo sentido, o Efeito Lolita superestima e subestima o sexo, ao mesmo tempo: ele dá uma ênfase excessiva à necessidade das garotas de ser sexies, mas não leva o sexo suficientemente a sério a ponto de lhes fornecer informações adequadas sobre como lidar com ele na vida real”, diz Durham. Por isso, ela defende a inclusão do “uso crítico da mídia” na grade curricular “desde o período da pré-escola até o final do ensino secundário”.

* Marcos Aurélio Ruy é jornalista


Do Grupo Beatrice - 03.06.2010

20 de dez. de 2009

Mais da metade dos estudantes entre 13 e 15 anos praticam pouca atividade física, diz IBGE

da Folha Online 18-12-09

Mais da metade dos estudantes do 9° ano do ensino fundamental que estudam em capitais praticam pouca atividade física. Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira, 57% dos estudantes podem ser considerados inativos ou insuficientemente ativos em termos de atividade física.

Entre todos os estudantes consultados na pesquisa, as meninas inseridas nas duas categorias chegaram a 69% do total, enquanto os meninos somaram 44%. Em São Luís (MA) foi registrado o maior percentual de sedentários --65,8% dos estudantes. O menor ocorreu em Florianópolis (SC) --48,5%.

A pesquisa consultou 60.973 alunos do 9° ano do ensino fundamental em 1.453 escolas públicas e privadas de todas as capitais e do Distrito Federal. A idade média dos estudantes variou entre 13 e 15 anos --10% tinham mais de 16 anos. Quase 80% dos alunos estudavam em escolas públicas e o restante em particulares. O IBGE estima que 618 mil jovens cursam o 9° ano em todo o Brasil.

Pesquisa

A Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar reúne informações sobre as condições de vida do estudante. É a primeira pesquisa da história do IBGE em que os próprios entrevistados responderam ao questionário nos computadores de mão --geralmente eles respondem as perguntas feitas pelos entrevistadores, que anotam os dados. Segundo o IBGE, isso deu mais privacidade aos estudantes para responderem questões sobre violência, uso de álcool e drogas e comportamento sexual.

Estudantes ultrapassam tempo recomendado em frente à TV, mostra pesquisa

da Agência Brasil 18-12-09

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que os estudantes passam mais horas do dia em frente à TV do que recomenda a OMS (Organização Mundial de Saúde). Cerca de 490 mil alunos entre 13 e 15 anos, das redes pública e particular, foram entrevistados durante o levantamento.

De acordo com o estudo do IBGE, 79,5% deles assistiam à TV por duas ou mais horas, enquanto a OMS recomenda que esse tempo não ultrapasse uma hora diariamente. O hábito de assistir à TV por mais de duas horas foi citado por 74% dos estudantes de Boa Vista e por 83% de Cuiabá.

Embora gastem horas em atividades sedentárias, a pesquisa do IBGE constatou que nem a metade dos entrevistados (43,1%) praticava atividade física regularmente (mais de cinco horas por semana). O percentual de homens ativos é maior que o das mulheres, 56,2% contra 31,3%.

Na rede privada, os alunos também são considerados mais adeptos às atividades físicas. Considerado um fator desestimulante para a prática esportiva, o aumento do tempo em frente à TV, computador e videogame podem provocar o sobrepeso e obesidade. "Esse tempo está associado ao consumo de alimentos calóricos, refrigerante e baixo consumo de frutas e vegetais, além de pouco gasto de energia", alerta a pesquisa.

8 de out. de 2009

Seminário: Educação Infantil em Parma-Itália e Intercâmbio de estudantes


Coordenação: Tizuko Morchida Kishimoto


Convidados:

Marco Fibrosi – pesquisador de Parma Infanzia – Itália

Nice Tersi – especialista em formação de professores para infância – Itália

Alunos e Profissionais do Programa Parma I e II

Período: 19 a 23 de outubro de 2009.

Local: Auditório da Escola de Aplicação da USP

Inscrições gratuitas: Apoio Acadêmico da FEUSP

Horário: 9 as 12 horas

Certificação: 15 horas

Apoios:

Pro-Reitoria de Graduação da USP/Comissão de Graduação FEUSP

Comissão de Intercâmbio Internacional da Faculdade de Educação da USP

Grupo de Pesquisa: Contextos Integrados de Educação Infantil

Pontão de Cultura – MINC

Colaborações:

Ana Lúcia Goulart de Faria -UNICAMP - tradução

Giovanni Ferreira – doação software - Ludilib

Marcos Neira – Membro da Comissão de Graduação

Mônica Appezzato Pinazza – Acompanhamento de Parma II

Programa sob a responsabilidade dos professores italianos durante as 5 manhãs:

1. Histórico das creches em Parma ( 1925-2009)

2. Construção e organização do serviço educativo de Parma

3. Qualidade do serviço

4. A relação educativa e o desejo de dependência e autonomia da criança

5. Educação e cuidado

6. Critério de base que orienta o projeto e a prática educativa

7. Papel e função da/o educadora/or

8. Dimensão profissional da/o educadora/r

9. Trabalho em grupo e função da condução

10. Coordenação pedagógica

11. O sistema integrado do serviço

12. O sistema da qualidade: o problema do controle e da valorização da qualidade

Depoimentos de estudantes e profissionais do Programa Parma I e II

19/10 /2009

9 às 9h30 – abertura do evento, atividade cultural

9h30 às 11h30 horas – Marco Fibrosi ( tradução Mariana Bosch)

11h30 às 12 horas – Depoimento de intercambistas

20/10/09

9 às 11h – Marco Fibrosi ( tradução Mariana Bosch)

11 às 12 horas : Depoimento de intercambistas

21/10/09

9 às 11 horas – Nice Tersi ( tradução Ana Lúcia Goulart de Faria)

11 às 12 horas – Depoimento de intercambistas

22/10/09

9 às 11 horas - Nice Tersi ( tradução Ana Lúcia Goulart de Faria)

11 às 12 horas – Depoimentos de intercambistas

23/10/09

9 às 10 horas - Depoimentos de intercambistas - encerramento

11 – 12 horas – atividade cultural

Palestras a noite

19/10/09: Educação Infantil na Itália

Horário:19h30

Marco Fibrosi

Bloco B, Sala 61.


21/10/09 – Qualidade da Educação Infantil e Prática Educativa

Horário: 19h30

Nice Tersi

Bloco B, Sala 6

Avaliar é necessário. AGIR também

Às vésperas do Seminário 20 Anos de Direitos de Crianças e Adolescentes surge a dúvida: qual a importância de se discutir a Convenção Sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA?

Para as pessoas trabalham há certo tempo na defesa dos direitos de meninos e meninas essa questão pode parecer um pouco óbvia. Mas essa dúvida pode gerar uma excelente reflexão.

Passados quase 20 anos desses importantes eventos, a dúvida não é tão óbvia quanto as tantas violações de direitos que ainda existem. Tanto a Convenção quanto o ECA já atingiram sua maioridade. Assim como crianças e adolescentes, essas importantes referências também são negligenciadas.

Negligenciadas porque, absurdamente, hoje a luta por direitos não está apenas na sua efetivação, mas sim na constante batalha de evitar retrocessos de direitos já conquistados. É o caso da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 20 de 1999, que reduz a idade penal dos 18 para os 16 anos. A lógica de retirar um direito já conquistado é absurda, embora não seja um fato isolado.

O erro de “adultecer” mais cedo meninos e meninas está na gravidade da inversão de responsabilização, de valores. É arriscado demais atribuir o problema da violência, por exemplo, aos(às) jovens, que são, indiscutivelmente, mais vítimas do que agentes da violência. Admitir, por menor que seja, a nossa responsabilidade – sociedade e poder público – é compreender que os direitos não são blocos isolados, de categorias isoladas.

É necessário rever o todo, e não as partes. Porque ninguém é uma ilha, embora a gente se afogue cada vez mais com tantas incoerências.

Foto:


6 de out. de 2009

Enem será nos dias 5 e 6 de dezembro

Brasília - Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Justiça, Tarso Genro, durante reunião para tratar das questões ligadas à logística e segurança na elaboração e aplicação das provas do Enem
Brasília - Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Justiça, Tarso Genro, durante reunião para tratar das questões ligadas à logística e segurança na elaboração e aplicação das provas do Enem
Brasília - O Ministério da Educação (MEC) já confirmou a nova data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas serão nos dias 5 e 6 de dezembro. A data foi fechada após reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro.

A realização do exame deverá ficar a cargo do Cespe e da Cesgranrio, segundo informou ontem (5) o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes. O MEC rompeu o contrato com o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), que era responsável pela realização do Enem.

Na última quinta-feira (1º) o exame foi adiado depois de denúncia do jornal O Estado de S. Paulo de que a prova tinha vazado.

Nos anos anteriores, Cespe e Cesgranrio tinham vencido as licitações para aplicar o Enem, mas em 2009 não se candidataram para participar da disputa. Agora, o contrato deverá ser feito em caráter emergencial, sem necessidade de processo licitatório.

- Agência Brasil - 06.10.09

5 de out. de 2009

A educação (conhecimento) se constrói, também, com a informação da imprensa, baseada na ética e cidadania.

A ideologia uniforme da mídia

Por Venício A. de Lima - Observatório da Imprensa - 29/9/2009

Um brasileiro de classe média alta que leia diariamente os três jornalões nacionais (Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e O Globo), leia também um jornal local – se residente em Brasília, digamos, o Correio Braziliense –, tenha o rádio de seu carro sintonizado na CBN ou na Band, e frequentemente assista ao Jornal Nacional da Rede Globo, recebe a informação "plural e diversa" necessária à formação de uma "opinião pública independente" no "mercado livre de idéias", fundamento da democracia?

Será que esse brasileiro sente seus diferentes pontos de vista "refletidos e emulados" na "esfera pública"? Seria ele um membro padrão da "esfera pública" ou apenas parte da "esfera pública" composta por leitores/ouvintes/telespectadores destes veículos? Será que existe uma "esfera pública" ou existem muitas e até excludentes "esferas públicas"?

Será que esse brasileiro sabe o que realmente se passa no país? Sua opinião é a "opinião pública" dominante ou é apenas a opinião dos leitores/ouvintes/telespectadores do que esses jornais, emissoras de rádio e TV, uniformemente, decidem transformar em "notícia"?

Afinal, quantas "esferas públicas" podem coexistir num país das dimensões e com as desigualdades sociais do nosso? Quantas "esferas públicas" existem onde a influência da grande mídia impressa, por exemplo, não é determinante ou é inexistente (o que dizer dos cerca de 10 milhões de leitores da Folha Universal o jornal – gratuito – de maior tiragem no país, acima de 2,3 milhões por edição semanal?

Da mesma forma, haverá uma "opinião pública" ou coexistem muitas e variadas "opiniões publicas", "fotografadas" estatisticamente por meio de intervenções (pesquisas) pautadas por interesses e questões alheios a ela ou a elas?

Essas (e muitas outras) questões, que em geral não são discutidas pelos colunistas da grande mídia, além de fundamentais escondem os pressupostos básicos sempre implícitos na definição do papel da "imprensa" nas democracias liberais.

O supra-editor

Bernardo Kucinski tem afirmado que a grande mídia brasileira funciona como se fosse diariamente editada por um "supra-editor". Esse fictício editor único faz com que ela "seja a favor das mesmas posições e contra as mesmas posições". Os exemplos são inúmeros:

"A grande mídia é a favor das privatizações, da contenção dos gastos públicos, da redução de impostos; da obtenção de um maior superávit primário, da adesão do Brasil à Alca. E é contra a criação de um fundo soberano, ao controle na entrada de capitais, ao Bolsa Família, à política de cotas nas universidades para negros, índios e alunos oriundos da escola pública, à entrada de Venezuela no Mercosul e ao próprio Mercosul" (cf. Diálogos da Perplexidade; Editora Fundação Perseu Abramo, 2009).

Mais recentemente, poderíamos acrescentar: a unanimidade da grande mídia na defesa de uma CPI para investigar a Petrobras e contrária à proposta do governo de exploração do pré-sal, contrária à política externa brasileira, além da unanimidade em relação ao tratamento da corrupção no Parlamento.

Sobre esse último ponto, o sociólogo Jessé de Souza, em artigo publicado no caderno "Aliás" do Estado de S.Paulo (6/9/2009) – um jornalão, é verdade – sob o título "O Estado de todas as culpas", comenta a "estrutura invisível e profunda" do debate que a mídia propõe e afirma:

"O Estado é sempre suspeito de `politicagem´ e de `aparelhamento´ por indicações políticas e o mercado é definido como instância `técnica´, ou seja, reflexo da `racionalidade pura´ e do `cálculo técnico´. Um é a esfera do `privilégio inconfessável´ e o outro o reflexo da `razão técnica´ supostamente no interesse de todos. É isso que explica o foco constante e diário na `corrupção política´ como a lembrar ao público onde está o mal e onde está o bem.

Como tudo no mundo social, essa é uma realidade `construída´, fruto de uma leitura seletiva e interessada do mundo."

Papel da mídia nas democracias

Poderá haver alguma dúvida de que a grande mídia brasileira, apesar de rusgas ocasionais, funciona de maneira ideologicamente uniforme? Funcionando assim, como justificar-se a si mesma como "mediadora" dos debates de interesse coletivo numa (única?) "esfera pública" ou formadora de opiniões independentes no "mercado livre de idéias"?

Um aspecto interessante sobre essa uniformidade é que a metodologia de pesquisa usualmente utilizada para acompanhamento das coberturas da mídia não dá conta de apreendê-la. Limitando-se, quase exclusivamente, àquilo que é publicado e, na melhor das hipóteses, à comparação intra-mídia das coberturas, a uniformidade ideológica escapa às análises convencionais. Esse fato apenas reforça a necessidade de que ela seja identificada e tornada pública.

Em tempos de 1ª Conferência Nacional de Comunicação, os pressupostos implícitos sobre o papel que a grande mídia desempenha nas democracias liberais e sua uniformidade ideológica precisam ser debatidos. Afinal, todos queremos o aprimoramento democrático. Ou não?

7 de set. de 2009

Classificação indicativa: José Romão deixa cargo no MJ


Ana - 28.06.2008 - Diga não a erotização infantil

Foi com bastante surpresa que vários setores da sociedade receberam a notícia de que José Eduardo Elias Romão, até então diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (Dejus), da Secretaria Nacional de Justiça, tinha deixado o cargo no dia 10 de junho. Diretor do órgão desde fevereiro de 2004, José Romão esteve diretamente envolvido com o processo de regulamentação da classificação indicativa de programas de TV, filmes para o cinema, vídeo e DVD, jogos eletrônicos, espetáculos cênicos e musicais.

Desses, com certeza, o trabalho mais emblemático de sua gestão foi o processo de regulamentação da classificação dos programas de televisão. Alvo de acusações de propor a volta da censura, José Romão foi duramente criticado, principalmente pelas emissoras de tevê, embora também tivesse recebido apoio de renomados juristas, artistas e personalidades brasileiras.

A elaboração da atual Portaria 1.220/07, que estabelece as diretrizes da classificação, foi fruto de um amplo debate público, que, mesmo não sendo divulgado pela grande imprensa, conseguiu envolver boa parte da sociedade brasileira, seja integrando o Grupo de Trabalho, instituído em 2005, pela então secretária Claudia Chagas, seja participando das consultas e audiências públicas.

Tendo acompanhado de perto e noticiado, ao longo destes anos, todo o processo de trabalho, o RIO MIDIA entrevistou esta semana, por e-mail, José Romão. Nesta entrevista, ele explica os motivos que o levaram a se afastar da Secretaria Nacional de Justiça e faz um pequeno balanço da gestão.

Interinamente quem ocupa o cargo de diretor do Dejus é o advogado Davi Ulisses Brasil Simões Pires, até então diretor-adjunto do próprio departamento. No início desta semana, o RIO MÍDIA também enviou, por e-mail, uma entrevista ao diretor. No entanto, até esta sexta-feira, dia 27, a Secretaria Nacional de Justiça ainda não tinha autorizado a publicação das respostas dadas pelo novo diretor do Dejus.

Acompanhe a entrevista concedida por José Romão.

RIO MÍDIA – Por que o senhor deixou o Dejus? Houve alguma pressão por parte das emissoras de TV? Algum desentendimento interno na condução do trabalho no Dejus?

José Eduardo Elias Romão – Para deixar de fazer qualquer coisa que você gosta muito e que lhe propicia inúmeras realizações um só motivo não basta. São várias as razões que justificam e, espero eu, que explicam minha saída da direção do Dejus. A primeira delas, e a mais importante, é que concluí o Plano de Trabalho ao qual me vinculava desde 2004. Depois de quatro anos e quatro meses de trabalho felizmente consegui realizar, com o auxílio de inúmeras pessoas, todos os objetivos previstos no planejamento institucional do Departamento e também outros tantos objetivos relevantes e estratégicos que foram agregados ao trabalho, sobretudo, por demanda da sociedade civil organizada. A segunda, diz respeito à realização de uma pesquisa de doutoramento iniciada em 2006. Portanto, sinto-me obrigado a deixar o trabalho cotidiano de gestão do Dejus para poder desenvolver uma pesquisa sobre o processo de constituição dessa nova classificação indicativa. É hora de refletir detidamente sobre o que foi feito, sobre o quanto conseguimos avançar por esse campo “minado” do controle democrático dirigido à comunicação social. E antes que você me pergunte, explico que uso “minado” para me referir às acusações que explodem a cada movimento: “é censura”; “é moralismo”; “é dirigismo”; etc.

Há, é claro, razões de ordem pessoal, não menos importante, como ter mais tempo para a família, por exemplo. Portanto, saio porque acredito ter cumprido esta missão executiva, como gestor público e porque preciso realizar agora minha outra missão, como pesquisador da Universidade de Brasília.

Nesse contexto, não há porque falar em pressão das emissoras comerciais contrárias à classificação indicativa. Além do mais desde o inicio de 2007, quando a pretexto da transição entre o Ministro Marcio Thomaz Bastos e o Ministro Tarso Genro se especulava em Brasília sobre a “oportunidade” de minha saída, o Governo demonstrou claramente não estar aberto a esse tipo de pressão.

Do mesmo modo, devo responder à pergunta se “algum desentendimento interno na condução do trabalho no próprio Dejus” poderia ter motivado minha saída. Depois de tudo o que vivemos – e estou me referindo especialmente aos momentos mais difíceis -, não poderia ser um “desentendimento interno” a razão de minha saída. Muito pelo contrário, aí é que eu me sentiria obrigado a permanecer.

RIO MÍDIA – De qualquer forma, alguns setores da sociedade temem que a sua saída signifique um ‘afrouxamento’ no processo de classificação indicativa. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

José Eduardo Elias Romão – É compreensível que setores da sociedade civil, sobretudo aqueles que participaram intensamente do processo de construção da nova classificação indicativa, vejam com algum receio meu desligamento do cargo e que o fato pareça indicar um retrocesso ou, como queira, um afrouxamento na classificação indicativa. Afinal de contas, muitos de nós se entregaram tão completamente à realização desse trabalho que acabamos, naturalmente, nos confundindo com ele e parecendo parte dele. Acho que senti algo semelhante, que é menos temor do “novo” e mais receio de descontinuidade, quando a Dra. Ela Wiecko deixou a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do MPF; e também quando o Zico Góes deixou a direção da MTV/Brasil. Mas creio que não sou parte da classificação, talvez eu seja – tanto quanto o Guilherme Canela, o Gustavo Gindre, o Gabriel Priolli, o Fernando Martins e tantas outras pessoas que lutaram pela constituição dessa política –parte da história da classificação. O que é muito diferente.

Essa política pública a que denominamos de “nova classificação indicativa” é hoje uma instituição republicana, isto é, um sistema normativo capaz de promover democraticamente a realização dos direitos humanos de crianças e adolescentes sem depender deste ou daquele governo.

É verdade que um bom gestor sempre ajuda, mas o fundamental é dispor de normas e procedimentos fortemente instituídos. Tenho a impressão de que se essa política resistiu, sem qualquer alteração à Portaria 1.220/07, às fortes pressões para que fosse removida a obrigatoriedade da observância dos diferentes fusos horários na exibição dos programas de tevê, não pode haver retrocessos. Contudo, isso não significa que podemos simplesmente virar a página e partir para outra batalha.

O desafio agora é o da ativa vigilância, o do controle social. É preciso continuar exigindo total transparência em cada ato praticado.

RIO MÍDIA – Então o senhor acredita na continuidade do processo de classificação indicativa tal como está instituído?

José Eduardo Elias Romão – Não só acredito na continuidade do trabalho, isto é, na busca incessante pela efetividade e pela legitimidade da política, como tenho certeza de que haverá aprimoramentos. E são dois os principais motivos que me fazem vislumbrar avanços. Primeiro, no Plano de Trabalho do Departamento para 2008 estão previstas ações estratégicas que vinculam a classificação às políticas educacionais e culturais do Governo Federal e ainda regularizam a participação da sociedade civil organizada no procedimento de análise; e o segundo motivo é que, muito embora eu reitere que a política não possa depender das pessoas que estão no MJ, atualmente há no Dejus uma equipe renovada e bastante qualificada para enfrentar quaisquer desafios. Pude trabalhar com o Dr. Davi Pires, o atual diretor do Dejus, tempo suficiente para atestar suas qualidades como gestor e como mediador.

RIO MÍDIA – O senhor esteve à frente do Dejus por quanto tempo? O que ficou de aprendizado?

José Eduardo Elias Romão - Entrei em fevereiro de 2004 e saí em junho de 2008. E por incrível que pareça foi a mais longa gestão da história do Departamento. A rigor, da perspectiva da Administração do Estado, não é lá tanto tempo assim. Mas a julgar pela intensidade, pela qualidade e pela quantidade das experiências que vivi nesse período, sinto-me uns quinze anos mais velho. Ainda bem que tenho cara de menino…

“O que ficou do aprendizado?” Nossa, é tanta coisa que só depois de uns meses pesquisando e refletindo creio que teria condições de responder a essa pergunta. Agora, assim na lata, só me ocorre um verso do Drummond que diz: “Tarde a vida ensina uma lição discreta/ A ode cristalina é a que se faz sem poeta”. Quem sabe não seja isso, reforçando um pouco o que tentei dizer acima: a melhor política pública é aquela que se faz sem o burocrata, e com a população movimentando a burocracia.

RIO MÍDIA – Analisando sua gestão, qual foi o maior obstáculo superado, a grande vitória?

José Eduardo Elias Romão - Aqui é preciso esclarecer que o Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação, o DEJUS, tem outras atribuições relevantes além da classificação indicativa. Por isso, pensando na gestão como um todo, creio que a grande vitória (de todas as pessoas que ao longo dos anos integraram a equipe) foi ter modificado tão radicalmente as estruturas do Dejus. Que aquilo que era considerado o “quartinho dos fundos do Ministério da Justiça”, onde se podia despejar até o entulho autoritário, se transformou num órgão-símbolo do moderno Estado Democrático de Direito. Transparência, participação, pluralidade, legitimidade e efetividade são mais do que princípios para nós: são hoje perspectivas institucionais alcançadas.

Mas para não fugir ao tema da classificação, devo dizer que para mim o maior obstáculo superado não foi a refutação da acusação leviana da “volta da censura”. A maior vitória foi ter demonstrado que a classificação indicativa não podia ser um “servicinho” gratuito do Estado prestado às emissoras de televisão.

A maior vitória foi ter, portanto, estabelecido claramente que a verdadeira “clientela” da classificação indicativa são os pais, os educadores e os demais responsáveis pela proteção de crianças e adolescentes.

RIO MÍDIA – Sua gestão é prova de que os interesses da sociedade podem e devem se sobrepor aos interesses comerciais, principalmente dos meios de comunicação?

José Eduardo Elias Romão – Sinceramente, espero que sim. Não é por outra razão que tentarei sustentar no trabalho de tese que a classificação – não podendo ser contrária a interesses comerciais – pôde caracterizar uma espécie de controle ao que eu chamo de “totalitarismo de Mercado”, que nada mais é do que a ação predatória e colonizadora do dinheiro. Nada contra o lucro, desde que a cidadania não tenha que arcar com os prejuízos.

RIO MÍDIA – O que o senhor gostaria de ter concretizado e que não foi possível?

José Eduardo Elias Romão – Como eu disse, tudo o que foi descrito como ação e previsto em orçamento, felizmente, conseguimos realizar. Mas, é claro, que ficaram muitas idéias e propostas que recebemos de diferentes parceiros e que não consegui sequer organizá-las como projetos. Porém, várias delas ficaram como patrimônio do Dejus e já estão sendo trabalhadas pela nova direção.

Em especial, gostaria muito de ter podido discutir a formação de um Conselho ou Comitê para a Classificação Indicativa, com participação paritária da sociedade civil, tal como proposto pelo Conselho Federal da OAB.

RIO MÍDIA – Qual conselho o senhor daria para o novo diretor do Dejus e toda equipe que ficou?

José Eduardo Elias Romão – Sem falsa modéstia, não tenho ainda experiência suficiente para dar conselhos. Contudo, todas as sugestões, dicas e palpites que julgava relevantes pude oferecer ao Dr. Davi Pires e a parte da equipe nos últimos meses. Muito embora, o essencial todos já soubessem: só há direito enquanto houver democracia, portanto, só pode haver política pública de classificação enquanto houver ampla e irrestrita participação social.

RIO MIDIA – No contexto da classificação indicativa, o Brasil de hoje é um país que protege e respeita os direitos das crianças e dos adolescentes?

José Eduardo Romão – Mesmo considerando que a proteção e o respeito dependem tanto da atuação do Estado (Ministério da Justiça, Ministério das Comunicações, Ministério Público e Judiciário) quanto da atuação das emissoras, que são concessionárias de um serviço público, pode-se afirmar que sim. A classificação indicativa brasileira é um instrumento eficaz de garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Porém, é bom lembrar que a resposta é positiva apenas porque a sociedade assim o exigiu.

Entrevista concedida a Marcus Tavares
Fotos – Alberto Jacob Filho

FONTE: SITE RIO MÍDIA