
21 de dez. de 2012
14 de nov. de 2011
Para combater o crack "os adultos precisam de apoio para ajudar no desenvolvimento do menor"

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Amizade (e diálogo), entre adultos e crianças e/ou adolescentes, é fundamental |
Adultos responsabilizam a instituição educacional e o governo, abandonam a educação de seus filhos, transferem a educação dos menores totalmente para alheios, deixando que a escola entre outros cuidem daquilo que poderiam apoiar e acompanhar - muitos adultos são ausentes. A criança e o adolescente sentem esta falta, e buscam fora de casa aquilo que ele não tem - atenção.
Enfrentando o Crack I

Superação - Reinserção social
11 de nov. de 2011
Enfrentando o Crack II

Enfrentamento
A chave do sucesso
26 de nov. de 2010
Comissão Especial aprova Estatuto da Juventude

24 de nov. de 2010
Marcelo Tas cala a boca é pouco !

Marcelo Tas teve a capacidade de comparar a primeira entrevista do Presidente da República com o seu programinha CQC 2.0 (deve ser isso), (ja me corrigiram 3.0, kkk) que acontece na NET após o final do seu programa CQC.
Marcelo Tas, com todo respeito ao teu trabalho cara, CUSTE O QUE CUSTAR, nós não ficaremos quietos. Lula já deu o recado ao PIG, Dilma também quando deu sua primeira entrevista como eleita a Rede Record. A grande massa não é mais controlada pela velha mídia. E sei muito bem o teu grande interesse nisso. Sei o grande colaborador que é desse novo "movimento. Já estive ali, frente a frente em uma das suas palestras sobre as Redes Sociais ( em Belo Horizonte - ao Colegiado Nacional da Rede Pitágoras).
Portanto Marcelo Tas, não fique enciumado se "não te convidaram pra essa festa pobre". (hahaha Serristas já me atormentaram que é festa podre). Pena que não tem lugar para os "limpinhos".
Tas, companheiro que é companheiro, apoia Lula e Dilma, não o coiso !
5 de jul. de 2010
O aumento da violência e criminalidade se agravam com a falta de incentivos culturais


Governo de São Paulo quer acabar de vez com a cultura de arte!
CULTURA - URGENTE!!!!
NÃO AO FECHAMENTO DAS OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO:
Vamos mostrar que podemos não ter visibilidade mas temos força!
Estamos transmitindo esse email para que você possa se manifestar, você que foi aluno, frequentador, professor, coordenador ou simplesmente é um admirador e cúmplice da Formação Cultural em nosso Estado!
Aguardamos o posicionamento da Secretaria de Cultura do Estado, mas o que nos chega, através da própria diretoria da ASSAOC, a O.S. responsável pela administração das Oficinas Culturais do Estado, é que as OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO, fecharão as portas dia 01 de agosto de 2010. Este mês de julho seus funcionários já estarão trabalhando sob aviso prévio.
Para que melhor vocês entendam, as 22 OFICINAS CULTURAIS - sendo 06 na capital (04 na Zona Leste, 01 extremo da Zona Oeste e 02 no centro expandido), 15 no interior do Estado com 645 municípios e os Projetos Especiais e da Terceira Idade - e que prestam serviço a 25 anos à comunidade paulista, saem de circulação de um momento para o outro conforme solicitação do Exmo Sr. João Sayad, argumentando a falta de visibilidade do projeto até então.
Abaixo números importantes para que avaliem o dano que esse abrupto encerramento de atividades irá causar, inclusive o cancelamento total de todas as programações já anteriormente acordadas para o próximo semestre:
1. Empregos diretos..... ................................... .......................280
2. Empregos terceirizados. ......... ......................................... 126
3. Empregos indiretos (arte-educadores) ........................ 2.100 ano
4. Público frequentador de atividades de formação...... 66.000 ano
5. Atendimento à comunidade (Eventos diversos, como festivais, mostras, encontros de entidades, espetáculos exposições,festas comemorativas dos bairros e cidades, campanhas solidárias etc.)....... ............................. ......... 88. 000 ano
TOTAL....156 506 cidadãos sem atendimento!
AÇÃO PROPOSTA:
Vamos fazer com que chegue ao governador Alberto Goldman - governador@sp.gov.br - e ao secretário de cultura Andréa Matarazzo (secretario@cultura. sp.gov.br) emails em repúdio a essa atitude! PONHAM COMO ASSUNTO: NÃO AO FECHAMENTO DAS OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO - PODEM NÃO TER VISIBILIDADE, MAS TEM O APOIO DA SOCIEDADE!
Por favor, assinem o email e escrevam do lado a profissão e sua relação com as Oficinas e Projetos.
Leia mais
4 de jul. de 2010
HERDEIRO DA RBS É ACUSADO DE ESTUPRO. RBS ABAFA


Já o tabloide Diário Catarinense, do Grupo RBS em Santa Catarina, está tratando desta maneira o episódio.
3 de jun. de 2010
A sexualização das adolescentes pela mídia

20 de dez. de 2009
Mais da metade dos estudantes entre 13 e 15 anos praticam pouca atividade física, diz IBGE

da Folha Online 18-12-09
Mais da metade dos estudantes do 9° ano do ensino fundamental que estudam em capitais praticam pouca atividade física. Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira, 57% dos estudantes podem ser considerados inativos ou insuficientemente ativos em termos de atividade física.
Entre todos os estudantes consultados na pesquisa, as meninas inseridas nas duas categorias chegaram a 69% do total, enquanto os meninos somaram 44%. Em São Luís (MA) foi registrado o maior percentual de sedentários --65,8% dos estudantes. O menor ocorreu em Florianópolis (SC) --48,5%.
A pesquisa consultou 60.973 alunos do 9° ano do ensino fundamental em 1.453 escolas públicas e privadas de todas as capitais e do Distrito Federal. A idade média dos estudantes variou entre 13 e 15 anos --10% tinham mais de 16 anos. Quase 80% dos alunos estudavam em escolas públicas e o restante em particulares. O IBGE estima que 618 mil jovens cursam o 9° ano em todo o Brasil.
Pesquisa
A Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar reúne informações sobre as condições de vida do estudante. É a primeira pesquisa da história do IBGE em que os próprios entrevistados responderam ao questionário nos computadores de mão --geralmente eles respondem as perguntas feitas pelos entrevistadores, que anotam os dados. Segundo o IBGE, isso deu mais privacidade aos estudantes para responderem questões sobre violência, uso de álcool e drogas e comportamento sexual.
Estudantes ultrapassam tempo recomendado em frente à TV, mostra pesquisa

da Agência Brasil 18-12-09
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que os estudantes passam mais horas do dia em frente à TV do que recomenda a OMS (Organização Mundial de Saúde). Cerca de 490 mil alunos entre 13 e 15 anos, das redes pública e particular, foram entrevistados durante o levantamento.
De acordo com o estudo do IBGE, 79,5% deles assistiam à TV por duas ou mais horas, enquanto a OMS recomenda que esse tempo não ultrapasse uma hora diariamente. O hábito de assistir à TV por mais de duas horas foi citado por 74% dos estudantes de Boa Vista e por 83% de Cuiabá.
Embora gastem horas em atividades sedentárias, a pesquisa do IBGE constatou que nem a metade dos entrevistados (43,1%) praticava atividade física regularmente (mais de cinco horas por semana). O percentual de homens ativos é maior que o das mulheres, 56,2% contra 31,3%.
Na rede privada, os alunos também são considerados mais adeptos às atividades físicas. Considerado um fator desestimulante para a prática esportiva, o aumento do tempo em frente à TV, computador e videogame podem provocar o sobrepeso e obesidade. "Esse tempo está associado ao consumo de alimentos calóricos, refrigerante e baixo consumo de frutas e vegetais, além de pouco gasto de energia", alerta a pesquisa.
8 de out. de 2009
Seminário: Educação Infantil em Parma-Itália e Intercâmbio de estudantes

Coordenação: Tizuko Morchida Kishimoto
Convidados:
Marco Fibrosi – pesquisador de Parma Infanzia – Itália
Nice Tersi – especialista em formação de professores para infância – Itália
Alunos e Profissionais do Programa Parma I e II
Período: 19 a 23 de outubro de 2009.
Local: Auditório da Escola de Aplicação da USP
Inscrições gratuitas: Apoio Acadêmico da FEUSP
Horário: 9 as 12 horas
Certificação: 15 horas
Apoios:
Pro-Reitoria de Graduação da USP/Comissão de Graduação FEUSP
Comissão de Intercâmbio Internacional da Faculdade de Educação da USP
Grupo de Pesquisa: Contextos Integrados de Educação Infantil
Pontão de Cultura – MINC
Colaborações:
Ana Lúcia Goulart de Faria -UNICAMP - tradução
Giovanni Ferreira – doação software - Ludilib
Marcos Neira – Membro da Comissão de Graduação
Mônica Appezzato Pinazza – Acompanhamento de Parma II
Programa sob a responsabilidade dos professores italianos durante as 5 manhãs:
1. Histórico das creches em Parma ( 1925-2009)
2. Construção e organização do serviço educativo de Parma
3. Qualidade do serviço
4. A relação educativa e o desejo de dependência e autonomia da criança
5. Educação e cuidado
6. Critério de base que orienta o projeto e a prática educativa
7. Papel e função da/o educadora/or
8. Dimensão profissional da/o educadora/r
9. Trabalho em grupo e função da condução
10. Coordenação pedagógica
11. O sistema integrado do serviço
12. O sistema da qualidade: o problema do controle e da valorização da qualidade
Depoimentos de estudantes e profissionais do Programa Parma I e II
19/10 /2009
9 às 9h30 – abertura do evento, atividade cultural
9h30 às 11h30 horas – Marco Fibrosi ( tradução Mariana Bosch)
11h30 às 12 horas – Depoimento de intercambistas
20/10/09
9 às 11h – Marco Fibrosi ( tradução Mariana Bosch)
11 às 12 horas : Depoimento de intercambistas
21/10/09
9 às 11 horas – Nice Tersi ( tradução Ana Lúcia Goulart de Faria)
11 às 12 horas – Depoimento de intercambistas
22/10/09
9 às 11 horas - Nice Tersi ( tradução Ana Lúcia Goulart de Faria)
11 às 12 horas – Depoimentos de intercambistas
23/10/09
9 às 10 horas - Depoimentos de intercambistas - encerramento
11 – 12 horas – atividade cultural
Palestras a noite
19/10/09: Educação Infantil na Itália
Horário:19h30
Marco Fibrosi
Bloco B, Sala 61.
21/10/09 – Qualidade da Educação Infantil e Prática Educativa
Horário: 19h30
Nice Tersi
Bloco B, Sala 6
Avaliar é necessário. AGIR também

Às vésperas do Seminário 20 Anos de Direitos de Crianças e Adolescentes surge a dúvida: qual a importância de se discutir a Convenção Sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA?
Para as pessoas trabalham há certo tempo na defesa dos direitos de meninos e meninas essa questão pode parecer um pouco óbvia. Mas essa dúvida pode gerar uma excelente reflexão.
Passados quase 20 anos desses importantes eventos, a dúvida não é tão óbvia quanto as tantas violações de direitos que ainda existem. Tanto a Convenção quanto o ECA já atingiram sua maioridade. Assim como crianças e adolescentes, essas importantes referências também são negligenciadas.
Negligenciadas porque, absurdamente, hoje a luta por direitos não está apenas na sua efetivação, mas sim na constante batalha de evitar retrocessos de direitos já conquistados. É o caso da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 20 de 1999, que reduz a idade penal dos 18 para os 16 anos. A lógica de retirar um direito já conquistado é absurda, embora não seja um fato isolado.
O erro de “adultecer” mais cedo meninos e meninas está na gravidade da inversão de responsabilização, de valores. É arriscado demais atribuir o problema da violência, por exemplo, aos(às) jovens, que são, indiscutivelmente, mais vítimas do que agentes da violência. Admitir, por menor que seja, a nossa responsabilidade – sociedade e poder público – é compreender que os direitos não são blocos isolados, de categorias isoladas.
É necessário rever o todo, e não as partes. Porque ninguém é uma ilha, embora a gente se afogue cada vez mais com tantas incoerências.
6 de out. de 2009
Enem será nos dias 5 e 6 de dezembro

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Brasília - Os ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Justiça, Tarso Genro, durante reunião para tratar das questões ligadas à logística e segurança na elaboração e aplicação das provas do Enem |
A realização do exame deverá ficar a cargo do Cespe e da Cesgranrio, segundo informou ontem (5) o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes. O MEC rompeu o contrato com o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), que era responsável pela realização do Enem.
Na última quinta-feira (1º) o exame foi adiado depois de denúncia do jornal O Estado de S. Paulo de que a prova tinha vazado.
Nos anos anteriores, Cespe e Cesgranrio tinham vencido as licitações para aplicar o Enem, mas em 2009 não se candidataram para participar da disputa. Agora, o contrato deverá ser feito em caráter emergencial, sem necessidade de processo licitatório.
- Agência Brasil - 06.10.09
5 de out. de 2009
A educação (conhecimento) se constrói, também, com a informação da imprensa, baseada na ética e cidadania.

A ideologia uniforme da mídia
Por Venício A. de Lima - Observatório da Imprensa - 29/9/2009
Um brasileiro de classe média alta que leia diariamente os três jornalões nacionais (Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e O Globo), leia também um jornal local – se residente em Brasília, digamos, o Correio Braziliense –, tenha o rádio de seu carro sintonizado na CBN ou na Band, e frequentemente assista ao Jornal Nacional da Rede Globo, recebe a informação "plural e diversa" necessária à formação de uma "opinião pública independente" no "mercado livre de idéias", fundamento da democracia?
Será que esse brasileiro sente seus diferentes pontos de vista "refletidos e emulados" na "esfera pública"? Seria ele um membro padrão da "esfera pública" ou apenas parte da "esfera pública" composta por leitores/ouvintes/telespectadores destes veículos? Será que existe uma "esfera pública" ou existem muitas e até excludentes "esferas públicas"?
Será que esse brasileiro sabe o que realmente se passa no país? Sua opinião é a "opinião pública" dominante ou é apenas a opinião dos leitores/ouvintes/telespectadores do que esses jornais, emissoras de rádio e TV, uniformemente, decidem transformar em "notícia"?
Afinal, quantas "esferas públicas" podem coexistir num país das dimensões e com as desigualdades sociais do nosso? Quantas "esferas públicas" existem onde a influência da grande mídia impressa, por exemplo, não é determinante ou é inexistente (o que dizer dos cerca de 10 milhões de leitores da Folha Universal o jornal – gratuito – de maior tiragem no país, acima de 2,3 milhões por edição semanal?
Da mesma forma, haverá uma "opinião pública" ou coexistem muitas e variadas "opiniões publicas", "fotografadas" estatisticamente por meio de intervenções (pesquisas) pautadas por interesses e questões alheios a ela ou a elas?
Essas (e muitas outras) questões, que em geral não são discutidas pelos colunistas da grande mídia, além de fundamentais escondem os pressupostos básicos sempre implícitos na definição do papel da "imprensa" nas democracias liberais.
O supra-editor
Bernardo Kucinski tem afirmado que a grande mídia brasileira funciona como se fosse diariamente editada por um "supra-editor". Esse fictício editor único faz com que ela "seja a favor das mesmas posições e contra as mesmas posições". Os exemplos são inúmeros:
"A grande mídia é a favor das privatizações, da contenção dos gastos públicos, da redução de impostos; da obtenção de um maior superávit primário, da adesão do Brasil à Alca. E é contra a criação de um fundo soberano, ao controle na entrada de capitais, ao Bolsa Família, à política de cotas nas universidades para negros, índios e alunos oriundos da escola pública, à entrada de Venezuela no Mercosul e ao próprio Mercosul" (cf. Diálogos da Perplexidade; Editora Fundação Perseu Abramo, 2009).
Mais recentemente, poderíamos acrescentar: a unanimidade da grande mídia na defesa de uma CPI para investigar a Petrobras e contrária à proposta do governo de exploração do pré-sal, contrária à política externa brasileira, além da unanimidade em relação ao tratamento da corrupção no Parlamento.
Sobre esse último ponto, o sociólogo Jessé de Souza, em artigo publicado no caderno "Aliás" do Estado de S.Paulo (6/9/2009) – um jornalão, é verdade – sob o título "O Estado de todas as culpas", comenta a "estrutura invisível e profunda" do debate que a mídia propõe e afirma:
"O Estado é sempre suspeito de `politicagem´ e de `aparelhamento´ por indicações políticas e o mercado é definido como instância `técnica´, ou seja, reflexo da `racionalidade pura´ e do `cálculo técnico´. Um é a esfera do `privilégio inconfessável´ e o outro o reflexo da `razão técnica´ supostamente no interesse de todos. É isso que explica o foco constante e diário na `corrupção política´ como a lembrar ao público onde está o mal e onde está o bem.
Como tudo no mundo social, essa é uma realidade `construída´, fruto de uma leitura seletiva e interessada do mundo."
Papel da mídia nas democracias
Poderá haver alguma dúvida de que a grande mídia brasileira, apesar de rusgas ocasionais, funciona de maneira ideologicamente uniforme? Funcionando assim, como justificar-se a si mesma como "mediadora" dos debates de interesse coletivo numa (única?) "esfera pública" ou formadora de opiniões independentes no "mercado livre de idéias"?
Um aspecto interessante sobre essa uniformidade é que a metodologia de pesquisa usualmente utilizada para acompanhamento das coberturas da mídia não dá conta de apreendê-la. Limitando-se, quase exclusivamente, àquilo que é publicado e, na melhor das hipóteses, à comparação intra-mídia das coberturas, a uniformidade ideológica escapa às análises convencionais. Esse fato apenas reforça a necessidade de que ela seja identificada e tornada pública.
Em tempos de 1ª Conferência Nacional de Comunicação, os pressupostos implícitos sobre o papel que a grande mídia desempenha nas democracias liberais e sua uniformidade ideológica precisam ser debatidos. Afinal, todos queremos o aprimoramento democrático. Ou não?
7 de set. de 2009
Classificação indicativa: José Romão deixa cargo no MJ

Foi com bastante surpresa que vários setores da sociedade receberam a notícia de que José Eduardo Elias Romão, até então diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (Dejus), da Secretaria Nacional de Justiça, tinha deixado o cargo no dia 10 de junho. Diretor do órgão desde fevereiro de 2004, José Romão esteve diretamente envolvido com o processo de regulamentação da classificação indicativa de programas de TV, filmes para o cinema, vídeo e DVD, jogos eletrônicos, espetáculos cênicos e musicais.
Desses, com certeza, o trabalho mais emblemático de sua gestão foi o processo de regulamentação da classificação dos programas de televisão. Alvo de acusações de propor a volta da censura, José Romão foi duramente criticado, principalmente pelas emissoras de tevê, embora também tivesse recebido apoio de renomados juristas, artistas e personalidades brasileiras.
A elaboração da atual Portaria 1.220/07, que estabelece as diretrizes da classificação, foi fruto de um amplo debate público, que, mesmo não sendo divulgado pela grande imprensa, conseguiu envolver boa parte da sociedade brasileira, seja integrando o Grupo de Trabalho, instituído em 2005, pela então secretária Claudia Chagas, seja participando das consultas e audiências públicas.
Tendo acompanhado de perto e noticiado, ao longo destes anos, todo o processo de trabalho, o RIO MIDIA entrevistou esta semana, por e-mail, José Romão. Nesta entrevista, ele explica os motivos que o levaram a se afastar da Secretaria Nacional de Justiça e faz um pequeno balanço da gestão.
Interinamente quem ocupa o cargo de diretor do Dejus é o advogado Davi Ulisses Brasil Simões Pires, até então diretor-adjunto do próprio departamento. No início desta semana, o RIO MÍDIA também enviou, por e-mail, uma entrevista ao diretor. No entanto, até esta sexta-feira, dia 27, a Secretaria Nacional de Justiça ainda não tinha autorizado a publicação das respostas dadas pelo novo diretor do Dejus.
Acompanhe a entrevista concedida por José Romão.
RIO MÍDIA – Por que o senhor deixou o Dejus? Houve alguma pressão por parte das emissoras de TV? Algum desentendimento interno na condução do trabalho no Dejus?
José Eduardo Elias Romão – Para deixar de fazer qualquer coisa que você gosta muito e que lhe propicia inúmeras realizações um só motivo não basta. São várias as razões que justificam e, espero eu, que explicam minha saída da direção do Dejus. A primeira delas, e a mais importante, é que concluí o Plano de Trabalho ao qual me vinculava desde 2004. Depois de quatro anos e quatro meses de trabalho felizmente consegui realizar, com o auxílio de inúmeras pessoas, todos os objetivos previstos no planejamento institucional do Departamento e também outros tantos objetivos relevantes e estratégicos que foram agregados ao trabalho, sobretudo, por demanda da sociedade civil organizada. A segunda, diz respeito à realização de uma pesquisa de doutoramento iniciada em 2006. Portanto, sinto-me obrigado a deixar o trabalho cotidiano de gestão do Dejus para poder desenvolver uma pesquisa sobre o processo de constituição dessa nova classificação indicativa. É hora de refletir detidamente sobre o que foi feito, sobre o quanto conseguimos avançar por esse campo “minado” do controle democrático dirigido à comunicação social. E antes que você me pergunte, explico que uso “minado” para me referir às acusações que explodem a cada movimento: “é censura”; “é moralismo”; “é dirigismo”; etc.
Há, é claro, razões de ordem pessoal, não menos importante, como ter mais tempo para a família, por exemplo. Portanto, saio porque acredito ter cumprido esta missão executiva, como gestor público e porque preciso realizar agora minha outra missão, como pesquisador da Universidade de Brasília.
Nesse contexto, não há porque falar em pressão das emissoras comerciais contrárias à classificação indicativa. Além do mais desde o inicio de 2007, quando a pretexto da transição entre o Ministro Marcio Thomaz Bastos e o Ministro Tarso Genro se especulava em Brasília sobre a “oportunidade” de minha saída, o Governo demonstrou claramente não estar aberto a esse tipo de pressão.
Do mesmo modo, devo responder à pergunta se “algum desentendimento interno na condução do trabalho no próprio Dejus” poderia ter motivado minha saída. Depois de tudo o que vivemos – e estou me referindo especialmente aos momentos mais difíceis -, não poderia ser um “desentendimento interno” a razão de minha saída. Muito pelo contrário, aí é que eu me sentiria obrigado a permanecer.
RIO MÍDIA – De qualquer forma, alguns setores da sociedade temem que a sua saída signifique um ‘afrouxamento’ no processo de classificação indicativa. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
José Eduardo Elias Romão – É compreensível que setores da sociedade civil, sobretudo aqueles que participaram intensamente do processo de construção da nova classificação indicativa, vejam com algum receio meu desligamento do cargo e que o fato pareça indicar um retrocesso ou, como queira, um afrouxamento na classificação indicativa. Afinal de contas, muitos de nós se entregaram tão completamente à realização desse trabalho que acabamos, naturalmente, nos confundindo com ele e parecendo parte dele. Acho que senti algo semelhante, que é menos temor do “novo” e mais receio de descontinuidade, quando a Dra. Ela Wiecko deixou a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do MPF; e também quando o Zico Góes deixou a direção da MTV/Brasil. Mas creio que não sou parte da classificação, talvez eu seja – tanto quanto o Guilherme Canela, o Gustavo Gindre, o Gabriel Priolli, o Fernando Martins e tantas outras pessoas que lutaram pela constituição dessa política –parte da história da classificação. O que é muito diferente.
Essa política pública a que denominamos de “nova classificação indicativa” é hoje uma instituição republicana, isto é, um sistema normativo capaz de promover democraticamente a realização dos direitos humanos de crianças e adolescentes sem depender deste ou daquele governo.
É verdade que um bom gestor sempre ajuda, mas o fundamental é dispor de normas e procedimentos fortemente instituídos. Tenho a impressão de que se essa política resistiu, sem qualquer alteração à Portaria 1.220/07, às fortes pressões para que fosse removida a obrigatoriedade da observância dos diferentes fusos horários na exibição dos programas de tevê, não pode haver retrocessos. Contudo, isso não significa que podemos simplesmente virar a página e partir para outra batalha.
O desafio agora é o da ativa vigilância, o do controle social. É preciso continuar exigindo total transparência em cada ato praticado.
RIO MÍDIA – Então o senhor acredita na continuidade do processo de classificação indicativa tal como está instituído?
José Eduardo Elias Romão – Não só acredito na continuidade do trabalho, isto é, na busca incessante pela efetividade e pela legitimidade da política, como tenho certeza de que haverá aprimoramentos. E são dois os principais motivos que me fazem vislumbrar avanços. Primeiro, no Plano de Trabalho do Departamento para 2008 estão previstas ações estratégicas que vinculam a classificação às políticas educacionais e culturais do Governo Federal e ainda regularizam a participação da sociedade civil organizada no procedimento de análise; e o segundo motivo é que, muito embora eu reitere que a política não possa depender das pessoas que estão no MJ, atualmente há no Dejus uma equipe renovada e bastante qualificada para enfrentar quaisquer desafios. Pude trabalhar com o Dr. Davi Pires, o atual diretor do Dejus, tempo suficiente para atestar suas qualidades como gestor e como mediador.
RIO MÍDIA – O senhor esteve à frente do Dejus por quanto tempo? O que ficou de aprendizado?
José Eduardo Elias Romão - Entrei em fevereiro de 2004 e saí em junho de 2008. E por incrível que pareça foi a mais longa gestão da história do Departamento. A rigor, da perspectiva da Administração do Estado, não é lá tanto tempo assim. Mas a julgar pela intensidade, pela qualidade e pela quantidade das experiências que vivi nesse período, sinto-me uns quinze anos mais velho. Ainda bem que tenho cara de menino…
“O que ficou do aprendizado?” Nossa, é tanta coisa que só depois de uns meses pesquisando e refletindo creio que teria condições de responder a essa pergunta. Agora, assim na lata, só me ocorre um verso do Drummond que diz: “Tarde a vida ensina uma lição discreta/ A ode cristalina é a que se faz sem poeta”. Quem sabe não seja isso, reforçando um pouco o que tentei dizer acima: a melhor política pública é aquela que se faz sem o burocrata, e com a população movimentando a burocracia.
RIO MÍDIA – Analisando sua gestão, qual foi o maior obstáculo superado, a grande vitória?
José Eduardo Elias Romão - Aqui é preciso esclarecer que o Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação, o DEJUS, tem outras atribuições relevantes além da classificação indicativa. Por isso, pensando na gestão como um todo, creio que a grande vitória (de todas as pessoas que ao longo dos anos integraram a equipe) foi ter modificado tão radicalmente as estruturas do Dejus. Que aquilo que era considerado o “quartinho dos fundos do Ministério da Justiça”, onde se podia despejar até o entulho autoritário, se transformou num órgão-símbolo do moderno Estado Democrático de Direito. Transparência, participação, pluralidade, legitimidade e efetividade são mais do que princípios para nós: são hoje perspectivas institucionais alcançadas.
Mas para não fugir ao tema da classificação, devo dizer que para mim o maior obstáculo superado não foi a refutação da acusação leviana da “volta da censura”. A maior vitória foi ter demonstrado que a classificação indicativa não podia ser um “servicinho” gratuito do Estado prestado às emissoras de televisão.
A maior vitória foi ter, portanto, estabelecido claramente que a verdadeira “clientela” da classificação indicativa são os pais, os educadores e os demais responsáveis pela proteção de crianças e adolescentes.
RIO MÍDIA – Sua gestão é prova de que os interesses da sociedade podem e devem se sobrepor aos interesses comerciais, principalmente dos meios de comunicação?
José Eduardo Elias Romão – Sinceramente, espero que sim. Não é por outra razão que tentarei sustentar no trabalho de tese que a classificação – não podendo ser contrária a interesses comerciais – pôde caracterizar uma espécie de controle ao que eu chamo de “totalitarismo de Mercado”, que nada mais é do que a ação predatória e colonizadora do dinheiro. Nada contra o lucro, desde que a cidadania não tenha que arcar com os prejuízos.
RIO MÍDIA – O que o senhor gostaria de ter concretizado e que não foi possível?
José Eduardo Elias Romão – Como eu disse, tudo o que foi descrito como ação e previsto em orçamento, felizmente, conseguimos realizar. Mas, é claro, que ficaram muitas idéias e propostas que recebemos de diferentes parceiros e que não consegui sequer organizá-las como projetos. Porém, várias delas ficaram como patrimônio do Dejus e já estão sendo trabalhadas pela nova direção.
Em especial, gostaria muito de ter podido discutir a formação de um Conselho ou Comitê para a Classificação Indicativa, com participação paritária da sociedade civil, tal como proposto pelo Conselho Federal da OAB.
RIO MÍDIA – Qual conselho o senhor daria para o novo diretor do Dejus e toda equipe que ficou?
José Eduardo Elias Romão – Sem falsa modéstia, não tenho ainda experiência suficiente para dar conselhos. Contudo, todas as sugestões, dicas e palpites que julgava relevantes pude oferecer ao Dr. Davi Pires e a parte da equipe nos últimos meses. Muito embora, o essencial todos já soubessem: só há direito enquanto houver democracia, portanto, só pode haver política pública de classificação enquanto houver ampla e irrestrita participação social.
RIO MIDIA – No contexto da classificação indicativa, o Brasil de hoje é um país que protege e respeita os direitos das crianças e dos adolescentes?
José Eduardo Romão – Mesmo considerando que a proteção e o respeito dependem tanto da atuação do Estado (Ministério da Justiça, Ministério das Comunicações, Ministério Público e Judiciário) quanto da atuação das emissoras, que são concessionárias de um serviço público, pode-se afirmar que sim. A classificação indicativa brasileira é um instrumento eficaz de garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Porém, é bom lembrar que a resposta é positiva apenas porque a sociedade assim o exigiu.
Entrevista concedida a Marcus Tavares
Fotos – Alberto Jacob Filho
FONTE: SITE RIO MÍDIA